A liturgia do 2º Domingo
do Tempo Comum nos propõe uma reflexão
sobre a disponibilidade para acolher os desafios de Deus e para seguir Jesus.
A primeira leitura nos apresenta a história do chamamento de Samuel. O autor
desta reflexão deixa claro que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, o
qual vem ao encontro do homem e o chama pelo nome. Ao homem é pedido que se
coloque numa atitude de total disponibilidade para escutar a voz e os desafios
de Deus. O Evangelho descreve o encontro de Jesus com os seus primeiros
discípulos. Quem é “discípulo” de Jesus? Quem pode integrar a comunidade de
Jesus? Na perspectiva de João, o discípulo é aquele que é capaz de reconhecer
no Cristo que passa o Messias libertador, que está disponível para seguir Jesus
no caminho do amor e da entrega, que aceita o convite de Jesus para entrar na
sua casa e para viver em comunhão com Ele, que é capaz de
testemunhar Jesus e de anunciá-lo aos outros irmãos. Na segunda leitura,
Paulo convida os cristãos de Corinto a viverem de forma coerente com o
chamamento que Deus lhes fez. No crente que vive em comunhão com Cristo deve
manifestar-se sempre a vida nova de Deus. Aplicado ao domínio da vivência da
sexualidade – um dos campos onde as falhas dos cristãos de Corinto eram mais
notórias – isto significa que certas atitudes e hábitos desordenados devem ser
totalmente banidos da vida do cristão.
Reflexão:
• O Evangelho deste
domingo nos diz, antes de mais nada, o que é ser cristão… A identidade cristã
não está na simples pertença jurídica a uma instituição chamada “Igreja”, nem
na recepção de determinados sacramentos, nem na militância em certos movimentos
eclesiais, nem na observância de certas regras de comportamento dito “cristão”…
O cristão é, simplesmente, aquele que acolheu o chamamento de Deus para seguir
Jesus Cristo.
• O que é, de maneira concreta, seguir Jesus? É ver nele o Messias libertador
com uma proposta de vida verdadeira e eterna, aceitar se tornar seu discípulo,
segui-lo no caminho do amor, da entrega, da doação da vida, aceitar o desafio
de entrar na sua casa e de viver em comunhão com Ele.
• O texto sugere também que essa adesão
só pode ser radical e absoluta, sem meias palavras nem hesitações. Os dois
primeiros discípulos não discutiram o “salário” que iam ganhar, se a aventura
tinha futuro ou se estava condenada ao fracasso, se o abandono de um mestre
para seguir outro representava uma promoção ou uma despromoção, se o que
deixavam para trás era importante ou não era importante; simplesmente “seguiram
Jesus”, sem garantias, sem condições, sem explicações supérfluas, sem “seguros
de vida”, sem se preocuparem em salvaguardar o futuro se a aventura não desse
certo. A aventura da vocação é sempre um salto, decidido e sereno, para os
braços de Deus.
• A história da vocação de André e do outro discípulo (despertos por João
Batista para a presença do Messias) mostra, ainda, a importância do papel dos
irmãos da nossa comunidade na nossa própria descoberta de Jesus. A comunidade nos ajuda a tomar consciência desse Jesus que
passa e nos aponta o caminho do seguimento. Os desafios de Deus ecoam, tantas
vezes, na nossa vida através dos irmãos que nos rodeiam, das suas indicações,
da partilha que eles fazem conosco e que dispõe o nosso coração para reconhecer
Jesus e para segui-lo. É na escuta
dos nossos irmãos que encontramos, tantas vezes, as propostas que o próprio
Deus nos apresenta.
• O encontro com Jesus nunca é um caminho fechado, pessoal e sem consequências
comunitárias… Mas é um caminho que tem que me levar ao encontro dos irmãos e
que deve tornar-se, em qualquer tempo e em qualquer circunstância, anúncio e
testemunho. Quem experimenta a vida e a liberdade que Cristo oferece, não pode ignorar
essa descoberta; mas deve sentir a necessidade de a partilhar com os outros, a
fim de que também eles possam encontrar o verdadeiro sentido para a sua
existência. “Encontramos o Messias” deve ser o anúncio jubiloso de quem fez uma
verdadeira experiência de vida nova e verdadeira e anseia por levar os irmãos a
uma descoberta semelhante.
• João Batista nunca procurou apontar os holofotes para a sua própria pessoa e
criar um grupo de adeptos ou seguidores que satisfizessem a sua vaidade ou a
sua ânsia de protagonismo… A sua preocupação foi apenas preparar o coração dos
seus concidadãos para acolher Jesus. Depois, retirou-se discretamente para a
sombra, deixando que os projetos de Deus seguissem o seu curso. Ele nos ensina
a nunca o protagonisno ou a atrair sobre nós as atenções; ele nos ensina a
sermos testemunhas de Jesus, não de nós próprios.
Meditação para a semana. .
.
Reunião de família… A voz do Pai profere uma palavra de ternura: “Tu és o meu
Filho bem amado, em ti coloquei todo o meu amor”. Como se o Filho tivesse
necessidade de ouvir dizer que era amado pelo seu Pai… A efusão é do Espírito
para que o sopro de vida e de libertação que o Filho veio espalhar sobre a
terra seja o sopro do Espírito, um sopro que não guardará para si, pois no
Pentecostes derramará sobre os apóstolos. A solidariedade é a do Filho para
manifestar a sua humanidade. Ele é verdadeiramente homem, homem no meio dos
homens, partilhando toda a condição humana, exceto o pecado.
«Aqui estou!»
A minha resposta à maneira
de Samuel…
Como, sob que forma, não
necessariamente explícita, foi dada esta resposta?
Que escolhas mais ou menos
importantes ela provocou?
Que consequências teve a
seguir?
Que balanço fazer hoje?
Faço regularmente um
balanço espiritual?
Vamos esta semana, voltar
a dizer “aqui estou”, com generosidade, liberdade e felicidade…
fonte:
www.dehonianos.org
piritual?
Vamos esta semana, voltar
a dizer “aqui estou”, com generosidade, liberdade e felicidade…
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