Fone: 3441-9205 - e-mail: psbenedito@bol.com.br Missas Matriz São Benedito: 2ª a 6ª feiras 7h00 2ª e 4ª 19h00 sábado: 18h30 Domingo: 6h30; 9h00 e 18h30 Comunidade Senhor Bom Jesus: domingo: 11h Comunidade São Geraldo Domingo 9h00 Comunidade Santo André: Sábado: 18h30 Domingo 7h30 Recanto dos Idosos N.Sra.do Rosário- RINSER)- toda 3ª feiras as 15h
28 junho, 2015
27 junho, 2015
28/junho/2015 - São Pedro e São Paulo
Celebrar os Apóstolos
Pedro e Paulo é um testemunho de fé na Igreja “una, santa, católica,
apostólica”. Pedro é, efetivamente, a pedra que se apóia diretamente sobre a
pedra angular que é Cristo. Pedro, e Paulo são os últimos elos de uma corrente
que nos liga a Jesus. Celebrando Pedro e Paulo celebramos os “fundadores” da
nossa fé, os genearcas do povo cristão. Ambos foram martirizados em Roma, na
perseguição de Nero, por volta do ano 64 d. C.
O Novo Testamento
permite-nos reconstruir, o itinerário da vida dos dois apóstolos e dar-nos
conta da gratuidade da escolha divina. Pedro era um pescador da Galiléia.
Passava os dias no lago de Tiberíade, com o seu pai Jonas e com o seu irmão
André. O seu trabalho consistia em lançar as redes, esperar, retirá-las e,
depois, à tarde, remendá-las, sentado na margem. Foi aí que, uma tarde,
quando lançava as redes para uma última pescaria, ouviu, com o seu irmão, o
chamamento de Jesus que passava: “Segue-me; farei de vós pescadores de homens”
(Mc 1, 17). Começou, assim, a sua extraordinária aventura; seguiu o Mestre da
Galileia para a Judeia; daí, depois da morte de Jesus, percorreu a Palestina,
até se mudar para Antioquia e, daí, chegou finalmente a Roma. Em Roma animou a fé dos
crentes, esteve preso, e foi morto no Vaticano, onde ficou para sempre, não só
com o seu túmulo, mas também com o seu mandato: ficou naqueles que lhe
sucederam naquela que os cristãos chamaram sempre “a cátedra de Pedro”, até ao
papa que hoje governa a Igreja. Nele, Pedro continua a ser “a rocha”, sobre a
qual Cristo continua a edificar a sua Igreja, o sinal da unidade para “aqueles
que invocam o nome do Senhor”. Não muito longe de Pedro, repousa Paulo que, de
perseguidor, se tornou o Apóstolo dos Gentios, o missionário ardoroso do
Evangelho. O seu martírio revelou a substância da sua fé. A evangelização das
duas colunas da Igreja apóia-se, não sobre uma mensagem intelectual, mas sobre
uma praxis profunda, sofrida e testemunhada com a palavra de Jesus.
O lugar de Pedro e dos
seus sucessores não é um cargo honorífico ou uma recompensa de méritos. É um
serviço, o serviço de apascentar as ovelhas do Senhor: “Apascenta as minhas
ovelhas”, disse Jesus (Jo 21, 15ss). Com o dever de dar testemunho dele, Jesus
confiou a Pedro a sua própria missão de Servo e Pastor. Testemunha de Cristo,
pastor e servo dos crentes são prerrogativas que, de Cristo passaram a Pedro e,
de Pedro, aos seus sucessores, os bispos de Roma.
Pedro é o
continuador de Cristo, o substituto, o vigário de Cristo. É de certo modo o
Cristo velado, como na Eucaristia. O seu ensino é o de Cristo. É o instrumento
do Coração de Jesus… Nosso Senhor prometeu antecipadamente a Pedro a sua primazia,
que é a continuação do poder de Cristo: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as potências do inferno não prevalecerão contra
ela» (Mt 16, 18). «Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: tudo o que ligares
será ligado e tudo o que desligares será desligado» (Mt 16, 19). «Quando fores
convertido, confirmarás os teus irmãos» (Lc 22, 32). Quando chegou o dia, Nosso
Senhor realizou a sua promessa. Transmitiu a Pedro a sua autoridade de pastor:
«Pedro, porque me amas muito, porque me amas mais do que os outros, apascenta
os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas». Pedro, pastor supremo da
Igreja, é depositário e administrador de todos os dons do Coração de Jesus.
Preside à administração dos sacramentos… Abre e fecha o tesouro do Coração de
Jesus. Que respeito, que obediência devo a Pedro e aos seus sucessores!
Rezemos pelo Santo Padre, sucessor de Pedro, para que Ele, que o confiou uma tal missão, o ilumine e o torne, cada vez mais, capaz de confirmar na fé os seus irmãos.
Oração
Senhor, vós nos concedeis
a alegria de celebrar hoje a festa dos santos apóstolos Pedro e Paulo: Pedro,
que foi o primeiro a confessar a fé em Cristo, e Paulo, que a ilustrou com a
sua doutrina; Pedro, que estabeleceu a Igreja nascente entre os filhos de
Israel, e Paulo que anunciou o Evangelho a todos os povos; ambos trabalharam,
cada um segundo a sua graça, para formar a única família de Cristo; agora,
associados na mesma coroa de glória, recebem do povo fiel a mesma veneração.
Por isso, vos damos graças e proclamamos a vossa glória. Amém.
Meditação para a semana. . .
Meditação para a semana. . .
A missão de liderança
confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o
papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito
de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios. Se tivesse
Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar
a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de
Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino
acontecer. Se o
considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do
Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De
fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam
de reaparecer. Se a fé de
Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida,
correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser
como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido. Só depois
que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”,
foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a
comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo
deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida,
demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
E nós ? qual nossa visão a
respeito de Jesus ?
fonte:
www.dehonianos.org.br
26 junho, 2015
27/junho - Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
O Ícone de Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro é de origem oriental, grega. Em fins do século XV, um
negociante roubou o quadro do altar onde estava, na Ilha de Creta, onde foi
venerado pelo povo cristão desde tempos imemoráveis. Escapou milagrosamente de uma
tormenta em alto mar, levando o quadro até Roma. Adoeceu mortalmente e procurou
um amigo que cuidasse dele. Estando para morrer, revelou o segredo do quadro e
pediu ao amigo que o devolvesse a uma igreja. O amigo, por causa da sua esposa,
não quis desfazer-se de tão belo tesouro, tendo morrido sem cumprir a
promessa. Por último, a Santíssima
Virgem apareceu a uma menina de seis anos, filha desta família romana, e
mandou-lhe dizer à mãe e à avó que o quadro devia ser colocado na Igreja de São
Mateus, entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João Latrão. A mãe
obedeceu e o quadro foi colocado nesta igreja no dia 27 de março de 1499. Aí
ele foi venerado durante 300 anos. Então a devoção começou a se divulgar em
toda Roma. Em 1798 a guerra atingiu
Roma. O convento e a igreja, que estavam sob o cuidado dos Agostinianos
irlandeses, foram quase totalmente destruídos. Parte dos agostinianos passou
para um convento vizinho e levou consigo o quadro, onde ficou oculto por anos. Em 1819, os Agostinianos
se transferiram para a Igreja de Santa Maria in Postérula. Com eles foi a
“Virgem de São Mateus”. Mas como “Nossa Senhora da Graça” era já venerada
naquela igreja, o quadro foi posto numa capela interna do convento, onde ele
permaneceu quase desconhecido, a não ser para o Irmão Agostinho Orsetti, um dos
jovens frades provenientes de São Mateus.
O religioso idoso e o
jovem coroinha
Os anos corriam e parecia
que o quadro estava para cair no esquecimento. Um jovem coroinha chamado
Michele Marchi visitava muitas vezes a igreja de Santa Maria in Postérula e
tornou-se amigo do Irmão Agostinho. Muito mais tarde, o então sacerdote Padre Michele
escreveria: “Este bom Irmão costumava me falar com um certo ar de mistério e
ansiedade, especialmente durante os anos 1850 e 1851, estas exatas palavras:
‘Veja bem, meu filho, você sabe que a imagem da Virgem de São Mateus está lá em
cima na capela: nunca se esqueça dela, entende? É um quadro milagroso. Naquele
tempo o Irmão estava quase totalmente cego. Desde a minha infância até quando
entrei na Congregação Redentorista sempre vi o quadro acima do altar da capela
doméstica dos Padres agostinianos, não havia devoção a ele, nem enfeite, nem
sequer uma lâmpada para reconhecer a sua presença, ficava coberto de poeira e
praticamente abandonado. Muitas vezes, quando eu ajudava a Missa lá, eu olhava
para ele com grande atenção”. O Irmão Agostinho morreu
em 1853, com 86 anos, sem ter visto realizado o seu desejo de que a Virgem do
Perpétuo Socorro fosse de novo exposta à veneração pública.
A redescoberta do ícone
Em Janeiro de 1855, os
Missionários Redentoristas adquiriram “Villa Caserta” em Roma, fazendo dela a
Casa Generalícia da sua Congregação missionária, que se tinha espalhado pela
Europa ocidental e América do Norte. Nesta mesma propriedade junto à Via
Merulana, estavam as ruínas da Igreja e do Convento de São Mateus. Sem
perceber, eles tinham adquirido o terreno que, muitos anos antes, tinha sido
escolhido pela Virgem para seu santuário entre Santa Maria Maior e São João de
Latrão. Começaram então a
construção de uma igreja em honra do Santíssimo Redentor e dedicada a Santo
Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor. Em
dezembro de 1855, um grupo de jovens começava seu noviciado na nova casa. Um
deles era Michele Marchi. Os Redentoristas estavam
extremamente interessados na história da sua nova propriedade. A 7 de fevereiro
de 1863, ficaram intrigados com os questionamentos de um pregador jesuíta,
Padre Francesco Blosi, que num sermão falou de um ícone de Maria que “tinha
estado na Igreja de São Mateus na Via Merulana e era conhecido como a Virgem de
São Mateus, ou mais corretamente a Virgem do Perpétuo Socorro”.
Em outra ocasião, o
Cronista da comunidade redentorista, “examinando alguns autores que tinham
escrito sobre as antiguidades romanas, encontrou referências à Igreja de São
Mateus. Entre elas havia uma citação particular, mencionando que naquela igreja
havia um antigo ícone da Mãe de Deus, que gozava de “grande veneração e fama
por seus milagres”. Então, tendo contado tudo isto à comunidade, começaram a se
perguntar onde poderia estar o quadro. Padre Marchi repetiu tudo o que ouvira
do Irmão Agostinho Orsetti e disse a seus confrades que muitas vezes tinha
visto o ícone e sabia muito bem
onde se achava”.
Os Redentoristas recebem o
ícone
Com esta nova informação,
cresceu entre os Redentoristas o interesse por saber mais sobre o ícone e por
recuperá-lo. O Superior Geral, Padre Nicholas Mauron, apresentou uma carta ao
Papa Pio IX, na qual ele pedia à Santa Sé que lhe concedesse o Ícone para ser
colocado na recém-construída Igreja do Santíssimo Redentor e de Santo Afonso. O
Papa concedeu a licença. Conforme a tradição, Pio IX disse ao Superior Geral
dos Redentoristas: “Fazei-a conhecida no mundo inteiro!”. Em janeiro de 1866,
os Padres Michele Marchi e Ernesto Bresciani foram a Santa Maria in Postérula
receber o quadro dos Agostinianos. Começou então o processo
de restauração do ícone. A tarefa foi confiada a um artista polonês, Leopold
Nowotny. Finalmente, no dia 26 de abril de 1866, a imagem era de novo exposta à
veneração pública na igreja de Santo Afonso. Com este evento, começou o quarto
estágio da história: a difusão do ícone no mundo inteiro.
Ícone é o nome dado a uma
pintura que, não sendo apenas um quadro ou uma obra de arte, é carregada de
significados sagrados e leva seu observador à oração. O Ícone de Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro é formado por quatro figuras: Nossa Senhora, o Menino Jesus
e dois arcanjos. A aparição dos arcanjos com uma lança e a cruz mostram ao
Menino Jesus os instrumentos de sua Paixão. Assustado corre aos braços da Mãe.
Por causa do movimento brusco desamarra a sandália. Maria o acolhe com ternura
e lhe transmite segurança. O olhar de Nossa Senhora não se dirige ao Menino,
mas a nós. Porém, sua mão direita nos aponta Jesus, o Perpétuo Socorro. As mãos
de Jesus estão nas mãos de Maria. Gesto de confiança do Filho que se apóia na
Mãe. Na riqueza de seus símbolos, o ícone bizantino tem ainda muito a revelar.
ABREVIATURA DE “ARCANJO SÃO MIGUEL”
Ele
apresenta a lança, a vara com a esponja e o cálice da amargura.
Ele
segura a cruz e os cravos, instrumentos da morte de Jesus.
ABREVIAÇÃO
de Jesus Cristo
ESTRELA
no véu de Maria é a estrela-guia, que nos conduz como conduziu os reis magos,
ao encontro com Jesus. Que nos guia no mar da vida até o porto da
salvação.
OS
OLHOS DE MARIA, grandes, voltados sempre para nós, a fim de acolher-nos e ver
todas as nossas necessidades.
A BOCA
DE MARIA guarda silêncio. Ela que falava pouco, mas comunica muito a partir do
seu olhar sereno. Guarda tudo em seu coração.
TÚNICA
VERMELHA distinguia as virgens do tempo de Nossa Senhora. Sinal de pureza, mas
também da força da fé.
MANTO
AZUL, referência das mães daquela época. Maria é a virgem-mãe de Deus.
AS
MÃOS DE JESUS apoiadas nas mãos de Maria, significando confiança total.
A MÃO
ESQUERDA DE MARIA sustenta Jesus. A mão que apóia, acolhe e protege aqueles
que, nos sustos da vida, correm para os braços da Mãe.
A
SANDÁLIA DESATADA. Nos desesperos da vida, assustados pelas dificuldades e
medos, corremos o risco de perder-nos. Mas resta ainda um fio que nos une à
salvação.
O
CENTRO DO ÍCONE. Maria, ao mesmo tempo que nos acolhe com seu olhar, com a mão
aberta nos indica Jesus Cristo como nosso redentor, nosso Perpétuo Socorro.
O
FUNDO todo do quadro é dourado e dele saem reflexos ressaltando as roupas e
simbolizando a alegria do céu, para onde caminhamos levados pelo Perpétuo
Socorro de Maria.
23 junho, 2015
24
de Junho - Natividade de São João Batista
A Bíblia nos diz que Isabel era prima e muito amiga de
Maria, e elas tinham o costume de visitarem-se. Uma dessas ocasiões foi quando
já estava grávida: "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe
estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41).
Ainda no ventre da mãe, João faz uma reverência e reconhece a presença do
Cristo Jesus. Na despedida, as primas combinam que o nascimento de João seria
sinalizado com uma fogueira, para que Maria pudesse ir ajudar a prima depois do
parto. Assim os evangelistas apresentam
com todo rigor a figura de João como precursor do Messias, cujo dia do
nascimento é também chamado de "Aurora da Salvação". É o único santo,
além de Nossa Senhora, em que se festeja o nascimento, porque a Igreja vê nele
a preanunciação do Natal de Cristo. Ele
era um filho muito desejado por seus pais, Isabel e Zacarias, ela estéril e ele
mudo, ambos de estirpe sacerdotal e já com idade bem avançada. Isabel haveria
de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa
"Deus é propício". Assim foi avisado Zacarias pelo anjo Gabriel. Conforme a indicação de Lucas, Isabel estava
no sexto mês de gestação de João, que foi fixado pela Igreja três meses após a
Anunciação de Maria e seis meses antes do Natal de Jesus. O sobrinho da Virgem
Maria foi o último profeta e o primeiro apóstolo. "É mais que profeta,
disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à
tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti". Ou seja, o primo
João inicia sua missão alguns anos antes de Jesus iniciar a sua própria missão
terrestre. Lucas também fala a respeito da infância de João: o menino foi
crescendo e fortificando-se em espírito e viveu nos desertos até o dia em que
se apresentou diante de Israel. Com
palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência.
Anunciava a vinda do messias prometido e esperado, enquanto de si mesmo deu
este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitarei o
caminho do Senhor..." Aos que o confundiam com Jesus, afirmava com
humildade: "Eu não sou o Cristo". e "Não sou digno de desatar a
correia de sua sandália". Sua originalidade era o convite a receber a
ablução com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Por isso o seu apelido
de Batista. João Batista teve a grande
missão de batizar o próprio Cristo. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo
como Messias com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus que tira os
pecados do mundo... Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo". Jesus, falando de João Batista, tece-lhe o
maior elogio registrado na Bíblia: "Jamais surgiu entre os nascidos de
mulher alguém maior do que João Batista. Contudo o menor no Reino de Deus é
maior do que ele". Ele morreu
degolado no governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons
costumes. O seu martírio é celebrado em 29 de agosto, com outra veneração
litúrgica. São João Batista é um dos
santos mais populares em todo o mundo cristão. A sua festa é muito alegre e até
folclórica. Com muita música e danças, o ponto central é a fogueira, lembrando
aquela primeira feita por seus pais para comunicar o seu nascimento: anel de
ligação entre a antiga e a nova aliança.
21 junho, 2015
21
de Junho - São Luís Gonzaga
Luís nasceu no dia 9 de março de 1568, na
Itália. Foi o primeiro dos sete filhos de Ferrante Gonzaga, marquês de
Castiglione delle Stiviere e sobrinho do duque de Mântua. Seu pai, que servia
ao rei da Espanha, sonhava ver seu herdeiro e sucessor ingressar nas fileiras
daquele exército. Por isso, desde pequenino, Luís era visto vestido como
soldado, marchando atrás do batalhão ao qual seu pai orgulhosamente servia. Entretanto, Luís não desejava essa carreira,
pois, ainda criança fizera voto de castidade. Quando tinha dez anos, foi
enviado a Florença na qualidade de pajem de honra do grão-duque de Toscana.
Posteriormente, foi à Espanha, para ser pajem do infante dom Diego, período em
que aproveitou para estudar filosofia na universidade de Alcalá de Henares. Com
doze anos, recebeu a primeira comunhão diretamente das mãos de Carlos Borromeu,
hoje santo da Igreja. Desejava ingressar na vida religiosa, mas seu pai demorou
cerca de dois anos para convencer-se de sua vocação. Até que consentiu; mas
antes de concordar definitivamente, ele enviou Luís às cortes de Ferrara, Parma
e Turim, tentando fazer com que o filho se deixasse seduzir pelas honras da
nobreza dessas cortes. Luís tinha
quatorze anos quando venceu as resistências do pai, renunciou ao título a que
tinha direito por descendência e à herança da família e entrou para o noviciado
romano dos jesuítas, sob a direção de Roberto Belarmino, o qual, depois, também
foi canonizado. Lá escolheu para si as incumbências mais humildes e o
atendimento aos doentes, principalmente durante as epidemias que atingiram
Roma, em 1590, esquecendo totalmente suas origens aristocráticas. Consta que,
certa vez, Luís carregou nos ombros um moribundo que encontrou no caminho,
levando-o ao hospital. Isso fez com que contraísse a peste que assolava a
cidade. Luís Gonzaga morreu com apenas
vinte e três anos, em 21 de junho de 1591. Segundo a tradição, ainda na
infância preconizara a data de sua morte, previsão que ninguém considerou por
causa de sua pouca idade. Mas ele estava certo.
O papa Bento XIII, em 1726, canonizou Luís Gonzaga e proclamou-o Padroeiro da
Juventude. A igreja de Santo Inácio, em Roma, guarda as suas relíquias, que são
veneradas no dia de sua morte. Enquanto a capa que são Luís Gonzaga usava
encontra-se na belíssima basílica dedicada a ele, em Castiglione delle
Stiviere, sua cidade natal.
17 junho, 2015
17/junho - São Manuel
Com muita alegria contemplamos neste dia, a vida e morte
de São Manuel, que tem o nome oriundo de Emanuel, que biblicamente significa
"Deus-conosco". São Manuel tornou-se uma testemunha do Evangelho que
mereceu o mais alto elogio: mártir do Senhor.
No ano de 313 ocorreu no Império Romano, por parte de Constantino Magno, o
Edito de Milão, que deu liberdade religiosa para todos os cultos inclusive o
Cristão, o qual estava nas catacumbas devido à ignorância e perseguição de
muitos imperadores. Infelizmente, com a morte de Constantino, quem assumiu foi
seu sobrinho Juliano, o apóstata, ou seja, um traidor da fé Católica e
renegador do Batismo, isto em 361.
Com a proclamação de Juliano como imperador, todo o império ficou cheio das
mitologias pagãs e os cristãos começaram novamente a ser perseguidos, interna e
externamente. Neste contexto é que aconteceu o martírio de São Manuel, já que
sendo embaixador do império persa foi com outros cristãos, em missão de paz
para negociar com Juliano. Ao saber que se tratava de cristãos, o tirano
imperador obrigou-os a cultuarem os deuses, coisa que não aconteceu, por isso
Manuel preferiu no ano de 363 ser decapitado juntamente com os outros fiéis a
Cristo e Sua Igreja.
São Manuel, rogai por nós!...
Fonte:
"Santos e Heróis do Povo", Cardeal
Arns, Edições Paulinas
15 junho, 2015
15
de Junho - São Vito
Vito nasceu no final do século III, na antiga cidade de
Mazara, na Sicília ocidental, numa família pagã, muito rica e de nobre estirpe.
Sua mãe morreu quando ele tinha tenra idade e seu pai, Halaz, contratou uma
ama, Crescência, para cuidar do pequenino. Ela era cristã, viúva e tinha
perdido o único filho havia pouco tempo, era de linhagem nobre, mas em
decadência financeira. Ele ainda providenciou um professor, chamado Modesto,
para instruir e formar seu herdeiro. Entretanto, o professor também era cristão. Halaz era um obstinado pagão que encarava o
cristianismo como inimigo a ser combatido. Por isso Modesto e Crescência nunca
revelaram que eram seguidores de Cristo, contudo educaram o menino dentro da
religião. Dessa forma, aos doze anos, embora clandestinamente, Vito já estava
batizado e demonstrava identificação total com os ensinamentos de Jesus. Ao saber do batismo, o pai tentou
convencê-lo a abandonar a fé, o que não deu resultado. Halaz partiu para a
força e castigou o próprio filho, entregando-o, então, ao governador Valeriano,
que o encarcerou e maltratou por vários dias, tentando fazer Vito abdicar de
sua fé. Modesto e Crescência, entretanto, conseguiram arquitetar uma fuga e,
segundo a tradição, com a ajuda de um anjo, tiraram Vito das mãos do poderoso
governador. Fugiram os três para Lucânia, em Nápoles, onde esperavam encontrar
paz. Mas depois de algum tempo foram reconhecidos e passaram a viver de cidade
em cidade, fugindo dos algozes. Neste
período, Vito, que desde os sete anos havia manifestado dons especiais,
patrocinou muitos prodígios. Como o mais célebre deles, lembrado pela tradição,
quando ele ressuscitou, em nome de Jesus, um garoto que tinha sido estraçalhado
por cães raivosos. A perseguição a eles
teve uma trégua apenas quando o filho epilético do imperador Diocleciano ficou
muito doente. O soberano, tendo conhecimento dos dons de Vito, mandou que o
trouxessem vivo à sua presença. Na oportunidade, pediu que ele intercedesse por
seu filho. Vito, então, rezou com todo fervor e em nome de Jesus foi logo
atendido. Porém Diocleciano pagou com a traição. Mandou prender Vito, que não
aceitou renegar a fé em Cristo para ser libertado. Diante da negativa, foi
condenado à morte, que ocorreu no dia 15 de junho, possivelmente de 304, depois
de muitas torturas, quando ele tinha apenas quinze anos de idade. Esta narrativa é tão antiga que alguns
acontecimentos podem ser, em parte, apenas uma vigorosa tradição cristã. Como
esta outra que diz que Vito, Modesto e Crescência teriam sido levados diante da
multidão no Circo, submetidos a torturas violentíssimas e, finalmente, jogados
aos cães raivosos. Entretanto, um milagre os salvou. Os cães, em vez
de atacá-los, deitaram-se aos seus pés. Irado, o sanguinário Diocleciano mandou
que fossem colocados dentro de um caldeirão com óleo quente, onde morreram
lentamente.
O jovem mártir Vito existiu conforme consta no Martirológio Gerominiano,
enquanto Modesto e Crescência só foram incluídos no calendário da Igreja no
século XI. Suas relíquias, que depois de sua morte foram sepultadas em Roma, em
755 foram enviadas para Paris. Mais tarde, foram entregues ao santo rei da
Boêmia, Venceslau, que era muito devoto do santo. Em 958, esse rei fez
construir a belíssima catedral que leva o nome de São Vito e que conserva suas
relíquias até hoje.
Desde a Idade Média, ele é considerado um dos "quatorze santos
auxiliares", os santos cuja intercessão é muito eficaz em ocasiões
específicas e para cura determinada. No caso de são Vito, principalmente na
Europa, é invocado para a cura da epilepsia da "coréia", doença
conhecida popularmente como "doença de São Vito", e da mordida de cão
raivoso. Além de ser padroeiro de muitas localidades.
14 junho, 2015
13 junho, 2015
13 de Junho - Santo Antônio de Pádua
Santo Antônio de Pádua é
tão conhecido por seu nome de ordenação que chamá-lo pelo nome que recebeu no
batismo parece estranho: Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo. Além disso,
ele era português: nasceu em 1195, em Lisboa. De família muito rica e da
nobreza, ingressou muito jovem na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho.
Fez seus estudos filosóficos e teológicos em Coimbra e foi lá também que se
ordenou sacerdote. Nesse tempo, ainda estava vivo Francisco de Assis, e os
primeiros frades dirigidos por ele chegavam a Portugal, instalando ali um
mosteiro. Os franciscanos eram conhecidos por percorrer caminhos e estradas, de
povoado em povoado, de cidade em cidade, vestidos com seus hábitos simples e
vivendo em total pobreza. Esse trabalho já produzia mártires. No Marrocos, por
exemplo, vários deles perderam a vida por causa da fé e seus corpos foram
levados para Portugal, fato que impressionou muito o jovem Fernando. Empolgado
com o estilo de vida e de trabalho dos franciscanos, que, diversamente dos
outros frades, não viviam como eremitas, mas saiam pelo mundo pregando e
evangelizando, resolveu também ir pregar no Marrocos. Entrou para a Ordem,
vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome de Antônio. Entretanto seu destino não parecia ser o
Marrocos. Mal chegou ao país, contraiu uma doença que o obrigou a voltar para
Portugal. Aconteceu, porém, que o navio em que viajava foi envolvido por um
tremendo vendaval, que empurrou a nave em direção à Itália. Antônio desembarcou
na ilha da Sicília e de lá rumou para Assis, a fim de encontrar-se com seu
inspirador e fundador da Ordem, Francisco. Com pouco tempo de convivência,
transmitiu tanta segurança a ele que foi designado para lecionar teologia aos
frades de Bolonha. Com apenas vinte e
seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália.
Antônio aceitou o cargo, mas não ficou nele por muito tempo. Seu desejo era
pregar, e rumou pelos caminhos da Itália setentrional, praticando a caridade,
catequizando o povo simples, dando assistência espiritual aos enfermos e
excluídos e até mesmo organizando socialmente essas comunidades. Pregava contra
as novas formas de corrupção nascidas do luxo e da avareza dos ricos e
poderosos das cidades, onde se disseminaram filosofias heréticas. Ele viajou
por muitas regiões da Itália e, por três anos, andou pelo Sul da França,
principal foco dessas heresias. Continuou
vivendo para a pregação da palavra de Cristo até morrer, em 13 de junho de
1231, nas cercanias de Pádua, na Itália, com apenas trinta e seis anos de
idade. Ali, foi sepultado numa magnífica basílica romana. Sua popularidade era
tamanha que imediatamente seu sepulcro tornou-se meta de peregrinações que
duram até nossos dias. São milhares os relatos de milagres e graças alcançadas
rogando seu nome. Ele foi canonizado no ano seguinte ao de sua morte pelo papa
Gregório IX. Na Itália e no Brasil, por
exemplo, ele é venerado por ajudar a arranjar casamentos e encontrar coisas
perdidas. Há também uma forma de caridade denominada "Pão de Santo
Antonio", que copia as atitudes do santo em favor dos pobres e famintos.
No Brasil, ele é comemorado numa das festas mais
alegres e populares, estando entre as três maiores das chamadas festas
juninas.
No ano de 1946, foi
proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII.
13-junho-2015 -Imaculado Coração de Maria
A liturgia propõe esta memória
para o dia seguinte ao da grande festa do Coração de Jesus. Assim, depois da
solenidade com que se celebra o Coração do Salvador, fazemos uma memória mais
discreta do Coração da Mãe, da toda santa, da obra prima do Espírito.
O coração humano
Foi dito que somente os homens têm coração; os animais,
no máximo, têm músculo cardíaco. Por isso, al falar do coração, nos deparamos
com algo distinto e essencial para a nossa espécie humana. A palavra “coração”
fica, em certas épocas, como que uma voz desgastada pelo uso e pelo abuso,
talvez por um sentimentalismo decadente. Mas sempre renasce; porque é uma
palavra chave da língua, uma “proto-palavra”, isto é, uma palavra de capital
importância e de primeiríssima fila.
A Escritura nos apresenta toda uma gama de dimensões do
coração. O coração é o centro da pessoa, sua interioridade mais profunda, a
sede do conhecimento sapiencial, o lugar de onde brotam as decisões, a
profundidade em que surgem o amor e a fidelidade, a fronteira onde homem se
encontra com Deus e se encontra com ele mesmo, o espaço sagrado em que Deus faz
ressoar sua palavra, exerce sua salvação, derrama seu amor e deposita o dom do
seu Espírito. Vejamos os textos da Escritura sagrada:
O coração é o centro da pessoa e da sua interioridade
mais profunda: “Eu porei minha lei no fundo do seu ser e a escreverei em
seu coração” (Jer. 31, 33).
É o núcleo do qual surgem decisões: “Havia decidido
em meu coração edificar uma casa onde descansasse a arca da aliança do Senhor” (1Cro
28, 2).
É a profundidade de onde nasce o amor e a fidelidade: “Amarás
o Senhor, teu Deus, com todo teu coração, com toda tua alma, com toda tua
mente, com todo teu ser” (Dt 6,5; Mt 22,37; Mc 12,30; cf Dt 13,4); “Eu
vos darei um coração novo e vos infundirei meu espírito novo; vos arrancarei o
coração de pedra e vos darei um coração de carne. Infundirei meu espírito em
vós e farei que vivais segundo meus mandamentos, observando e guardando minhas
leis” (Ez 36,26-27).
É a fronteira onde o homem se encontra com Deus e o órgão
da sua procura e do encontro: “Então procurarás ali (entre as nações) o
Senhor teu Deus e o encontrarás, se o procuras com todo teu coração e com toda
tua alma” (Dt 4, 29).
É o âmbito em que Deus faz ressoar sua palavra de amor,
consolo, rejeição:“Levá-la-ei ao deserto e habitarei seu coração” (Os 2,
16); “falai ao coração de Jerusalém” (Is 40, 2); “a todo
israelita que se entrega a seus ídolos, se logo consulta o profeta, lhe
responderei eu mesmo, o Senhor... Assim chegarei até o coração dos israelitas
que se distanciaram de mim... eu mesmo, o Senhor, lhe responderei” (Ez 14,
4-5.7).
É a profundidade onde Deus justifica, derrama seu amor e
deposita seu Espírito: “quando se crê com o coração, age a força salvadora
de Deus” (Rm 10, 10); “o amor de Deus foi derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5; Gl 4, 6).
Percebemos assim como no coração, para a tradição bíblica
e cristã, estão presentes, não só os sentimentos, mas todas as dimensões da
pessoa: o conhecer, o querer, a decisão moral, o amor humano e teologal.
O Coração de Maria,
O símbolo “Coração de Maria” nos evoca o mundo
de sentimentos da Mãe do Senhor: Ela conhece a alegria transbordante (cf Lc 1,
28.47), mas também a perturbação (cf Lc 1, 29), a perda (cf Lc 2, 35), as
procuras e as angústias (cf Lc 22, 48). Maria é, mesmo assim, aquela que crê,
que“guarda e medita em seu coração” as manifestações de Jesus, desde o
nascimento (Lc 2, 19), ou de mais tarde, na primeira Páscoa do menino (2, 51);
o coração de Maria aparece então como “o berço de toda meditação cristã
sobre os mistérios de Cristo” (J. M. Alonso). Maria é, ainda, modelo do
verdadeiro discípulo, que escuta a Palavra, a conserva no coração e dá fruto
com perseverança (Lc 8, 11-15. 19-21 e 11, 27-28). Maria é, enfim, a mulher
nova que vive sem reservas nem cálculos o dom e os afãs do amor: “o Coração
de Maria é seu amor; seu coração é o centro do seu amor a Deus e aos
homens” (Claret).
Desenvolvamos este último ponto, começando pelo amor a
Deus. Se as veias de Maria tivessem sido abertas alguma vez, teria acontecido,
e com razão, o que se conta de um místico: abriram-lhe as veias e o sangue, ao
cair, em vez de formar uma poça, traçava letras, que iam compondo um nome, o
nome de Deus. Pois, até este ponto O levava dentro de seu próprio sangue. Tão“perdidamente
enamorado dele estava”.
Maria, sob o título do seu Coração, nos mostra que a vida
cristã não se sujeita a uma lei, a um sistema doutrinal, a cumprir um ritual em
que se honra a Deus com os lábios. Ser cristão é viver uma relação de acolhida,
confiança e entrega a Deus vivo; é uma adesão pessoal a Cristo. Desde aí se
viverá a obediência à vontade de Deus, se acolherá o ensinamento do evangelho,
se adorará a Deus em espírito e verdade.
Sobre o amor de Maria aos homens nos fala o Papa João
Paulo II. “Jesus, dizia o Papa na encíclica Dives in misericordia, n
9, manifestou seu amor ‘misericordioso’ antes de tudo no contato com o mal
moral e físico. Neste amor participa de maneira particular e excepcional o
coração da que foi Mãe do Crucificado e do Ressuscitado... Nela e por Ela, tal
amor não cessa de revelar-se na história da Igreja e da humanidade. Tal
revelação é especialmente frutuosa, porque se funda, por parte da Mãe de Deus,
sobre o tato singular do seu coração materno, sobre sua sensibilidade
particular, sobre sua especial aptidão para chegar a todos aqueles que aceitam
mais facilmente o amor misericordioso da parte de uma mãe”.
Mas o Papa convida em outro lugar a destacar sobretudo o
amor preferencial pelos pobres: “A Igreja, acudindo ao Coração de Maria, à
profundidade da sua fé, expressa nas palavras do Magnificat, renova cada vez
melhor em si a consciência de que não se pode separar a verdade sobre Deus que
salva, sobre Deus que é fonte de todo dom, da manifestação do seu amor
preferencial pelos pobres e humildes, que, cantado no Magnificat, se encontra
expressado nas palavras e obras de Jesus” (Redemptoris Mater, 37).
O Coração de Maria se mostra assim como um coração grande
e cheio de nomes, especialmente dos nomes dos últimos, dos mais pequeninos. Por
isso a apresentarão alguns como a mulher toda coração.
Os mistérios de
Maria através do seu coração.
A tradição eclesial tem esclarecido cada vez mais a
história teologal de Maria e a tem proclamado Mãe de Deus, Virgem, Imaculada,
Assunta. Quando se olham por meio do seu coração, se percebe melhor a verdade
destes mistérios, sem despojá-los da dimensão concreta e corporal que podem
ter, ou que de fato têm. Desde Prudêncio e Santo Agostinho, na Igreja latina se
contempla a maternidade de Maria desde esta realidade-chave do seu coração:
dizem-nos que, pela fé, Maria concebeu Jesus antes em seu coração que em seu
seio; e também que “de nada lhe valeria a Maria sua dignidade materna se
não tivesse levado Cristo em seu coração antes que em sua carne”. Deste modo
podemos contemplar em Maria um coração materno.
A virgindade de Maria não se reduz à sua integridade
física e à concepção de Jesus por obra do Espírito Santo sem concurso de homem;
remete-nos à virgindade como realidade religiosa, como amor indiviso a Deus e
entrega às pessoas, talvez como pobreza corporal. Assim nos é mostrado na mãe
do Senhor a presença de um coração virginal.
A concepção imaculada de Maria consiste neste mistério de
graça redentora pelo qual seu coração foi habitado pela Trindade desde o
primeiro momento. O de Maria foi sempre e desde sempre um coração imaculado.
História da
piedade e da liturgia
Os Santos Padres tinham refletido já sobre o coração da
Mãe do Salvador, mas somente mais tarde apareceu a devoção cordimariana. Os
primeiros testemunhos procedem do século VIII. A partir de São Bernardo (séc.
XII), vários deles expressarão uma vivência cordimariana impregnada de
humanismo religioso. Depois da reforma protestante (séc. XVI), que acaba deixando
de lado Maria, emerge uma piedade humanista ressaltando o coração de Maria,
representada por São Pedro Canísio e São Francisco de Sales.
O jansenismo, no século XVII, apresentará uma imagem de
Deus opressora das consciências. Deus era mostrado como santidade infinita que
espanta e afasta, como origem de uma lei que só revela nossa fragilidade e
pecado. Esta infeliz representação de Deus chegava ao povo por distintas vias:
por certa pregação das verdades eternas, pelos devocionários e livros de
meditação e, talvez mais ainda, pelos confessores rigoristas.
Naquele ambiente, São João Eudes (1601-1680) será o
grande promotor da devoção aos sagrados corações de Jesus e Maria. Sobre o
objeto da devoção a este último escrevia: “Desejamos honrar na Virgem Mãe
de Jesus não somente um mistério ou uma ação, como o nascimento, a
apresentação, a visitação, a purificação, não só algumas das suas
prerrogativas, como o ser mãe de Deus, filha do Pai, esposa do Espírito Santo,
templo da santíssima Trindade, rainha do céu e da terra; nem somente sua
digníssima pessoa, mas desejamos honrar nela, antes de tudo, e principalmente a
fonte e a origem da santidade e da dignidade de todos seus mistérios, de todas
suas ações, de todas suas qualidades e da sua mesma pessoa, isto é, seu amor e
sua caridade, já que, segundo todos os santos doutores, o amor e a caridade são
a medida do mérito e o princípio de toda santidade”.
A partir de 1643, se começou a celebrar a festa do
Coração de Maria, que foi aprovada, anos depois, por numerosos Bispos, apesar
da oposição dos jansenistas e, em 1668, o cardeal legado da França a confirmou.
Em Roma se negou o pedido de estabelecer a festa, por apresentar certas
dificuldades doutrinais. Em 1805, foi concedida a celebração a todos os que
solicitassem expressamente a Roma. Em 1855, a Congregação de Ritos aprovou
novos textos, mas com a mesma restrição.
Esplendor e
vicissitudes no século XX
No dia 31 de outubro de 1942, no aniversário das
aparições de Fátima, Pio XII consagrou a Igreja e o gênero humano ao Imaculado
Coração de Maria: “A Vós, ao vosso Coração Imaculado, nesta hora trágica
da história humana, consagramos não só a santa Igreja..., mas também todo o
mundo tomado por funestas discórdias”. No dia 4 de maio de 1944, o Papa
estendeu a toda Igreja latina a festa litúrgica do Imaculado Coração de Maria,
fixando a data para o dia 22 de agosto, oitava da Assunção.
A devoção tinha vingado em toda uma rede de expressões: a
consagração pessoal ao Imaculado Coração, a Arquiconfraria instaurada em muitos
povoados e cidades, graças às missões populares, a novena solene concluída com
uma procissão grandiosa em que se levavam estandartes e a venerada imagem
sentada em um trono, a devoção dos primeiros sábados do mês, promovida pelas
aparições de Fátima, a peregrinação da capelinha do Coração de Maria pelas
casas, os escapulários e insígnias que levavam os devotos, as práticas diárias,
semanais e mensais de reparação ao Coração de Maria ofendido pelos pecadores.
E antes do Concílio Vaticano II se registraram notáveis
mudanças na imagem de Maria: é reduzida certa retórica das grandezas e dos
privilégios e se contempla Maria de Nazaré inserida na longa história do Povo
de Deus. Destaca-se mais sua condição de serva que seu régio esplendor de
soberana, mais sua exemplaridade que seu poder. Cai-se na conta que Ela também
viveu a fé passando pelo desconcerto, pela obscuridade, inclusive, pela noite
(cf Lc 2, 50); que seu amor a Deus conheceu a secura, a prova, quiçá abandono
parecido ao do seu Filho; que teve de manter sua esperança apesar de aparências
contrárias. Maria viveu deste modo, desde dentro, desde o coração, a
peregrinação da fé, os caminhos árduos do amor, os combates da esperança.
Por um lado, as práticas assinaladas acima conheceram uma
forte crise causada por distintos fatores: a renovação litúrgica e a celebração
eucarística vespertina propiciaram o eclipse ou o desaparecimento das devoções.
A linguagem sobrecarregada de epítetos, teologicamente fracos, talvez inclusive
demasiadamente doces, não cabia mais nos costumes das novas gerações. Uma
tendência iconoclasta rejeitava tudo o que era pré-conciliar e suas
características triunfalistas. Uma nova estima pela Palavra de Deus deslocava o
anterior interesse pelas mensagens das aparições. A secularização da sociedade,
a busca por uma nova forma de presença cristã no mundo e quiçá também certo
complexo de vergonha levou à supressão das manifestações religiosas massivas
pelas ruas. Uma nova consciência eclesial terá como repercussão o abandono de
devoções características dos Institutos religiosos, vistas como formas de
capelismo.
No entanto, novas experiências e reflexões parecem
contribuir para um novo renascer. Assinalamos, entre outras, a recuperação da
riqueza teológica bíblica apontada mais acima e a renovada consideração do
mistério de Maria: a gozosa mensagem que seu coração nos transmite sobre as
profundidades a que chega a obra do Espírito, a rica interioridade deste
coração sábio que guarda e medita a história de Jesus e compara esta obra nova
de Deus com sua ação no passado de Israel, a força profética de seu canto (o
Magnificat), a chamada com que este coração de mãe faz ao cultivo de um
elemento materno nos evangelizadores.
Um coração
harmonioso
Nas novas Missas da Virgem Maria aprovadas por João Paulo
II em 1986 se oferece uma celebração do Coração de Maria. No prefácio se
desenha uma bela imagem do coração novo da Mãe de Jesus. A comunidade,
dirigindo-se a Deus, apresenta em oito notas, quatro acordes, seus motivos de
ação de graças com estas palavras: “Deste à Virgem Maria um coração sábio
e dócil, disposto sempre a agradar-te; um coração novo e humilde, para gravar
nele a lei da nova Aliança; um coração simples e limpo, que a fez digna de
conceber virginalmente teu Filho e a fez idônea para contemplar-te eternamente;
um coração firme e disposto para suportar com fortaleza a espada de dor e
esperar, cheia de fé, a ressurreição do seu Filho”. Esta realidade nova
nós a celebramos com alegria na memória do Coração de Maria.
Pablo Largo Domínguez CMF
fonte:
www.claretianos.com.br
12 junho, 2015
12 de Junho - Santo Onofre
Onofre
foi um eremita que viveu no Egito no final do século IV e início do século V.
Ele foi encontrado por um abade chamado Pafúncio. Acostumado a fazer visitas a
alguns eremitas na região de Tebaida, esse abade empreendeu sua peregrinação a
fim de descobrir se também seria chamado a vivê-la. Pafúncio perambulou no deserto durante vinte
e um dias, quando, totalmente exausto e sem forças, caiu ao chão. Nesse
instante, viu aparecer uma figura que o fez estremecer: era um homem idoso, de
cabelos e barbas que desciam até o chão, recoberto de pêlos tal qual um animal,
usando uma tanga de folhas. Era comum os
eremitas serem encontrados com tal aspecto, pois viviam sozinhos no isolamento
do deserto e eram vistos apenas pelos anjos. No final, ficavam despidos porque
qualquer vestimenta era difícil de ser encontrada e reposta. No primeiro instante, Pafúncio pôs-se a
correr, assustado, com aquela figura. Porém, minutos depois, essa figura o
chamou dizendo que nada temesse, pois também era um ser humano e servo de Deus.
O abade retornou ao local e os dois passaram a conversar. Onofre disse a
Pafúncio o seu nome e explicou-lhe a sua verdadeira história. Era monge em um
mosteiro, mas sentira-se chamado à vida solitária. Resolveu seguir para o
deserto e levar a vida de eremita, a exemplo de são João Batista e do profeta Elias,
vivendo apenas de ervas e do pouco alimento que encontrasse. Onofre falou sobre a fome e a sede que
sentira e também sobre o conforto que Deus lhe dera alimentando-o com os frutos
de uma tamareira que ficava próxima da gruta que era sua moradia. Em seguida,
conduziu Pafúncio à tal gruta, onde conversaram sobre as coisas celestes até o
pôr-do-sol, quando apareceu, repentinamente, diante dos dois, um pouco de pão e
água que os revigorou. Pafúncio falou a ele sobre seu desejo de tornar-se um
eremita. Mas Onofre disse que não era essa a vontade de Deus, que o tinha
enviado para assistir-lhe a morte. Depois, deveria retornar e contar a todos
sua vida e o que presenciara. Pafúncio ficou, e assistiu quando um anjo deu a
eucaristia a Onofre antes da morte, no dia 12 de junho.
Retornando à cidade, escreveu a história de santo Onofre e a divulgou por toda
a Ásia. A devoção a este santo era muito grande no Oriente e passou para o
Ocidente no tempo das cruzadas. O dia 12 de junho foi mantido pela Igreja,
tendo em vista a época em que Pafúncio viveu e escreveu o livro da vida de
santo Onofre, que buscou de todas as maneiras os ensinamentos de Deus.
11 junho, 2015
12/junho/2015
Iremos celebrar com grande
alegria, na próxima sexta-feira, dia 12 de junho, a Solenidade do Sagrado
Coração de Jesus. Com esta solenidade a Mãe Igreja, em todo o mundo, é
convidada a fazer a sua jornada mundial de orações pelos sacerdotes. O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Jesus
na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi teve início no século XVII, com São
João Eudes († 1680) e Santa Margarida Alacoque († 1690), embora a devoção
remonte aos séculos XIII e XIV, recebendo a primeira aprovação pontifícia um
século mais tarde. Em 1856, o papa Pio IX estendeu a festa a toda a Igreja, e
em 1928 Pio XI lhe deu a máxima categoria litúrgica. A reforma pós-conciliar
renovou profundamente seus textos, com base no formulário da missa composto por
ordem de Pio XI. Sabemos, porém, que o que essa devoção nos anuncia vem da
revelação: o amor de Deus anunciado a nós por Jesus Cristo Nosso Senhor, que
deu sua vida por todos nós. Para o Papa
Bento XVI, o culto ao Sagrado Coração de Jesus confunde-se com a história do
Cristianismo. Ao compreendermos que o mistério do amor de Deus sobre nós é
conhecido por meio da manifestação deste amor de forma mais profunda na
Encarnação e também na Paixão e morte de Jesus na Cruz. Ensina o Papa Emérito:
“Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o
conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o
conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é
importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio
cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso
Redentor, “a quem transpassaram” (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10)”. Assim, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus
dá-se não só pelo mero cumprimento devocional, mas como um profundo mergulhar
na vivência radical do Evangelho. Inserindo-se no coração aberto de Jesus,
inseri-se na vida de Cristo e na união de vontades, e tem como fruto uma
relação viva entre Deus e o homem. Ensina o Papa emérito que: “A resposta
ao mandamento do amor se faz possível só com a experiência de que este amor já
nos foi dado antes por Deus (cf. encíclica «Deus caritas est», 14). O culto do
amor que se faz visível no mistério da Cruz, representado em toda celebração
eucarística, constitui, portanto, o fundamento para que possamos converter-nos
em instrumentos nas mãos de Cristo: só assim podemos ser arautos críveis de seu
amor. Esta abertura à vontade de Deus, contudo, deve renovar-se em todo
momento: «O amor nunca se dá por “concluído” e completado» (cf. encíclica «Deus
caritas est», 17). Acho oportuno que neste mês de junho, em preparação para a
festa do Sagrado Coração de Jesus, façamos um esforço de conhecer, ler, estudar
e meditar a Carta Encíclica Haurietis Aquas, do Sumo Pontífice Papa Pio
XII, sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus. O Papa Pio XII ensinou, com
propriedade, que, também a Igreja e os sacramentos são dons do sagrado
coração de Jesus. Diz o Papa: "Não se pode, pois, duvidar de que,
participando intimamente da vida do Verbo encarnado, e pelo mesmo motivo sendo,
não menos do que os demais membros da sua natureza humana, como que instrumento
conjunto da Divindade na realização das obras da graça e da onipotência
divina,(28), o Sagrado Coração de Jesus é também símbolo legítimo daquela
imensa caridade que moveu o nosso Salvador a celebrar, com o derramamento do
seu sangue, o seu místico matrimônio com a Igreja: "Sofreu a paixão por
amor à Igreja que Ele devia unir a si como esposa".(29) Portanto, do coração
ferido do Redentor nasceu a Igreja, verdadeira administradora do sangue da
redenção, e do mesmo coração flui abundantemente a graça dos sacramentos, na
qual os filhos da Igreja bebem a vida sobrenatural, como lemos na sagrada
liturgia: "Do coração aberto nasce a Igreja desposada com Cristo... Tu,
que do coração fazes manar a graça".(30) A respeito desse símbolo, que nem
mesmo dos antigos Padres, escritores e eclesiásticos foi desconhecido, o Doutor
comum, fazendo-se eco deles, assim escreve: "Do lado de Cristo brotou água
para lavar e sangue para redimir. Por isso, o sangue é próprio do sacramento da
Eucaristia; a água, do sacramento do Batismo, o qual, entretanto, tem força
para lavar em virtude do sangue de Cristo".(31) O que aqui se afirma do
lado de Cristo, ferido e aberto pelo soldado, cumpre aplicá-lo ao seu coração,
ao qual, sem dúvida, chegou a lançada desfechada pelo soldado, precisamente
para que constasse de maneira certa a morte de Jesus Cristo. Por isso, durante
o curso dos séculos, a ferida do coração sacratíssimo de Jesus, morto já para
esta vida mortal, tem sido a imagem viva daquele amor espontâneo com que Deus
entregou seu Unigênito pela redenção dos homens, e com o qual Cristo nos amou a
todos tão ardentemente que a Si mesmo se imolou como hóstia cruenta no
Calvário: "Cristo amou-nos e ofereceu-se a Deus em oblação e hóstia de
odor suavíssimo" (Ef 5, 2) “(Cf. Haurietis Aquas, 39). A Igreja estima muito a devoção ao Sagrado
Coração de Jesus e, particularmente o Apostolado da Oração nos matricula na
escola do Coração de Cristo, porque a Igreja e todos os batizados são dons do
Sagrado Coração de Jesus. A ternura e a acolhida de Cristo para com todos deve
ser o apanágio de nossa devoção ao Coração de Cristo, que sempre acolheu e nos
ensina a acolher e a evangelizar. Portanto, prestar culto ao Sagrado Coração de
Cristo significa adorar aquele Coração que, depois de nos ter amado até o fim,
foi trespassado por uma lança e do alto da Cruz derramou sangue e água, fonte
inexaurível de vida nova. A festa do
Sagrado Coração é também o Dia Mundial pela Santificação dos Sacerdotes,
ocasião propícia para rezar a fim de que os presbíteros nada anteponham ao amor
de Cristo. Que nossos sacerdotes possam, a exemplo do que representa a imagem
do Sagrado Coração de Jesus, lançar a sua mão direita, aberta para o infinito,
convocando todos os que estão à margem para procurarem o Coração de Cristo, que
é a Igreja. E nossas mãos esquerdas, a exemplo da imagem do Sagrado Coração,
sejam sempre dirigidas, com nossos atos, para o Coração de Cristo, que a todos
nós acolhe, ama, perdoa e nos fortaleza na missão de testemunhar o
Ressuscitado!
Levemos o amor do Coração
de Cristo às periferias e que nossas lideranças e clero promovam uma nova
evangelização.
Sagrado Coração de Jesus,
temos confiança em vós!
fonte:
www.arqrio.org.br
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