15/junho – BEATA ALBERTINA BERKENBROCK
“Albertina foi uma menina que ousou ser santa.” Foi com
essas palavras que Dom Jacinto Bergmann, bispo da diocese de Tubarão – Santa
Catarina -, referiu-se a ela na cerimônia de sua beatificação.
Albertina Berkenbrock nasceu dia 11 de abril de 1919, no
povoado de São Luís, município de Imaruí no Estado de Santa Catarina, Brasil.
Filha de um casal de agricultores – Henrique Berkenbrock e Josefa Boeing –
fervorosos católicos oriundos de famílias alemães, com eles ela aprendeu as
verdades da fé, a rezar, a frequentar a igreja e a respeitar os mandamentos de
Deus. Cultivou especial devoção a Virgem Maria e a São Luiz Gonzaga. Recitava
diariamente o rosário com a família. Preparou-se com alegria para a Primeira
Eucaristia que recebeu no dia 16 de agosto de 1928. Foi neste ambiente simples,
belo e cristão de sua família que Albertina cresceu. Ajudava os pais nos
trabalhos da roça e em casa. Era dócil, obediente, incansável, e paciente. Sua
caridade era grande. Gostava de acompanhar as meninas mais pobres, de jogar com
elas e com elas dividir o pão que trazia de casa para comer no intervalo das
aulas. Teve especial caridade com os filhos do seu assassino, que trabalhava na
casa do seu pai. Muitas vezes Albertina deu de comer a ele e aos filhos
pequenos, com os quais se entretinha alegremente. Albertina,
apesar de seus 12 anos, aparentava mais idade e tinha um corpo já bastante
desenvolvido. Era alta e forte, acostumada ao sol e aos trabalhos da roça.
Tinha cabelos louros tendendo ao castanho, olhos verde-escuros. Era uma bonita
moça. Tudo corria normalmente até que chegou o dia 15 de junho de 1931.
Perdera-se um boi pelos pastos. Albertina saiu a procura a pedido dos pais. De
longe, Maneco Palhoça – ou Indalício Cipriano Martins, que planejava conquistar
a menina para seus intentos eróticos, a avistou. Albertina procurava o boi
fugitivo. De repente viu ao longe alguns chifres e correu naquela direção. Para
sua surpresa, porém, encontrou perto deles Maneco carregando feijão na carroça.
À pergunta de Albertina pelo boi desaparecido, o homem lhe deu uma pista falsa
para encaminhá-la ao lugar onde poderia satisfazer seus desejos sem chamar
atenção. Albertina seguiu a indicação de Maneco e embrenhou-se pela mata.
Repentinamente deu de cara com Maneco. Ficou petrificada. Sozinha, no mato, com
aquele homem na frente! Ainda naquela manhã ela levara comida a seus filhos,
como fazia sempre. Havia certa familiaridade entre Albertina e Maneco: ela o
chamava de “Maneco preto”, como todo mundo, sem que ele se ofendesse. Maneco
lhe propôs seus intentos. Albertina, decidida, não aceitou. Começou então, a
tentativa do assassino de se apossar de Albertina, mas ela não se deixou subjugar.
A menina é forte. Aos pontapés se defendeu, derrubou o assassino. A luta foi
longa e terrível. Ela não cedeu. Maneco, derrotado moralmente pela menina,
vingou-se, agarrou-a pelos cabelos e afundou o canivete no pescoço e a degolou.
Seu corpo ficou manchado de sangue… Sua pureza e virgindade, porém, ficaram
intactas. Aos 12 anos de idade, Albertina foi assassinada porque quis preservar
a sua pureza espiritual e corporal e defender a dignidade da mulher por causa
da fé e da fidelidade a Deus. E ela o fez heroicamente como verdadeira mártir.
O martírio e a consequente fama de santidade espalharam-se rapidamente.
A cerimônia de beatificação de Albertina foi realizada em
Tubarão – Santa Catarina. Contou com a presença do bispo local, Dom Jacinto
Bergman; presidiu a cerimônia o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da
Congregação para as Causas dos Santos. Estavam presentes cerca de 20 mil
pessoas, na praça da Catedral de Tubarão, além de dezenas de bispos e
sacerdotes.
Após a leitura da biografia e a solicitação de
beatificação, feita por Dom Jacinto Bergman, o cardeal Saraiva Martins leu o
decreto de Bento XVI, que inscrevia oficialmente Albertina no catálogo dos
bem-aventurados. Albertina está viva mais do que nunca. Primeiro porque vive em
Deus, imersa na paz e na felicidade sem fim. Depois porque vive no coração de
seus parentes, amigos e devotos.
Bem-aventurada Albertina Berkenbrock, rogai por nós!
fonte:
www.cmisericordia.com.br
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