A liturgia deste domingo tem como cenário de fundo o projeto salvador de Deus.
No batismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que
veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens.
Cumprindo o projeto do Pai, Ele se fez um de nós, partilhou a nossa fragilidade
e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado e empenhou-se em
promover-nos, para que pudéssemos chegar à vida em plenitude.
A primeira leitura anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado
aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do
Espírito de Deus, ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade,
sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são
os de Deus.
No Evangelho, nos aparece a concretização da promessa profética: Jesus é o
Filho/”Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito e cuja missão é
realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-se pessoa,
identificou-se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de
promove-los e de leva-los à reconciliação com Deus, à vida em plenitude.
A segunda leitura reafirma que Jesus é o Filho amado que o Pai enviou ao mundo
para concretizar um projeto de salvação; por isso, Ele “passou pelo mundo
fazendo o bem” e libertando todos os que eram oprimidos. É este o testemunho
que os discípulos devem dar, para que a salvação que Deus oferece chegue a
todos os povos da terra.
Reflexão:
• No episódio do batismo,
Jesus aparece como o Filho amado, que o Pai enviou ao encontro dos homens para libertá-los
e para os inserir numa dinâmica de comunhão e de vida nova. Nessa cena
revela-se, portanto, a preocupação de Deus e o imenso amor que Ele nos dedica…
É bonita esta história de um Deus que envia o próprio Filho ao mundo, que pede
a esse Filho que se solidarize com as dores e limitações dos homens e que,
através da ação do Filho, reconcilia os homens consigo e os faz chegar à vida
em plenitude. Aquilo que nos é pedido é que correspondamos ao amor do Pai,
acolhendo a sua oferta de salvação e seguindo Jesus no amor, na entrega, no dom
da vida. Ora, no dia do nosso batismo, comprometemo-nos com esse projeto…
Temos, depois disso, renovado diariamente o nosso compromisso e percorrido, com
coerência, esse caminho que Jesus veio nos propor?
• A celebração do batismo do Senhor nos leva até um Jesus que assume plenamente
a sua condição de “Filho” e que se faz obediente ao Pai, cumprindo integralmente
o projeto do Pai de dar vida ao homem. É esta mesma atitude de obediência
radical, de entrega incondicional, de confiança absoluta que eu assumo na minha
relação com Deus? O projeto de Deus é, para mim, mais importante de que os meus
projetos pessoais ou do que os desafios que o mundo me faz?
• O episódio do batismo de Jesus coloca-nos frente a frente com um Deus que
aceitou identificar-se com o homem, partilhar a sua humanidade e fragilidade, a
fim de oferecer ao homem um caminho de liberdade e de vida plena. Eu, filho
deste Deus, aceito ir ao encontro dos meus irmãos mais desfavorecidos e
estender-lhes a mão? Partilho a sorte dos pobres, dos sofredores, dos
injustiçados, sofro na alma as suas dores, aceito identificar-me com eles e
participar dos seus sofrimentos, a fim de melhor ajuda-los a conquistar a
liberdade e a vida plena? Não tenho medo de me sujar ao lado dos pecadores, dos
marginalizados, se isso contribuir para os promover e para lhes dar mais
dignidade e mais esperança?
• No batismo, Jesus tomou
consciência da sua missão (essa missão que o Pai Lhe confiou), recebeu o
Espírito e partiu em viagem pelos caminhos poeirentos da Palestina, testemunhando o projeto libertador do Pai. Eu,
que no batismo aderi a Jesus e recebi o Espírito que me capacitou para a
missão, tenho sido uma testemunha séria e comprometida desse programa em que
Jesus Se empenhou e pelo qual Ele deu a vida?
Rosto de Deus, de Cristo,
da Igreja…
Acolhemos o Rosto de Deus que está acima de
tudo e está tão próximo de nós, que nos dá gratuitamente todos os seus dons?
Acolhemos o Rosto do Filho bem-amado,
revelação da ternura e do amor do Pai, saboreando com Cristo o gosto infinito
da relação íntima e única que O une ao Abba, Pai?
Acolhemos na nossa fé o Rosto da Palavra, que
nos empenha ao compromisso e ao anúncio?
Meditação para a semana. . .
Um tempo novo abre-se
diante de nós: Jesus vai seguir, com toda a liberdade, o caminho de Jerusalém e
nós iremos acompanhar, ao longo do ano litúrgico, o seu ensinamento e
redescobrir os sinais que Ele realiza.
Fazendo memória dos batismos
que a Igreja celebra e do nosso próprio batismo, somos convidados a seguir os
passos de Cristo.
Que Ele nos envolva no seu seguimento e nos
leve a viver juntos como irmãos!
fonte:
www.dehonianos.org.
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