Celebrar os Apóstolos
Pedro e Paulo é um testemunho de fé na Igreja “una, santa, católica,
apostólica”. Pedro é, efetivamente, a pedra que se apóia diretamente sobre a
pedra angular que é Cristo. Pedro, e Paulo são os últimos elos de uma corrente
que nos liga a Jesus. Celebrando Pedro e Paulo celebramos os “fundadores” da
nossa fé, os genearcas do povo cristão. Ambos foram martirizados em Roma, na
perseguição de Nero, por volta do ano 64 d. C.
O Novo Testamento
permite-nos reconstruir, o itinerário da vida dos dois apóstolos e dar-nos
conta da gratuidade da escolha divina. Pedro era um pescador da Galiléia.
Passava os dias no lago de Tiberíade, com o seu pai Jonas e com o seu irmão
André. O seu trabalho consistia em lançar as redes, esperar, retirá-las e,
depois, à tarde, remendá-las, sentado na margem. Foi aí que, uma tarde,
quando lançava as redes para uma última pescaria, ouviu, com o seu irmão, o
chamamento de Jesus que passava: “Segue-me; farei de vós pescadores de homens”
(Mc 1, 17). Começou, assim, a sua extraordinária aventura; seguiu o Mestre da
Galileia para a Judeia; daí, depois da morte de Jesus, percorreu a Palestina,
até se mudar para Antioquia e, daí, chegou finalmente a Roma. Em Roma animou a fé dos
crentes, esteve preso, e foi morto no Vaticano, onde ficou para sempre, não só
com o seu túmulo, mas também com o seu mandato: ficou naqueles que lhe
sucederam naquela que os cristãos chamaram sempre “a cátedra de Pedro”, até ao
papa que hoje governa a Igreja. Nele, Pedro continua a ser “a rocha”, sobre a
qual Cristo continua a edificar a sua Igreja, o sinal da unidade para “aqueles
que invocam o nome do Senhor”. Não muito longe de Pedro, repousa Paulo que, de
perseguidor, se tornou o Apóstolo dos Gentios, o missionário ardoroso do
Evangelho. O seu martírio revelou a substância da sua fé. A evangelização das
duas colunas da Igreja apóia-se, não sobre uma mensagem intelectual, mas sobre
uma praxis profunda, sofrida e testemunhada com a palavra de Jesus.
O lugar de Pedro e dos
seus sucessores não é um cargo honorífico ou uma recompensa de méritos. É um
serviço, o serviço de apascentar as ovelhas do Senhor: “Apascenta as minhas
ovelhas”, disse Jesus (Jo 21, 15ss). Com o dever de dar testemunho dele, Jesus
confiou a Pedro a sua própria missão de Servo e Pastor. Testemunha de Cristo,
pastor e servo dos crentes são prerrogativas que, de Cristo passaram a Pedro e,
de Pedro, aos seus sucessores, os bispos de Roma.
Pedro é o
continuador de Cristo, o substituto, o vigário de Cristo. É de certo modo o
Cristo velado, como na Eucaristia. O seu ensino é o de Cristo. É o instrumento
do Coração de Jesus… Nosso Senhor prometeu antecipadamente a Pedro a sua primazia,
que é a continuação do poder de Cristo: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as potências do inferno não prevalecerão contra
ela» (Mt 16, 18). «Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: tudo o que ligares
será ligado e tudo o que desligares será desligado» (Mt 16, 19). «Quando fores
convertido, confirmarás os teus irmãos» (Lc 22, 32). Quando chegou o dia, Nosso
Senhor realizou a sua promessa. Transmitiu a Pedro a sua autoridade de pastor:
«Pedro, porque me amas muito, porque me amas mais do que os outros, apascenta
os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas». Pedro, pastor supremo da
Igreja, é depositário e administrador de todos os dons do Coração de Jesus.
Preside à administração dos sacramentos… Abre e fecha o tesouro do Coração de
Jesus. Que respeito, que obediência devo a Pedro e aos seus sucessores!
Rezemos pelo Santo Padre, sucessor de Pedro, para que Ele, que o confiou uma tal missão, o ilumine e o torne, cada vez mais, capaz de confirmar na fé os seus irmãos.
Oração
Senhor, vós nos concedeis
a alegria de celebrar hoje a festa dos santos apóstolos Pedro e Paulo: Pedro,
que foi o primeiro a confessar a fé em Cristo, e Paulo, que a ilustrou com a
sua doutrina; Pedro, que estabeleceu a Igreja nascente entre os filhos de
Israel, e Paulo que anunciou o Evangelho a todos os povos; ambos trabalharam,
cada um segundo a sua graça, para formar a única família de Cristo; agora,
associados na mesma coroa de glória, recebem do povo fiel a mesma veneração.
Por isso, vos damos graças e proclamamos a vossa glória. Amém.
Meditação para a semana. . .
Meditação para a semana. . .
A missão de liderança
confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o
papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito
de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios. Se tivesse
Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar
a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de
Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino
acontecer. Se o
considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do
Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De
fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam
de reaparecer. Se a fé de
Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida,
correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser
como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido. Só depois
que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”,
foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a
comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo
deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida,
demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
E nós ? qual nossa visão a
respeito de Jesus ?
fonte:
www.dehonianos.org.br
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