Visitas desde JUNHO/2009

online
online

07 março, 2015

08/março/2015 -  III Domingo da quaresma
A liturgia do 3º Domingo da Quaresma nos dá conta da eterna preocupação de Deus em conduzir os homens ao encontro da vida nova. Nesse sentido, a Palavra de Deus que nos é proposta apresenta sugestões diversas de conversão e de renovação. Na primeira leitura, Deus nos oferece um conjunto de indicações (“mandamentos”) que devem nortear a nossa caminhada pela vida. São indicações que dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência: a nossa relação com Deus e a nossa relação com os irmãos. Na segunda leitura, o apóstolo Paulo nos sugere uma conversão à lógica de Deus… É preciso que descubramos que a salvação, a vida plena, a felicidade sem fim não está numa lógica de poder, de autoridade, de riqueza, de importância, mas está na lógica da cruz – isto é, no amor total, na doação da vida até às últimas consequências, no serviço simples e humilde aos irmãos. No Evangelho, Jesus se apresenta como o “Novo Templo” onde Deus Se revela aos homens e lhes oferece o seu amor. Convida-nos a olhar para Jesus e a descobrir nas suas indicações, no seu anúncio, no seu “Evangelho” essa proposta de vida nova que Deus quer nos apresentar.
Reflexão:
Jesus vem mudar a maneira de encontrar Deus seu Pai. Até aqui bastava ir ao templo, doravante é preciso escutar a mensagem de amor do seu Enviado e se beneficiar dos gestos de salvação, sinais da bondade de Jesus para com os homens. Mesmo que se procure destruir o verdadeiro templo de Deus entre os homens, o seu próprio Filho, Ele levantar-se-á. E quando tiver desaparecido aos olhos dos homens, é a sua Igreja que será o novo templo, porque Deus vem morar no meio dos homens. Se os seus discípulos se recordam das palavras e dos gestos de Jesus, é para fazer memória da fidelidade de Deus. É com os olhos da fé que reconheceram, nos sinais realizados por Jesus, a ação de Deus. E se hoje podemos fazer memória da morte e da ressurreição de Cristo, tal acontece graças a todos estes testemunhas que acreditaram e contaram o que tinham visto e ouvido.

• Como é que podemos encontrar Deus e chegar até Ele? Como podemos perceber as propostas de Deus e descobrir os seus caminhos? O Evangelho deste domingo responde: é olhando para Jesus. Nas palavras e nos gestos de Jesus, Deus se revela aos homens e lhes manifesta o seu amor, oferece aos homens a vida plena, se faz  companheiro de caminhada dos homens e lhes aponta caminhos de salvação. Neste tempo de Quaresma – tempo de caminhada para a vida nova do Homem Novo – somos convidados a olhar para Jesus e a descobrir nas suas indicações, no seu anúncio, no seu “Evangelho” essa proposta de vida nova que Deus quer nos apresentar.
• Os cristãos são aqueles que aderiram a Cristo, que aceitaram integrar a sua comunidade, que comeram a sua carne e beberam o seu sangue, que se identificaram com Ele. Membros do Corpo de Cristo, os cristãos são pedras vivas desse novo Templo onde Deus Se manifesta ao mundo e vem ao encontro dos homens para lhes oferecer a vida e a salvação. Esta realidade supõe naturalmente, para os crentes, uma grande responsabilidade… Os homens do nosso tempo têm que ver no rosto dos cristãos o rosto bondoso e terno de Deus; têm que experimentar, nos gestos de partilha, de solidariedade, de serviço, de perdão dos cristãos, a vida nova de Deus; têm que encontrar, na preocupação dos cristãos com a justiça e com a paz, o anúncio desse mundo novo que Deus quer oferecer a todos os homens. Talvez o fato de Deus parecer tão ausente da vida, das preocupações e dos valores dos homens do nosso tempo tenha a ver com o fato de os discípulos de Jesus se demitirem da sua missão e da sua responsabilidade… O nosso testemunho pessoal é um sinal de Deus para os irmãos que caminham ao nosso lado? A vida das nossas comunidades dá testemunho da vida de Deus? A Igreja é essa “casa de Deus” onde qualquer homem ou qualquer mulher pode encontrar essa proposta de libertação e de salvação que Deus oferece a todos?
• Qual é o verdadeiro culto que Deus espera? Evidentemente, não são os ritos solenes e pomposos, mas vazios, estéreis e balofos. O culto que Deus aprecia é uma vida vivida na escuta das suas propostas e traduzida em gestos concretos de doação, de entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos. Quando somos capazes de sair do nosso comodismo e da nossa auto-suficiência para ir ao encontro do pobre, do marginalizado, do estrangeiro, do doente, estamos  dando a resposta “litúrgica” adequada ao amor e à generosidade de Deus para conosco.
• Ao gesto profético de Jesus, os líderes judaicos respondem com incompreensão e arrogância. Consideram-se os donos da verdade e os únicos intérpretes autênticos da vontade divina. Instalados nas suas certezas e preconceitos, nem sequer admitem que a denúncia que Jesus faz esteja correta. A sua auto-suficiência os impede de ver para além dos seus projetos pessoais e de descobrir os projetos de Deus. Trata-se de uma atitude que, mais uma vez, nos questiona… Quando nos fincamos atrás de certezas absolutas e de atitudes intransigentes, podemos estar  fechando o nosso coração aos desafios e à novidade de Deus.

Imensa vocação de todo o batizado… É no Templo de Jerusalém que Jesus tinha estabelecido a sua morada. É certo que os Judeus sabiam que não se pode encerrar Deus dentro de quatro muros. Mas era somente no Templo que era preciso oferecer os sacrifícios, o culto de adoração e de ação de graças. É preciso também dizer que os escribas e os doutores da Lei tinham fechado o acesso a Deus. Eis que com Jesus surge algo de inaudito: Deus salta o muro! E a cólera de Jesus é a manifestação disso. Doravante, Deus se deixa aproximar num homem que não é um especialista do Templo, um homem que encontra as prostitutas, os publicanos, que come com eles, sem nunca pedir a ninguém para ir primeiro purificar-se no Templo. Doravante, dirá São Paulo, “em Jesus temos livre acesso ao Pai”. Quando vamos comungar, é este homem, Jesus ressuscitado, que vem nos encher com a sua Presença. E, de repente, tornamo-nos a Presença de Deus junto dos nossos irmãos e das nossas irmãs. Grande vocação de todo o batizado! Estamos verdadeiramente conscientes disso?
Meditação para a semana. . .
Reler e meditar os dez Mandamentos… Esta semana, somos convidados a retomar muitas vezes esta oração do Salmo 18, a cantar este louvor da lei do Senhor, que é um apoio para a nossa vida, que nos ajuda ao discernimento, que nos dá a sabedoria e vai nos guiar na boa direção se nos deixarmos conduzir pelo Espírito do Senhor… Convite à disponibilidade, à confiança. Depois o convite a reler e meditar estes “dez mandamentos” que pensamos conhecer: embora sendo da “antiga Aliança”, têm algo a nos dizer e nos revelar de Deus, que só quer a nossa felicidade.
fonte:
www.dehonianos.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário