Homilia 28/setembro/2014
Padre Marcos Daniel Ramalho
28/setembro/2014 - XXVI Domingo Comum

Reflexão:
• Antes de mais nada, a
parábola dos dois filhos chamados para trabalhar “na vinha” do pai sugere que,
na perspectiva de Deus, todos os seus filhos são iguais e têm a mesma
responsabilidade na construção do Reino. Deus tem um projeto para o mundo e
quer ver todos os seus filhos – sem distinção de raça, de cor, de estatuto
social, de formação intelectual – implicados na concretização desse projeto.
Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção de um mundo mais
humano, mais justo, mais verdadeiro, mais fraterno. Tenho consciência de que
também eu sou chamado a trabalhar na vinha do Senhor?
• Diante do chamamento de Deus, há dois tipos de resposta… Há aqueles que
escutam o chamamento de Deus, mas não são capazes de vencer o imobilismo, a
preguiça, o comodismo, o egoísmo, a auto-suficiência e não vão trabalhar para a
vinha (mesmo que tenham dito “sim” a Deus e tenham sido batizados); e há
aqueles que acolhem o chamamento de Deus e que lhe respondem de forma generosa.
De que lado eu estou ? Estou disposto a comprometer-me com Deus, a aceitar os
seus desafios, a empenhar-me na construção de um mundo mais bonito e mais
feliz, ou prefiro demitir-me das minhas responsabilidades e renunciar a ter um
papel ativo no projeto criador e salvador que Deus tem para os homens e para o
mundo?
• O que é que significa, exatamente, dizer “sim” a Deus? É ser batizado ou
crismado? É casar na igreja? É fazer parte de uma pastoral da paróquia? É ter feito votos num instituto religiosos? É ir todos os dias à
missa e rezar diariamente a Liturgia das Horas?
Atenção: na
parábola apresentada por Jesus, não basta dizer um “sim” inicial a Deus; mas é
preciso que esse “sim” inicial se confirme, depois, num verdadeiro empenho na
“vinha” do Senhor. Ou seja: não bastam palavras e declarações de boas
intenções; é preciso viver, dia a dia, os valores do Evangelho, seguir Jesus
nesse caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos
concretos, um mundo de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de
paz. Como me situo face a isto: sou um cristão “de registro”, que tem o nome
nos livros da paróquia, ou sou um cristão “de fato”, que dia a dia procura
acolher a novidade de Deus, perceber os seus desafios, responder aos seus
apelos e colaborar com Ele na construção de uma nova terra, de justiça, de paz,
de fraternidade, de felicidade para todos os homens?
• Nas nossas comunidades cristãs aparecem, com alguma frequência, pessoas que
sabem tudo sobre Deus, que se consideram família privilegiada de Deus, mas que
desprezam esses irmãos que não têm um comportamento “religiosamente correto” ou
que não cumprem estritamente as regras do “bom comportamento” cristão… Atenção:
não temos qualquer autoridade para catalogar as pessoas, para as excluir e
marginalizar… Na perspectiva de Deus, o importante não é que alguém se tenha
afastado ou que tenha assumido comportamentos marginais e escandalosos; o
essencial é que tenha acolhido o chamamento de Deus e que tenha aceitado
trabalhar “na vinha”. A este propósito, Jesus diz algo de inaudito aos “santos”
príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo: “os publicanos e as mulheres de má
vida irão diante de vós para o Reino de Deus”. Hoje, que é que isto significa?
Hoje, quem são os “vós”? Hoje, quem são os “publicanos e mulheres de má vida”?
fonte:
www.dehonianos.org
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