11 de Novembro - São Martinho de Tours
Bastou o episódio do manto dividido em dois para abrigar
contra o frio um mendigo encontrado à noite, quando estava de ronda, para
torná-lo popular no decurso dos séculos. A vida de Martinho é constelada de
gestos generosos.
Nascido na província romana da Panônia, o pai, militar, o
encaminhou à mesma carreira em Pavia, para onde fora destinado. Martinho foi
logo promovido ao grau de circitor, isto é, de ronda noturna, e foi durante
este serviço que dividiu seu manto com o pobre friorento. Recebeu o batismo na
Páscoa de 339 e continuou a vida militar até os 40 anos. Depois da dispensa foi
para Poitiers encontrar-se com o bispo Hilário, que o acolheu em sua diocese,
ordenando-o exorcista e hospedando-o em uma vila um pouco distante, onde
Martinho levou vida monacal, logo rodeado de discípulos. Surgiu assim o
primeiro mosteiro da Europa, em Ligugé. Realizava-se assim sua grande
aspiração, expressa na juventude e contrariada pelo pai, obstinadamente pagão.
Mas em Ligugé permaneceu apenas dez anos. O bispo de Tours havia morrido, e os
fiéis logo pensaram em Martinho. Não foi fácil convencê-lo; para vencer sua
resistência, tiveram de recorrer a um estratagema: um certo Rusticus convidou-o
a sua casa, para visitar a mulher enferma e tocá-la com as mãos. Martinho não
pôde subtrair-se a um ato de caridade e foi. Mas no caminho um grupo de
cristãos raptou-o e levou-o a Tours, onde a população o aclamou bispo. Isso
também aconteceu a Ambrósio em Milão e a Agostinho em Hipona. Martinho foi consagrado bispo em 4 de julho
de 371. E foi um pastor zeloso e ativo, sobretudo um grande missionário, porque
não se limitou a guiar seu rebanho e a servir de árbitro entre os cidadãos e as
autoridades romanas. Percorreu os campos e as vilas e preparou seus sacerdotes
para a missão, fundando em Mormutier o primeiro centro de formação missionária
da Gália. Ao findar o outono de 397, estava em visita pastoral em uma paróquia
rural quando sentiu avizinhar-se a última hora. Estendeu-se sobre uma rude mesa
recoberta de cinzas e em oração esperou a morte, que chegou em 8 de novembro.
No dia 11 de fevereiro realizaram-se as exéquias em Tours, onde foi colocado em
uma simples tumba. Contra esta se enfureceram os huguenotes que, em 25 de maio
de 1562, queimaram os restos mortais do grande bispo.
fonte:
www.paulinas.org.br
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