Com esta celebração retomamos o Tempo Comum, que foi
interrompido com o Tempo da Quaresma, Tempo Pascal, Festa de Pentecostes e da
Santíssima Trindade. É na celebração do Domingo, Dia do Senhor e Páscoa
semanal, que o Tempo comum encontra o seu centro significativo. Os Domingos do
Tempo comum são aqueles que se podem considerar os Domingos no seu estado mais
puro: Páscoa semanal e primeiro dia da semana, que dá sentido à vivência de
toda a semana.
Evangelho de Mateus 10, 26-33: O Evangelho de hoje
começa com o pedido de Jesus a seus discípulos de ontem e de hoje: Não tenhais
medo!
As leituras deste domingo põem em relevo a dificuldade em
viver como discípulo, dando testemunho do projeto de Deus no mundo.
Sugerem que a perseguição está sempre no horizonte do
discípulo, mas garantem também que a solicitude e o amor de Deus não abandonam
o discípulo que dá testemunho da salvação.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Jeremias,
um profeta sofredor, que experimenta a perseguição, a solidão, o abandono por
causa da Palavra de Deus, mas não deixa de confiar em Deus e de anunciar com
coerência e fidelidade, as propostas de Deus para os homens.
Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma
como a fidelidade aos projetos de Deus gera vida e como uma vida organizada
numa dinâmica de egoísmo e de auto-suficiência gera morte.
No Evangelho, é o próprio Jesus que, ao enviar os
discípulos, os avisa das perseguições e incompreensões e acrescenta: não temais.
Jesus garante sua presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de
toda a sua caminhada.
Reflexão:
Jesus pede aos discípulos que não deixem o medo impedir a
proclamação da Boa Nova. A mensagem libertadora de Jesus não pode correr o
risco de ficar presa a um pequeno grupo covarde, fechado entre quatro paredes,
sem correr riscos, nem incomodar a ordem injusta sobre a qual o mundo se
constrói, mas deve ser proclamada com coragem, convicção e coerência, de cima
dos telhados, a fim de mudar o mundo e tornar-se uma Boa Nova libertadora para
todos os homens e mulheres.
Jesus recomenda aos discípulos que não se deixem vencer
pelo medo da morte física. O que é decisivo, para o discípulo, não é que os
perseguidores o possam eliminar fisicamente; mas sim, perder a possibilidade de
chegar à vida plena, à vida definitiva.
O verdadeiro cristão sabe que a vida definitiva é um dom,
que Deus oferece àqueles que acolheram a sua proposta e que aceitaram pôr a
própria vida ao serviço do “Reino”. Os discípulos que procuram percorrer com
fidelidade o caminho de Jesus não devem viver angustiados pelo medo da morte. Jesus convida os discípulos a descobrirem a
confiança absoluta em Deus. Para ilustrar a solicitude de Deus, Mateus recorre
a duas imagens: a dos pássaros de que Deus cuida e a dos cabelos que Deus
conta. Deus é aqui apresentado como um Pai, cheio de amor e de ternura, sempre
preocupado em cuidar dos seus filhos, em entendê-los e em protegê-los. Depois de terem descoberto este rosto de
Deus, os discípulos não têm razão para ter medo! A certeza de ser filho de Deus
é, sem dúvida, algo que alimenta a capacidade do discípulo em empenhar-se na
missão e nem as dificuldades e perseguições podem calar esse discípulo que
confia na solicitude, no cuidado e no amor de Deus Pai.
Meditação para a semana. . .
Religião e perseguição formam uma parceria estranha na
história da humanidade e em todas as confissões de fé. Homens e mulheres
religiosos em todos os tempos e de todas as raças sempre tiveram encontro
marcado com alguma forma de perseguição. De onde que a celebração deste Domingo
será caracterizada pelo encorajamento diante de diversas formas de perseguições
sofridas a quem se faz discípulo e discípula de Jesus. As vezes, são
perseguições pequenas, as vezes, grandes perseguições. Em nenhum caso, o
discípulo e discípula desanimam, mas se mantêm firmes na fé e na
fidelidade.
O cristão é aquele que se declarou por Cristo. Fez uma
escolha e, livremente, optou pelo Crucificado. A prova real da fé aí está.
fonte:
www.diocesedejales.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário