Sínodo 2015:
Mais espaço
para debate e elaboração de propostas
Os trabalhos da 14ª assembléia geral do Sínodo dos Bispos
(4-25 de outubro) vão ter mais espaço para o debate e o diálogo, com 13 sessões
de trabalhos em grupo, anunciou o Vaticano.
No total, vão ser publicados integralmente os relatórios dos chamados
“círculos menores”, produzidos semanalmente em vários grupos linguísticos
(alemão, francês, espanhol, italiano e inglês), sobre os temas da família. O Papa vai presidir no domingo, 05-out, a
Missa de abertura do Sínodo sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e
no mundo contemporâneo”, na Basílica de São Pedro. Francisco ligou as duas
assembléias sinodais através de um ciclo de catequese semanais sobre
a família e mais recentemente antecipou as suas preocupações para este
encontro, denunciando ameaças “ideológicas” e lembrando as “feridas” na vida
dos casais, que exigem “misericórdia” da Igreja. Perante os participantes do encontro mundial
promovido pelas Equipas de Nossa Senhora, em setembro, o Papa afirmou que “a
imagem da família - como Deus a quer, composta por um homem e uma mulher em
vista do bem dos cônjuges e também da geração e da educação dos filhos - é
deformada através de poderosos projetos contrários, sustentados por
colonizações ideológicas”. Duas semanas depois, num discurso histórico perante
o Congresso norte-americano, Francisco voltou a denunciar ameaças ao
“fundamento” da família e do matrimônio. “Não posso esconder a minha
preocupação pela família, que está ameaçada, talvez como nunca antes, de dentro
e de fora. As relações fundamentais foram postas em discussão, bem como o
próprio fundamento do matrimônio e da família”, advertiu, perante o órgão do
poder legislativo federal nos EUA. Francisco
afirmou que quer “repropor a importância e sobretudo a riqueza e a beleza da
vida familiar”. A Assembléia Sinodal de
2015 representa o fim de um percurso iniciado há dois anos, com o envio do
primeiro questionário a todas as comunidades católicas, com uma participação
recorde. Ao longo de três semanas, serão
debatidos os temas “A escuta dos desafios sobre a família”, “O discernimento da
vocação familiar” e “A missão da família hoje”, correspondentes a cada uma das
partes do instrumentos de Trabalho. Uma comissão de dez padres sinodais
vai supervisionar a redação do relatório final, com votação prevista para 24 de
outubro. Em termos de comunicação, o
Vaticano vai promover uma conferência de imprensa diária, com a presença de
participantes no Sínodo, para além da divulgação dos relatórios dos trabalhos
de grupo. No dia 17 de outubro tem lugar
a sessão comemorativa dos 50 anos do Sínodo dos Bispos, na Sala Paulo VI, com
intervenções de prelados dos cinco continentes, incluindo D. Francisco Chimoio,
arcebispo de Moçambique, e um discurso conclusivo do Papa. No dia seguinte, Francisco vai canonizar,
entre outros, os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Louis Martin (1823-1894)
e Zélie Guérin Martin (1831-1877), declarados beatos pelo Papa emérito Bento
XVI, a 19 de outubro de 2008. A estas
iniciativas une-se uma corrente de oração na Basílica de Santa Maria Maior,
onde estão expostas as relíquias do casal Martin. Junto à sala do Sínodo dos Bispos foi
preparada, por sua vez, uma capela para a oração dos participantes, na qual
estão expostas relíquias Santa Teresinha do Menino Jesus e dos seus pais, bem
como de Maria e Luigi Beltrame Quattrocchi, primeiro casal a ser beatificado,
informou o Vaticano.
Papa Francisco
participa da vigília de oração pela assembléia magna dos bispos que começa neste
domingo em Roma
O
Papa destacou hoje no Vaticano a importância de recuperar a “experiência
conjugal e familiar” da humanidade, durante uma vigília de oração em ação de
graças pelo Sínodo da Família, que começa neste domingo.(05-outubro)
Numa
Praça de São Pedro repleta de peregrinos, Francisco incentivou as pessoas a
rezarem para que os padres sinodais saibam conduzir uma reflexão que
“reconheça, valorize e proponha tudo o que a família tem de belo, de bom e de
santo” e que mostre uma Igreja que é “casa aberta” a todos, “acolhedora e
acessível”. O
Papa argentino fez votos de que o Sínodo se faça próximo de todas as famílias
que passam por “situações de vulnerabilidade que a colocam à prova, como a
pobreza, a guerra, a doença, o luto, as relações feridas e despedaçadas, onde
sobressaem o desânimo, o ressentimento e a ruptura”. E
que os trabalhos sinodais “recordem a estas famílias, como a todas as famílias,
que o Evangelho permanece como boa notícia, que importa sempre repartir”,
complementou. A
vigília de oração, contou com a presença
de boa parte dos cerca de 300 bispos de todo o mundo que vão marcar presença na
assembléia magna dedicada ao tema da Família. Recorde-se
que entre os delegados com direito a voto no Sínodo estarão dois representantes
portugueses, D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
e cardeal-patriarca de Lisboa; e D. Antonino Dias, presidente da Comissão
Episcopal do Laicado e Família e bispo de Portalegre-Castelo Branco. O
momento de oração na Praça de São Pedro foi marcado por vários momentos de
testemunho, com a participação de casais, alguns acompanhados pelos filhos e
netos, e contou também com diversos momentos musicais, subordinados à temática
da família. Na
sua mensagem, o Papa destacou ainda a importância de um Sínodo que, mais do que
falar de família, saiba colocar-se à sua disposição para reconhecer sempre a
dignidade, a consistência e o valor” de cada família, “não obstante as
fraquezas e contradições que a possam assolar”. “Que
na Galileia das pessoas do nosso tempo, possamos reafirmar a expressão de uma
Igreja que é Mãe, capaz de gerar vida e que esteja atenta a dar continuamente a
vida, de acompanhar com dedicação, ternura e força moral, porque se não
soubermos aliar a compaixão à justiça, passaremos apenas por ser inutilmente
severos e profundamente injustos”, salientou. Francisco
prosseguiu afirmando que “uma Igreja que é família sabe agir com a proximidade
e o amor de um Pai, que vive a responsabilidade de um guardião, que protege sem
se sobrepor, que corrige sem humilhar, que educa pelo exemplo e pela paciência,
por vezes simplesmente com o silêncio de uma atitude orante e aberta”. O
Papa argentino convocou todos os peregrinos a invocarem a força do Espírito Santo
para os padres sinodais. E
citando um discurso do Patriarca Atenágoras, de Constantinopla, frisou que “sem
esse Espírito, Deus fica longe, Cristo permanece no passado, a Igreja não passa
de uma simples organização, a autoridade transforma-se em domínio, a missão em
propaganda, o culto e a vocação, o agir dos cristãos numa moral de escravos”.
fonte:
www.ecclesia.pt/sinodofamilia/
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