12 de Junho - Santo Onofre
Onofre
foi um eremita que viveu no Egito no final do século IV e início do século V.
Ele foi encontrado por um abade chamado Pafúncio. Acostumado a fazer visitas a
alguns eremitas na região de Tebaida, esse abade empreendeu sua peregrinação a
fim de descobrir se também seria chamado a vivê-la. Pafúncio perambulou no deserto durante vinte
e um dias, quando, totalmente exausto e sem forças, caiu ao chão. Nesse
instante, viu aparecer uma figura que o fez estremecer: era um homem idoso, de
cabelos e barbas que desciam até o chão, recoberto de pêlos tal qual um animal,
usando uma tanga de folhas. Era comum os
eremitas serem encontrados com tal aspecto, pois viviam sozinhos no isolamento
do deserto e eram vistos apenas pelos anjos. No final, ficavam despidos porque
qualquer vestimenta era difícil de ser encontrada e reposta. No primeiro instante, Pafúncio pôs-se a
correr, assustado, com aquela figura. Porém, minutos depois, essa figura o
chamou dizendo que nada temesse, pois também era um ser humano e servo de Deus.
O abade retornou ao local e os dois passaram a conversar. Onofre disse a
Pafúncio o seu nome e explicou-lhe a sua verdadeira história. Era monge em um
mosteiro, mas sentira-se chamado à vida solitária. Resolveu seguir para o
deserto e levar a vida de eremita, a exemplo de são João Batista e do profeta Elias,
vivendo apenas de ervas e do pouco alimento que encontrasse. Onofre falou sobre a fome e a sede que
sentira e também sobre o conforto que Deus lhe dera alimentando-o com os frutos
de uma tamareira que ficava próxima da gruta que era sua moradia. Em seguida,
conduziu Pafúncio à tal gruta, onde conversaram sobre as coisas celestes até o
pôr-do-sol, quando apareceu, repentinamente, diante dos dois, um pouco de pão e
água que os revigorou. Pafúncio falou a ele sobre seu desejo de tornar-se um
eremita. Mas Onofre disse que não era essa a vontade de Deus, que o tinha
enviado para assistir-lhe a morte. Depois, deveria retornar e contar a todos
sua vida e o que presenciara. Pafúncio ficou, e assistiu quando um anjo deu a
eucaristia a Onofre antes da morte, no dia 12 de junho.
Retornando à cidade, escreveu a história de santo Onofre e a divulgou por toda
a Ásia. A devoção a este santo era muito grande no Oriente e passou para o
Ocidente no tempo das cruzadas. O dia 12 de junho foi mantido pela Igreja,
tendo em vista a época em que Pafúncio viveu e escreveu o livro da vida de
santo Onofre, que buscou de todas as maneiras os ensinamentos de Deus.
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