21 de Janeiro - Santa Inês
O nome "Agnes", para nós Inês, em grego
significa pura e casta, enquanto em latim significa cordeiro. Para a Igreja,
Santa Inês é o próprio símbolo da inocência e da castidade, que ela defendeu
com a própria vida. A idéia da virgindade casta foi estabelecida na Igreja
justamente para se contrapor à devassidão e aos costumes imorais dos pagãos.
Inês levou às últimas conseqüências a escolha que fez à esses valores. É uma
das Santas mais antigas do cristianismo. Sua existência transcorreu entre os
séculos três e quatro, sendo martirizada durante a décima perseguição ordenada
contra os cristãos, desta vez imposta pelo terrível imperador Diocleciano, em
304. Inês pertencia à uma rica, nobre e cristã família romana. Isso lhe
possibilitou receber uma educação dentro dos mais exatos preceitos religiosos,
o que a fez tomar a decisão precoce de se tornar "esposa de Cristo".
Tinha apenas 13 anos quando foi denunciada como cristã. Dotada de uma beleza incomum, recebeu
inúmeros pedidos de casamento, inclusive do filho do prefeito de Roma. Aliás,
essa foi a causa que desencadeou seu suplício e uma violenta perseguição contra
os cristãos. A narração que nos chegou conta que o rapaz, apesar das negativas
da jovem, tentava corteja-la. Seu pai indignado com as constantes recusas que
deixavam seu filho inconsolável, tentou forçar que Inês aceitasse seu filho
como esposo, mas tudo em vão. Numa certa tarde de tempestade, o rapaz tentou
toma-la nos braços, mas foi atingido por um raio e caiu morto aos seus pés.
Quando o prefeito soube, procurou Inês com humildade e lhe implorou que pedisse
a seu Deus pela vida de seu filho. Ela erguendo as mãos e voltando os olhos
para o céu orou para que Nosso Senhor trouxesse o rapaz de volta à vida
terrena, mostrando toda Sua misericórdia. O rapaz voltou e percebendo a
santidade de Inês se converteu cristão. Porém, seu pai, o prefeito, viu aquela
situação como um sinal de poder dos cristãos e resolveu aplicar a perseguição,
decretada por Diocleciano, de modo implacável.
Inês, segundo ele, fora denunciada e por isso teria de ser enviada para
a prisão. Mesmo assim, ela nunca tentou se livrar da pena em troca do casamento
que fora proposto em nome do filho do prefeito e muito menos negou sua fé em
Cristo. Preferiu sofrer as terríveis humilhações de seus carrascos, que estavam
decididos a fazê-la mudar de idéia através da força. Arrastada violentamente
até a presença de um ídolo pagão, para que o adorasse, Inês se manteve firme em
suas orações à Cristo. Depois foi levada à uma casa de prostituição, para que
fosse possuída à força, mas ninguém ousou tocar sequer num fio de seu cabelo,
saindo de lá na mesma condição de castidade que chegou. Cada vez mais a situação ficava fora do controle
das autoridades romanas e o povo estava se convertendo em massa. Para aplacar
os ânimos Inês foi levada ao Circo e condenada à fogueira, mas o fogo
prodigiosamente se abriu e não a queimou. Assim, o prefeito decretou que fosse
morta por decapitação a fio de espada, naquele exato momento. Foi dessa maneira
que a jovem Inês testemunhou sua fé em Cristo. Seu enterro foi um
verdadeiro triunfo da fé; seus pais, levaram o corpo de Inês, e o enterraram
num prédio que possuíam na estrada que de Roma conduz a Nomento. Nesse local,
por volta do ano de 354, uma Basílica foi erguida a pedido da filha do
imperador Constantino, em honra à Santa. Trata-se de uma das mais antigas de
Roma, na qual encontram-se suas relíquias e sepultura. Na arte, Santa Inês é
comumente representada com uma ovelha, e uma palma, sendo que a ovelha sugere
sua castidade e inocência.

Sua pureza martirizada faz parte, até hoje, dos rituais da Igreja. Todo ano, no
dia de sua veneração, em 21 de janeiro, é realizada na Basílica de Santa Inês, fora
dos muros do Vaticano, uma Missa solene onde dois cordeirinhos brancos, ornados
de flores e fitas são levados para o celebrante os benzer. Depois os mesmos são
apresentados ao Papa, que os entrega a religiosas encarregadas de os guardar
até a época da tosquia. Com sua lã são tecidos os pálios que, na vigília de São
Pedro e São Paulo, são colocados sobre o altar da Basílica de São Pedro.
Posteriormente esses pálios são enviados à todos os arcebispos do mundo
católico ocidental e eles os recebem em sinal da obediência que devem à Santa
Sé, como centro da autoridade religiosa.
fonte:
www.paulinas.org.br
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