A Igreja convida-nos,
hoje, a voltar-nos para S. José, a alegrar-nos e a bendizermos a Deus pelas
graças com que o cumulou. S. José é o “homem justo” (Mt 1, 19). A sua justiça
vem-lhe do acolhimento do dom da fé, da retidão interior e do respeito para com
Deus e para com os homens, para com a lei e para com os acontecimentos. Não foi
fácil para José aceitar uma paternidade que não era dele e, depois, a
responsabilidade de ser o mestre e guia daquele que, um dia, havia de ser o
pastor de Israel. Respeito, obediência e humildade estão na base da “justiça”
de José. Foi esta atitude interior, no desempenho da sua missão única, que elevaram
José ao máximo da santidade cristã, junto de Maria, a sua esposa. As atitudes de José são características dos grandes homens, de que nos fala a
Bíblia, escolhidos e chamados por Deus para missões importantes. Embora se
considerassem pequenos, fracos e indignos, aceitavam e realizavam a missão,
confiando naquele que lhes dizia: “Eu estarei contigo”. José não procurou os seus interesses e satisfações, mas colocou-se inteiramente
aos serviços dos que amava. O seu amor pela esposa, Maria, visava unicamente
servir a vocação a ela que fora chamada. Deste modo, o casal chegou a uma união
espiritual admirável, donde brotava uma enorme e puríssima alegria. Era a
perfeição do amor. O amor de José por Jesus apenas visava servir a vocação de
Jesus, a missão de Jesus. Para José, o filho não era uma espécie de propriedade
a quem impunha uma autoridade e afeto tirânico, como, por vezes, acontece com
alguns pais. José sabia que Jesus não era dele, e nada mais desejava do que
prepará-lo, conforme as suas capacidades, para a missão de Salvador, como lhe
fora dito pelo Anjo. Por intercessão do nosso santo, peçamos a Deus a fé, a confiança, a docilidade,
a generosidade e a pureza do amor para nós mesmos e para quantos têm
responsabilidades na Igreja, para que as maravilhas de Deus se realizem também
nos nossos dias. José, o justo, o santo,
entra simplesmente nos desígnios do céu sobre ele e torna-se esposo de Maria
por um casamento virginal; esposo de uma Virgem, de uma Rainha, esposo da Mãe
de Deus e da Esposa do Espírito Santo! Mas o seu coração é digno dela. Na sua
alma reúnem-se a fé viva dos patriarcas, as nobres aspirações dos profetas, as
esperanças das gerações passadas. O seu coração é o mais puro, o mais amável, o
mais celeste de todos, depois do Coração de Jesus e do Coração imaculado de
Maria. José é o esposo da Virgem Maria, com que respeito a envolve! Que
delicadeza, que discrição nas suas relações com ela! Aprendeu de cor a sua
sublime missão de castidade e de amor. E quando foi advertido pelo anjo a
respeito dos grandes desígnios de Deus sobre o filho de Maria, associou-se de
coração à missão de vítima do seu filho adotivo e aceitou sem reserva todos os
sofrimentos que daí resultariam para ele. Esposo de Maria! Que conjunto de
graças este título supõe. José esteve unido mais do que ninguém neste mundo à
Mãe de Deus. Os méritos de S. José aproximam-se dos de Maria. Que grandeza e
que dignidade! José é o pai nutritivo de Jesus, pai legal e pai amoroso. Tem
tudo o que pode pertencer à paternidade sem ferir a virgindade. Tem todos os
direitos e toda a autoridade de um pai. É o chefe da Sagrada Família.
O culto litúrgico a S. José celebra-se, pelo
menos, desde o século IV, quando Santa Helena lhe dedicou uma igreja. No
Oriente, celebrava-se, a partir do século IX, uma festa em sua honra. No
Ocidente o culto é mais tardio. No século XII, é celebrado entre os
Beneditinos. No século XII, é celebrado entre os Carmelitas, que o propagam na
Europa. No século XV, João Gerson e S. Bernardino de Sena são os seus
fervorosos propagandistas. Santa Teresa de Jesus era uma devota fervorosa de S.
José e muito promoveu o seu culto. S. José, descendente de David, era provavelmente de Belém. Por motivos
familiares ou de trabalho, transferiu-se para Nazaré e tornou-se esposo de
Maria. O anjo de Deus comunicou-lhe o mistério da incarnação do Messias no seio
de Maria, e José, homem justo, aceitou-o apesar da dura crise por que passou.
Indo a Belém para o recenseamento, lá nasceu o Menino Jesus. Pouco depois, teve
de fugir com ele para o Egipto, donde regressou a Nazaré. Quando Jesus tinha
doze anos, vemos José e Maria em Jerusalém, onde perdem o filho e acabam por o
reencontrar entre os doutores do templo. A partir deste episódio, os evangelhos
nada mais dizem sobre José. É possível que tenha morrido antes de Jesus iniciar
a sua vida pública.
fonte:
www.dehonianos.org
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