Exaltação da Santa Cruz: exaltação do amor de Deus
Sob inspiração do Espírito
Santo, São Paulo escreveu na sua carta aos filipenses que Cristo “esvaziou-se a
si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens.
Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se
obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e
lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome” (Fl 2, 7-9). Estes versículos resumem o significado da
Festa que celebramos na liturgia Católica no dia 14 de setembro, a Festa da
Exaltação da Santa Cruz. É uma celebração muito antiga que remonta o início da
liberdade religiosa dos cristãos, tempo em que foram construídas as primeiras
Igrejas – por que até então, os cristãos eram perseguidos e não tinham
liberdade nem ao menos para construir um templo. Foi nesta época, mais
precisamente no ano 335 que foi construída a Igreja do Santo Sepulcro. Na
dedicação desta Igreja foi exposto para veneração pública um pedaço de madeira
que se acreditava ser a Cruz de Nosso Senhor – não sabemos se era realmente ou
não. E isso aconteceu no dia 14 de setembro. A partir de então começou a
propagação desta festa. O dia da
exaltação da Santa Cruz nos recorda a paixão e a morte de Nosso Senhor Jesus
Cristo, mas em um tom um pouco diferente daquele celebrado na sexta-feira
Santa. É – por mais estranho que soe aos nossos ouvidos – uma celebração da
vitória de Cristo realizada na cruz. Como o próprio versículo citado acima diz,
“Deus o exaltou grandemente”! A fé cristã olha para a cruz e vê nela um símbolo de duplo sentido, um
paradoxo: a cruz é símbolo do sofrimento, da dor, da dificuldade e ao mesmo
tempo sinal da salvação, da destruição da morte, da vitória. Como isso é
possível? Só se entende isso encontrando
o fato que está por detrás da Cruz: o Amor de Deus por nós. Sim! O Amor! O amor
carrega em si esse paradoxo de dor-salvação, sofrimento-vitória,
morte-ressurreição. Não compreende isso que acha que amor é sentimento… Amor é
mais do que isso, e só sabe o que é o amor de verdade quem já foi capaz de
sofrer por alguém. Um amor que não é capaz de fazer renúncias por quem se ama,
não é amor de verdade! Amor verdadeiro é cruz, é experimentar a renúncia a si
mesmo e a alegria pelo bem do outro, a destruição daquilo que em nós é falso e
a exaltação daquilo que é verdadeiro, daquilo que realmente importa. Foi assim que Cristo nos amou! “Deus
demonstra seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando ainda
éramos pecadores. Assim, tornados justos
pelo sangue de Cristo, com maior razão seremos salvos por meio dele” (Rm 5,
8-9). Nós cristãos acreditamos no Amor,
acreditamos no Cristo que diz: “Amai-vos como eu vos amei” (Jo 15,12); “Se
alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua Cruz e me siga”. Tudo
isso pode parecer muita loucura. Mas quando encontramos o Amor de Cristo, que é
muito maior do que tudo, somos capazes de olhar para a cruz e ver nela um sinal
da nossa salvação. “Pois a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se
perdem. Mas, para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus” (1Cor
1,18). Exaltado seja o Amor! Exaltado seja o Cristo! Exaltada seja a Cruz! Nós
vos adoramos Senhor Jesus e Vos bendizemos – Porque pela vossa Santa Cruz
remistes o mundo!
fonte:
Pe.
João Henrique Corrêa, pároco-administrador da Catedral Santa Cruz
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