14 de Novembro - São Serapião
A vida deste santo encerra um capítulo da história
européia, pois que sua aventura humana e espiritual reflete os fatos de sua
época, nos quais esteve presente, se bem que só como “coadjuvante”, talvez a
contragosto.
Filho de um capitão inglês a serviço do rei Henrique II, em 1190 participou com
o pai da terceira cruzada, sob o comando do célebre Ricardo Coração de Leão. No
regresso, foi feito prisioneiro das tropas do duque da Áustria, próximo da
laguna vêneta, e mantido como refém.
O duque gostou dele e o tomou a seu serviço na expedição de ajuda ao rei da
Espanha contra os mouros. Quando chegaram, a batalha havia terminado. Serapião
conseguiu então ficar a serviço do rei Afonso de Castela, para voltar novamente
à Áustria, quando o duque tomou parte na quinta cruzada. Neste ponto se encerra
sua aventura militar. Passa, na realidade, a militar sob uma outra bandeira:
conhece Pedro Nolasco, o fundador dos mercedários, e decide juntar-se a ele
para dedicar-se ao resgate dos escravos. Para sua primeira missão pacífica
dirige-se com são Raimundo Nonato a Argel. Conseguem libertar 150 escravos. E
como tinha aprendido a arte da guerra, teve o encargo de seguir as tropas
espanholas na conquista das Baleares. Em todo caso, sua missão era fundar
nessas ilhas o primeiro convento de sua ordem, que depois confiou à direção de
um confrade. Em seguida, dirigiu-se à Inglaterra a fim de erigir um posto
avançado da ordem. Dessa vez, porém, a expedição teve um epílogo trágico: o
navio foi assaltado por corsários, Serapião barbaramente espancado e lançado em
uma praia deserta porque considerado morto. Recolhido por alguns pescadores,
refez-se e pouco depois prosseguiu a viagem para Londres, onde não teve vida
fácil. Foi expulso de modo grosseiro, por haver desaprovado a injusta
apropriação dos bens eclesiásticos pelo governo. Voltou à Espanha e prosseguiu
na obra caritativa de resgate dos prisioneiros, até que os mouros voltaram sua
raiva contra ele: crucificaram-no numa cruz de santo André e, depois de atrozes
torturas, decapitaram-no. Seu culto foi confirmado em 1728.
fonte:
www.paulinas.org.br
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