12 de Outubro - Nossa Senhora da Imaculada Conceição
Aparecida
A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem
seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de
Assumar, D.Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e
Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica,
hoje cidade de Ouro Preto(MG). Convocado
pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e
João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada
conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto
Itaguaçu. João Alves lançou a rede nas
águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a
cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em
diante os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores. Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com
a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da
vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo no meio do povo e
muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa
Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um
oratório, que logo tornou-se pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá
construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública
em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava, e, em 1834 foi
iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha). No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo
de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para
trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para
rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.
Em 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi
coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a
igreja recebeu o título de Basílica Menor. Vinte anos depois, em 17 de dezembro
de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos
Coqueiros tornou-se Município. Em 1929, Nossa Senhora foi proclamada “Rainha do
Brasil” e sua padroeira oficial, por determinação do Papa Pio XI. Com o passar
do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo, e o
número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se
pequena. Tornou-se necessária a construção de outro templo, bem maior, que
pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas
e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de
uma outra igreja, atual Basílica Nova. Em
1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo II, recebendo o
título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, o
"maior Santuário Mariano do mundo".
O padre Francisco da Silveira, que escreveu a crônica de uma missão realizada
em Aparecida em 1748, qualificou a imagem da Virgem Aparecida como “famosa pelos
muitos milagres realizados”. E acrescentava que numerosos eram os peregrinos
que vinham de longas distâncias para agradecer os favores recebidos.
Mencionamos aqui três grandes prodígios ocorridos por intercessão de Nossa
Senhora Aparecida.
O primeiro prodígio, sem dúvida alguma, foi a pesca abundante que se seguiu ao
encontro da imagem. Não há outras referências sobre o fato a não ser aquela da
narrativa do achado da imagem: “E, continuando a pescaria, não tendo até então
pego peixe algum, dali por diante foi tão abundante a pesca que, receosos de
naufragarem pelos muitos peixes que tinham nas canoas, os pescadores se
retiraram às suas casas, admirados com o que ocorrera.” Entretanto, o mais simbólico e rico de significado, sem dúvida, foi o milagre das
velas pela sua íntima relação com a fé. Aconteceu no primitivo oratório do
Itaguaçu, quando o povo se encontrava em oração diante da imagem. Numa noite,
durante a reza do terço, as velas apagaram-se repentinamente e sem motivo, pois
não ventava na ocasião. Houve espanto entre os devotos e, quando Silvana da
Rocha procurou acendê-las novamente, elas se acenderam por si, prodigiosamente. Significativo também é o prodígio das correntes
que se soltaram das mãos de um escravo, quando este implorava a proteção da
Senhora Aparecida. Existem muitas versões orais sobre o fato. Algumas são ricas
em pormenores. O primeiro a mencioná-lo por escrito foi o padre Claro Francisco
de Vasconcelos, em 1828.
Uma rosa de ouro para a Virgem
Em 1967, ano da comemoração do jubileu dos 250 anos do aparecimento da imagem
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o papa Paulo VI ofertou ao Santuário
Nacional da Padroeira do Brasil uma Rosa de Ouro. A entrega desta importante
honraria aconteceu na manhã do dia 15 de agosto daquele mesmo ano, com a
presença de diversas autoridades civis e religiosas, entre elas, o presidente
Artur da Costa e Silva. Atualmente, a Rosa de Ouro encontra-se na exposição
“Rainha do Céu, Mãe dos Homens: Aparecida do Brasil”, no Museu Nossa Senhora
Aparecida, no primeiro andar da Torre Brasília.
O que é uma Rosa de Ouro?
Os sumos pontífices costumavam oferecer como presente uma Rosa de Ouro, em
sinal de particular estima e para distinguir eminentes personalidades que
prestavam relevantes serviços à Igreja, ou para honrar cidades, ou ainda para
realçar Santuários insignes, como centro de grande devoção. Essa Rosa era
artisticamente elaborada segundo o estilo da época.
Romeiros de Nossa Senhora Aparecida
Dos milhões de romeiros que visitam o Santuário Nacional de Aparecida, muitos
são portadores de angústia, outros tantos, da esperança. Esperança de cura, de
emprego, de melhores dias, de paz. Eles
chegam de ônibus, de carro, de moto, de bicicleta, a cavalo e a pé. São pobres
e ricos; são cultos e ignorantes; são homens públicos e cidadãos comuns. Aqui
estiveram Papas, príncipes, princesas, presidentes, poetas, padres, bispos,
prioras, patrões e empregados. Vieram os pescadores. Muitos cumprem um ritual que começou com seus
avós e persiste até hoje. Outros vêm pela primeira vez e ficam perplexos diante
do tamanho do Santuário e de sua beleza. A Imagem os extasia. Olhos que buscam,
vasculham ou se fecham para ler as mensagens secretas que trazem na alma.
Lábios que balbuciam ave-marias, atropeladas pela pressa das muitas intenções. Mãos que seguram as contas do rosário, a vela, o retrato, as flores, o chapéu.
Joelhos que se dobram e se arrastam, em atitude de total despojamento. Pés
cansados pela procura de suas certezas. Coração nas mãos em forma de oferenda.
Na alma, profundo senso do sagrado.O chão que pisam, a porta que transpõem, as
pessoas que aqui residem, tudo tem para eles significado transcendente. Este é
o romeiro de Nossa Senhora Aparecida. Alma pura, simples, do devoto que
acredita, que se entrega à proteção dos céus, sem dúvidas ou restrições.
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