07/setembro/2014
A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o
1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de
aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema
“Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social
Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o
Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
O que é
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular
carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e
plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais
comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito é uma descoberta, uma vez que agentes e lideranças apenas abrem um
canal para que o Grito sufocado venha a público.
O Grito brota do chão e encontra em seus organizadores
suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade. O Grito não tem um
“dono”, não é da Igreja, do Sindicato, da Pastoral; não se caracteriza por
discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos; o ecumenismo é
vivido na prática das lutas, pois entendemos que os momentos e celebrações
ecumênicas são importantes para fortalecer o compromisso.
Criatividade/Ousadia
O Grito tem a cada ano, um lema nacional, que pode ser trabalhado
regionalmente, a partir da conjuntura e da cultura local. As manifestações são
múltiplas e variadas, de acordo com a criatividade dos envolvidos: caminhadas,
desfiles, celebrações especiais, romarias, atos públicos, procissão,
pré-Gritos, cursos, seminários, palestras…
Protagonismo dos Excluídos
É fundamental que os próprios excluídos assumam a direção do Grito em todas as
fases – preparação, realização e continuidade, o que ainda é um horizonte a ser
alcançado.
Parcerias
O Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva, neste
mutirão estão juntos Pastorais Sociais, Semana Social Brasileira,Movimentos
Populares, sociais e sindical, Campanha Jubileu, Grito Continental, Igrejas,
Mutirão contra a Miséria e a Fome.
Por que o 7 de setembro
Desde 1995, o Grito dos Excluídos realiza-se no dia 7 de
setembro. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que
esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das
mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista
de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova
sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia
de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política
de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas,
comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende
um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que
dão continuidade às atividades
2014 – “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”
A 20ª edição do Grito dos Excluídos, nos remete ao ano de 2013 que mostrou um
vasto mosaico de manifestações populares e mal-estar social, juventude crítica
e ativa e ocupação de ruas e praças. Para 2014, o desafio é incorporar três
temperos de uma mistura explosivamente positiva na construção de um projeto
popular para o país – na linha dos debates da 5ª SSB, Estado para que e para
quem?; CF- Fraternidade e Trafico Humano. E parafraseando o clima de
expectativa em vista da Copa do Mundo e Olimpiadas, não basta assistir das
arquibancadas o desenrolar do jogo: é necessário entrar em campo – “ocupar as
ruas e praças” – e participar de forma patrioticamente ativa nas decisões,
exigir o “padrão Fifa” não só para estádios, infraestrutura e eventos, mas
sobretudo para os direitos básicos da população de baixa renda: terra e
trabalho, educação e saúde, transporte e segurança, alimentação de qualidade,
entre outros. Direitos que se traduzem em condições reais de existência digna e
de liberdade como um passo decisivo que vai da exclusão à inclusão social em
todos os níveis e graus e garantia de um futuro justo, solidário, sustentável e
fraterno.
Grito e Romaria
dos Trabalhadores em Aparecida
No Santuário Nacional de Aparecida, o evento acontece
desde 1995 em conjunto com a Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que
neste ano chega a sua 27ª edição.
A Romaria é organizada pela Pastoral Operária e pelo
Serviço Pastoral dos Migrantes e Juventude Operária Católica. O lema deste ano
é 'Mãe Negra Aparecida Padroeira deste chão, o povo trabalhador não aceita
escravidão'.
Fontes:
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