30 de Setembro - São
Jerônimo
É incontestável o grande
débito que a cultura e os cristãos de todos os tempos têm com este santo de
inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma
família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais,
herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os
estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde
procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa
liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com
sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor. Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25
anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu
retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características
era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria,
praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375,
depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão.
Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo
não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao
estudo e divulgação do cristianismo. Voltou
para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular.
Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o
latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda a sua vida. O conjunto final de sua
tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial
no Concílio de Trento. Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua
obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz
de escrever e pensar em latim, grego e hebraico, escritor de estilo rico, puro
e, ao mesmo tempo, eloquente. Dono de personalidade e temperamento fortíssimos,
sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos. Devido a certas intrigas do meio romano,
retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e
trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com
um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras
duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava
as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual. Jerônimo
era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha
total clareza de seus merecimentos. Ao escrever o livro "Homens
ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de
velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos
estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.
fonte:
www.paulinas.org.br
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