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31 janeiro, 2014

31 de Janeiro - São João Bosco

João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d'Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo.  Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: "Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás". Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela diocese.   Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este "produto da era da industrialização", se tornou a matéria prima de sua Obra e vida.  Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano.  Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples.  Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de "Sistema Preventivo de Formação". Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: "Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez".  
Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado "modelo por excelência" para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas" e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.
fonte:
www.paulinas.org.br

30 janeiro, 2014


Na manhã de hoje, ( 30/janeiro/2014)  durante uma atividade apostólica em Curitiba (orientação de um retiro para professores), Nosso Senhor chamou a si nosso companheiro Padre JOÃO BATISTA LIBANIO SJ.  P. Libanio completaria, em poucos dias, 82 anos. Sua partida foi decorrente de um infarto. 

Um companheiro jesuíta, P. Dionysio Seibel SJ, ainda chegou a tempo de lhe dar a última unção.
Rezemos a Deus, agradecendo o bem que Ele fez a seu povo através da vida e da missão do P. Libanio, teólogo, formador, pastoralista, evangelizador das Juventudes.
Que Deus o acolha, com alegria, em seu Reino.
fonte:
facebook

29 janeiro, 2014

Doação de mantas para o Recanto dos Idosos

Neste dia 29/janeiro/2014, o grupo da GERMANO'S Turismo, levou para o Recando dos Idosos, as mantas arrecadadas junto a seus clientes e amigos.

Os idosos ficaram muito felizes e alguns já estavam escolhendo suas mantas e torcendo para que o inverno cheque rapidinho.

Mais uma vez, rogamos a Deus que abençoe a todos que colaboraram.

outras fotos em:

http://recantorinser.blogspot.com

28 janeiro, 2014

28 de Janeiro - São Tomás D'Aquino 


Doutor da Igreja, professor de teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados, sucessor na importância teórica de São Paulo e Santo Agostinho. Assim era Tomás d'Aquino, que não passou de um simples sacerdote. Muito se falou, se fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura atualíssima ao longo dos séculos. São dezenas de escritos, poesias, cânticos e hinos até hoje lidos, recitados e cantados por cristãos de todo o mundo.   Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, freqüentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir Ciência e Fé em favor da Humanidade. Este sempre foi seu objetivo maior.  Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de "boi mudo", por ser também, gordo, contemplativo e muito devoto. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes. Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica. Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a "Summa Teológica", foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: "Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu". É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.  No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de "doutor da Igreja", e logo passou a ser chamado de "doutor angélico", pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas. 
A sua festa litúrgica é celebrada no dia 28 de janeiro ou no dia 07 de março. Seus restos mortais estão em Tolouse, na França, mas a relíquia de seu braço direito, com o qual escrevia, se encontra em Roma.

26 janeiro, 2014

Ouça a homilia do padre Marcos Daniel Ramalho
26/janeiro/2014

22 janeiro, 2014

Movimentação no Recanto dos Idosos

outras fotos em:

http://recantorinser.blogspot.com


Nesta noite, 21/janeiro/2014, o Recanto dos Idosos recebeu diversas visitas:
- como acontece há  muito tempo, toda noite de 3a feira,  um grupo de pessoas do bairro se junta aos idosos para a oração do Terço;

- um simpático casal, foi levar as doações arrecadadas em uma festa; 

- a presença das estagiárias do curso de Enfermagem;

- o grupo da Germano's Turismo também  levou 120 toalhas de banho, fruto de uma campanha realizada nos últimos 15 dias com os clientes e amigos.

Nossa gratidão e nossas preces para que Deus abençoe a todos.

13 janeiro, 2014



“Tempo comum”, “Tempo ordinário” ou “Tempo durante o ano” são três designações para o período de cerca de dois terços de todo o ano litúrgico (33 ou 34 semanas) e que tem como característica própria celebrar o mistério de Cristo na sua globalidade, em vez de se centrar numa dimensão desse mesmo mistério de Cristo.  As Normas apresentam este tempo litúrgico do seguinte modo (NGALC, n. 43-44):
Além dos tempos referidos, que têm características próprias, há ainda trinta e três ou trinta e quatro semanas no ciclo do ano, que são destinadas não a celebrar um aspecto particular do mistério de Cristo, mas o próprio mistério de Cristo na sua globalidade, especialmente nos domingos. Este período é denominado Tempo Comum. O Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro e prolonga-se até à terça-feira antes da Quaresma inclusive; retoma-se na segunda-feira a seguir ao Domingo do Pentecostes e termina antes das Vésperas I do Domingo I do Advento. Para os domingos e os dias feriais deste tempo há uma série de formulários próprios, que se encontram no Missal e na Liturgia das Horas.  A grande dificuldade em perceber o que é específico do tempo comum está na oposição que estabelecemos com os restantes “tempos” do ano litúrgico. Como chamamos “tempos fortes” ao ciclo do Natal (Advento e Tempo do Natal) e da Páscoa (Quaresma, Tríduo Pascal e Tempo Pascal), tendemos a considerar o Tempo comum como um “tempo fraco”, por oposição aos outros ciclos. O ciclo do  Natal e da Páscoa concentram-se numa dimensão do mistério de Cristo, o que lhes dá uma fisionomia própria e facilmente identificável. Mas isso não significa que o Tempo comum não tenha também identidade própria ou se defina apenas pela negativa: o período que não pertence aos dois ciclos celebrativos  ditos “fortes”. Num certo sentido, também o Tempo comum é um “tempo forte”, destinado a aprofundar a presença de Cristo na existência cristã. Sem este Tempo comum, as nossas celebrações do ano litúrgico perderiam unidade, pois limitar-se-iam a considerar momentos episódicos da vida de Cristo e do seu mistério, sem contudo os integrar no conjunto da sua existência e, por isso, sem impregnar toda a nossa existência cristã. Além disso, importa ter presente que a semana “comum” ou “ordinária” nasceu, na Igreja, antes de qualquer um dos “tempos fortes”. O novo Calendário enumera estes domingos de I a XXXIV, designando-os “per annum”. Já quanto aos dias feriais, não têm formulários próprios: usam-se os do Domingo correspondente. Contudo, o Leccionário apresenta leituras específicas para todos os dias feriais. O que caracteriza este longo tempo litúrgico é a celebração do mistério de Cristo “na sua globalidade, especialmente nos Domingos” (Normas Gerais do Ano Litúrgico e do Calendário, n. 43). Esta globalidade significa que a manifestação do Senhor não se celebra exclusivamente no ciclo natalício, mas continua no Tempo comum; significa que a Páscoa não se celebra apenas no ciclo próprio, mas que ilumina toda a existência cristã ao longo do ano; significa que toda a vida de Cristo, com a salvação que traz e torna presente, acompanha a vivência cristã de todo o ano litúrgico.  É na celebração do Domingo, Dia do Senhor e “Páscoa semanal”, que o Tempo comum encontra o seu centro significativo. Ora, os Domingos do Tempo comum são aqueles que se podem considerar os Domingos no seu estado mais puro: Páscoa semanal e primeiro dia da semana, que dá sentido à vivência de toda a semana. Por isso, as orações da celebração eucarística, ao longo da semana, são as do Domingo.  Ao nível das leituras bíblicas, o Tempo comum tem também características próprias. O Evangelho, a mais importante das leituras bíblicas, é lido de forma semi-contínua. Deste modo, apresenta-nos a vida de Jesus e as suas palavras, não apenas nos grandes momentos, mas também na normalidade quotidiana dos seus gestos e dos seus ensinamentos. Os textos evangélicos aparecem-nos, assim, como a grande escola dos discípulos de Cristo, dos cristãos, que acompanham o Mestre e O escutam no dia a dia; que procuram configurar as suas vidas com a do próprio Cristo. O Tempo comum é tempo de amadurecimento da vivência da fé, até ao momento culminante da solenidade de Cristo Rei.

Solenidades e festas do Senhor no Tempo Comum 
A Liturgia celebra o mistério de Cristo na sua totalidade, ao longo do ano litúrgico. Celebra os momentos da história da salvação, a partir do mistério de Cristo. Os acontecimentos da vida de Jesus não aparecem como momentos isolados: é sempre a totalidade da obra da redenção que é celebrada. Contudo, desde o período medieval que entraram na Liturgia as chamadas festas devocionais ou de “idéias”. O Missal atual, no final do Próprio do Tempo, apresentam uma série de solenidades do Senhor no Tempo per annum: Santíssima Trindade, Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Sagrado Coração de Jesus, Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Nenhuma destas celebrações se centra em algum aspecto do mistério de Cristo que não esteja já presente em outras celebrações do ano litúrgico. A nível teológico, são “duplicados”, que sublinham sempre aspectos do único mistério de Cristo já presentes noutros momentos do ano. Todas estas solenidades nasceram no segundo milênio cristão.
fonte:
www.aliturgia.com




06 janeiro, 2014

13º Intereclesial de CEBs

07 a 11 de Janeiro de 2014
Juazeiro do Norte - Diocese de Crato-Ceará

Justiça e profecia a serviço da vida
CEBs Romeiras do Reino no campo e na cidade

Encontros Intereclesiais das Comunidades Eclesiais de Base
O Intereclesial é um encontro que reúne os representantes das CEBs - Comunidades Eclesiais de Base de todo Brasil. A iniciativa de organizar um encontro Intereclesial surgiu na década de 70, sendo realizado o primeiro em 1975, na cidade de Vitória, Espírito Santo. Os Intereclesiais nasceram com a finalidade de partilhar as experiências, a vida, as reflexões das CEBs. Os Intereclesiais são uma experiência muito enriquecedora, pois revelam com maior clareza a situação em que vive o nosso povo pobre, possibilitam a prática do ecumenismo e manifestam com que profundidade se vive nas bases da Igreja a relação entre fé e política.

Dos Intereclesiais surgiu uma nova face da nossa Igreja, animada por tantas Comunidades Eclesiais de Base e marcada pela opção pelos pobres. Através dos Intereclesiais, mantém-se a memória da caminhada de nossa Igreja.
Vamos iniciar esta memória retomando um texto do teólogo Libânio, que em 18 pontos recorda a finalidade e o significado dos intereclesiais das CEBs. Assim ele diz:
1. Os intereclesiais nasceram com a finalidade de partilhar as experiências, a vida, as reflexões que se faziam nas comunidades eclesiais de base ou sobre elas. Esta partilha se fez de dois modos. Antes do Intereclesial, pediu-se às CEBs que mandassem para o Secretariado que organizava o Intereclesial relatórios sobre a vida de sua própria comunidade. Assim receberam-se centenas de relatórios. Alguns foram publicados no SEDOC, outros se encontram em forma de manuscrito. Além disso, durante os Encontros o momento da partilha narrativa tornou-se ponto fundamental. Contavam-se em grupo ou em plenário muitas experiências no campo da liturgia, da catequese, da organização interna, da luta social e política. Os relatos dos sofrimentos, perseguições, torturas, martírio de muitos membros das comunidades serviram como motivo de animação na fé mas também de aprendizado de defesa contra a repressão.
2. A partir destas partilhas, detectavam-se as dificuldades, os pontos positivos, as esperanças, os sinais de vida, as ameaças, os problemas práticos e teóricos. Convidavam-se então as CEBs a que continuassem refletindo sobre estas questões e pedia-se aos assessores que as trabalhassem de modo mais profundo, teológico, sociológico, quer como ajuda às próprias comunidades, quer para criar uma consciência eclesial mais ampla sobre tal realidade.
3. A partir dessas duas finalidades surgiram os primeiros trabalhos teológicos mais profundos sobre as CEBs, iniciando uma verdadeira eclesiologia latino-americana. Basta compulsar os artigos saídos em SEDOC, REB, Notícias da Arquidiocese de Goiânia, e em outras revistas de outras igrejas cristãs.
4. Devido à situação do regime militar e de repressão às forças e movimentos populares, onde os militares incluíam as CEBs, a temática da fé e política, a análise da conjuntura política e econômica foram temas importantes de estudo sobretudo durante os primeiros Intereclesiais. O número de participantes dos primeiros permitiram ainda um estudo relativamente aprofundado em que membros das CEBs, agentes de pastoral, assessores e bispos podiam trabalhar a questão sob diversos ângulos.
5. Especialmente a partir do Encontro de Trindade, em que o número de participante já alcançava proporções maiores, o caráter celebrativo, sempre presente nos anteriores, assume relevância maior e quase dominante. Continuam os momentos de intercâmbio de experiências em grupo e em plenários, os trabalhos em grupo para aprofundamento da temática central e os relatórios em sucessivos plenários com participação dos assessores. Os Intereclesiais transformam-se em gigantescos momentos de celebração da fé e da vida das comunidades, em excelente escola de liturgia popular para os presentes e para as comunidades. Os regionais encarregaram-se das grandes liturgias. Vinham já preparados de suas regiões e manifestavam para todos a vivência litúrgica de suas regiões e comunidades.
6. Os Intereclesiais criaram um intervalo de tempo entre eles de modo que o tempo imediatamente subsequente ao Intereclesial se transformou em momento de assimilação do que se tratou lá. Depois que se inicia a preparação do novo Intereclesial, começa-se a estudar novo tema. Nesse sentido, os Intereclesiais são marcos referenciais para estudos nas comunidades e regiões, indicando-lhes a temática.
7. Os Intereclesiais têm a finalidade importante de animar as CEBs, dar-lhes uma consciência mais explícita de sua própria caminhada. Lá onde elas labutam, pequenas e frágeis, podem sentir-se isoladas e desanimar. Os Intereclesiais revelam para os participantes e pelas informações, notícias, vídeos a muitas CEBs que se trata de enorme rede de CEBs. Pertencem-se mutuamente. Isso anima-as, reforça-lhes a consciência, a esperança e o entusiasmo. Em termos sociológicos, é uma estrutura de apoio, um "aparelho de conversa" maravilhoso de reforço da consciência de eclesialidade das pequenas CEBs.
8. Nos anos da repressão, os encontros foram momentos importantes para a tomada de consciência das perseguições e para também umas aprenderem da experiência das outras no suportar e defender-se em tais situações.
9. No final dos Intereclesiais, publica-se abundante material das discussões dos grupos, dos relatórios dos plenários, de resoluções de grupos e propostas eventualmente aprovadas em plenários que servem como sugestão e marco orientador para a vida e agir das comunidades, ainda que nada disso tenha caráter vinculante ou oficial, nem significa a aprovação de todos os presentes. Sem dúvida, de alguns deles, sobretudo dos primeiros, surgiram linhas convergentes de reflexão e ação.
10 Os Intereclesiais oferecem excelente ocasião para que bispos e assessores ouçam a voz simples do povo fora de seu contexto mais restrito de diocese ou de ação pastoral. Há um falar mais amplo, diversificado e rico das comunidades de base que ajuda muito o bispo e o teólogo no seu mister pastoral e até mesmo acadêmico.
11. Dos Intereclesiais emergiu a feição de nossa Igreja, animada por tantas comunidades eclesiais de base e marcada pela opção pelos pobres. Esta imagem de Igreja tem possibilitado à própria Igreja institucional uma tomada de consciência mais ampla de toda a realidade eclesial e a confecção de documentos corajosos e proféticos.
12. Os Intereclesiais foram modificando sua dinâmica à medida que a presença das bases mais simples se tornava maior em relação ao número de assessores, clero, religiosos e agentes de pastoral. A voz dos fiéis mais simples se tornou mais clara de modo que se pode assim perceber melhor a vida interna das comunidades. Há uma "tomada de palavra" das bases da Igreja que até então exerciam papel mais passivo e dependente do clero e agentes de pastoral letrados. Em muitos momentos, foi uma palavra crítico-profética e de testemunho martirial muito rica para o conjunto de toda a Igreja.
13. Os Intereclesiais propiciam uma experiência eclesial única e muito enriquecedora, apesar ou até mesmo por causa de seus momentos de sofrimento e tensões. Revelam com maior clareza para muitos a terrível situação de sofrimento de nosso povo pobre. Manifestam também com que profundidade se vive nas bases da Igreja a relação entre fé e política. Servem de uma "lente de aumento" do que acontece em miniatura nas CEBs.
14. Os Intereclesiais mantêm o elo vivo entre as comunidades ao longo de todo o país pelo seu caráter geográfico tão amplo e ao longo dos anos pela sua periodicidade. Fazem a função de um condensador que capta as energias dispersas ao longo dos anos e do gigantesco espaço nacional, concentra-as nos poucos dias e irradia-as para os anos seguintes e para espaços ainda mais amplos. Os Intereclesiais conseguem praticamente envolver quase todas as igrejas particulares do país. Além disso, eles cumprem a finalidade de ser memória viva da caminhada de nossa Igreja. A partir deles, historiadores futuros poderão recuperar muito da trajetória concreta da vida de nossa Igreja num dos seus tecidos mais vivos.
15. Os próprios Intereclesiais servem de excelente exercício pedagógico-pastoral para nós todos: lideranças da base, agentes de pastoral, assessores e bispos. As práticas, que se desenrolam durante o Encontro, treinam a todos nós sob vários aspectos: saber liderar, organizar, ouvir, calar, deixar-se questionar e enriquecer pelo diferente, dialogar, exercer atitudes democráticas, partilhar mutuamente da vida um do outro, polir arestas, etc.

16. Os Intereclesiais têm significado exercício privilegiado da prática ecumênica. Isso tem acontecido desde o início. E ultimamente se colocou a difícil prática de convivência com formas muito diferentes de inculturação cristã (indígena e negra) e da dupla prática religiosa de alguns de seus membros.

17. Os Intereclesiais têm propiciado a criação de uma consciência latino-americana com a presença de representantes de muitos países do Continente. Esta amplia-se ainda mais pela presença de membros de Igrejas de outros continentes. Com isso, rompe-se visão estreita e local de Igreja.
18. O reforço da dimensão libertadora da Igreja e sua pastoral se dá por ser um encontro de comunidades de base, constituída fundamentalmente de pobres e pelo narrar de seus sofrimentos e lutas.

Agora do forma bem sucinta vamos recordar a história dos Intereclesiais
O 1º Encontro Intereclesial de CEBs foi realizado em Vitória (ES), em janeiro de 1975, ano em que o país mergulhou no terror patrocinado pela repressão do regime comandado pelo general Geisel. Teve como tema: "CEBs: Uma Igreja que Nasce do Povo pelo Espírito de Deus" e contou com a participação de 70 pessoas, além de bispos e assessores. 
O 2º Encontro também foi realizado em Vitória, em agosto de 1976, registrando a presença de 3 bispos latino-americanos e a participação de 100 pessoas. Tendo como tema: CEBs: Igreja, Povo que Caminha", o encontro se voltou para o engajamento das Comunidades Eclesiais de Base nas lutas sociais.
Em julho de 1979, ano da anistia, João Pessoa, na Paraíba, sediou o 3º Encontro Intereclesial de CEBs. Contou com 200 participantes, entre índios, evangélicos e latinos e discutiu o tema "CEBs: Igreja, Povo que se Liberta".
A proximidade do fim da ditadura militar marcou o 4º Encontro. Realizado em abril de 1981, em Itaici (SP), teve como tema: "Igreja, Povo Oprimido que se Organiza para a Libertação" e contou com a participação de 280 pessoas. 
Dois anos depois, em julho, a cidade de Canindé (CE), famoso centro de romaria nordestino, onde são realizadas festas em homenagem a São Francisco de Assis, recebeu mais de 500 participantes para o 5º Intereclesial, com o tema: "CEBs: Povo Unido, Semente de uma Nova Sociedade".
O 6º Intereclesial, foi realizado após a ditadura militar (1986), em Trindade (GO) - dois anos depois da campanha das "Diretas Já" e um ano após a eleição de Tancredo Neves, que marcou o início da Novo República. Com a participação de 1647 pessoas, apresentou o tema: "CEBs: Povo de Deus em Busca da Terra Prometida".
No 7º Encontro, realizado em julho de 1989 na cidade de Duque de Caxias (RJ), uma das regiões mais pobres do País, estiveram presentes 2.550 pessoas, entre representantes de 19 países latino-americanos e 12 Igrejas Evangélicas. O tema foi "CEBs: Povo de Deus na América Latina a Caminho da Libertação". Refletiu o importante momento que a sociedade brasileira vivia: eleições diretas para presidente da república, depois de 20 anos de silêncio.

O 8º Encontro aconteceu em Santa Maria (RS), em setembro de 92, ano do 5º Centenário da invasão da América pelos europeus, e às vésperas do impeachement de Collor. Registrou a participação de 2.238 delegados, 88 representantes latino-americanos e 106 evangélicos. Teve como tema: "CEBs: Culturas Oprimidas e a Evangelização na América Latina".
Realizado em São Luís (MA) o 9º Intereclesial aconteceu em julho de 1997, contou com a participação de milhares de pessoas que refletiram o tema: "CEBs: Vida e Esperança nas Massas". Neste encontro registrou-se a participação de 2.798 pessoas, vindas de 240 das 255 dioceses do Brasil.
O 10º Encontro Intereclesial aconteceu de 11 a 15 de julho do ano 2000 em Ilhéus, na Bahia, e teve como tema: CEBs: Povo de Deus, 2000 anos de Caminhada e, lema: CEBs: Memória e Caminhada, Sonho e Compromisso. O encontro fez memória dos 25 anos desde o primeiro intereclesial (1975) e a releitura dos 500 anos da chegada dos portugueses em terras brasileiras. Neste encontro registrou-se a participação de 3.063 pessoas.
O 11º Encontro Intereclesial aconteceu em Ipatinga/MG, de 19 a 23 de julho de 2005, e aprofundou o tema: Espiritualidade Libertadora, com o lema: Seguir Jesus Cristo no compromisso com os Excluídos. Encheu-nos de entusiasmo a presença de 3.806 participantes num encontro marcado pelo jeito mineiro de acolher!
O 12º Encontro Intereclesial aconteceu de 21 a 25 de julho de 2009, pelo Espírito e pela Igreja irmã de Porto Velho/RO, e nos debruçamos sobre o tema que nos guiou por toda a preparação do Intereclesial em nossas comunidades e regionais: “CEBs: Ecologia e Missão – Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia”. Participaram 3.010 delegados.
13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, em Juazeiro do Norte – Diocese de Crato-CE, de 07 a 11 de janeiro de 2014, com o tema: Justiça e Profecia a serviço da vida e o lema: CEBs, romeiras do Reino no campo e na cidade.
Preparar-se para um intereclesial pressupõe acreditar e viver este jeito de viver nosso seguimento a Jesus de Nazaré.

Depois de ter feito esta memória histórica do significado dos intereclesiais,  façamos a seguinte oração:
Cremos em Deus Pai todo -Poderoso, que nos dá a vida, quer a justiça e a igualdade, ama com predileção os pobres, que une o seu povo, quer as mudanças e que caminha conosco em busca da terra prometida.
Cremos em Jesus, nosso irmão, Palavra de Deus encarnada no povo simples e sofredor, que carrega a cruz da opressão, da injustiça e escravidão.
Cremos que a última palavra, não é a de Pilatos, nem a dos opressores, mas a do povo que caminha e que celebra a ressurreição: triunfo do Deus da Vida.
Cremos no Espírito de Jesus, que age na pobreza, impotência, ignorância, fraqueza, dor e perseguição do povo, para construir um mundo de fraternidade, de justiça e de Amor.
Cremos no Espírito que está presente e guia as Comunidades Eclesiais de Base, sementes do Reino para construir um modelo de Igreja, comunidade de Jesus, profética, missionária, libertadora e comprometida com o povo. 
Cremos na força do Espírito que nos dá a esperança para destruir o monstro da injustiça e da fome que domina na América Latina. 
Cremos nas Comunidades Eclesiais de Base, guiadas por Maria, mulher simples do povo e modelo de um novo relacionamento entre o homem e a mulher, onde nós, os pobres, somos sujeitos de nossa própria libertação.

Fonte:

www.intereclesialcebs.org