21 de Agosto - São Pio X - Papa (1835-1914)
"Um pobre pároco da roça", assim se definia. Seu nome de batismo era
José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e numerosa, mas de vida no
seguimento de Cristo. Nasceu numa pequena aldeia de Riese, na diocese de
Treviso, no norte da Itália, no dia 2 de junho de 1835. Desde cedo, José
demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande
esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o menino
caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso apenas um
pedaço de pão para o almoço. E, desde criança, manifestou sua vontade de ser
padre. Quando seu
pai faleceu, sua mãe, Margarida, uma camponesa corajosa e piedosa, não permitiu
que ele abandonasse o caminho escolhido para auxiliar no sustento da casa.
Ficou no seminário e, aos 23 anos, recebeu a ordenação sacerdotal com mérito
nos estudos. Teve uma rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro, foi
vice-vigário em uma pequena aldeia. Depois vigário de uma importante paróquia,
cônego da catedral de Treviso, bispo da diocese de Mântua, cardeal de Veneza e,
após a morte do grande papa Leão XIII, foi eleito seu sucessor, com o nome de
Pio X, em 1903. No Vaticano, José Sarto
continuou sua vida no rigor da simplicidade, modéstia e pobreza. Surpreendeu o
mundo católico quando adotou como lema de seu pontificado "restaurar as
coisas em Cristo". Tal meta traduziu-se em vigilante atenção à vida
interna da Igreja. Realizou algumas renovações dentro da Igreja, criando
bibliotecas eclesiásticas e efetuando reformas nos seminários. Pelo grande amor
que dispensava à música sagrada, renovou-a. Reformou, também, o breviário. Sua
intensa devoção à Eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a comunhão
diária, autorizando, também, que a primeira comunhão fosse ministrada às
crianças a partir dos 7 anos de idade. Instituiu o ensino do catecismo em todas
as paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé, e
impôs-se fortemente contra o modernismo. Outra importante característica de sua
personalidade era a bondade suave e radiante que todos notavam e sentiam na sua
presença. Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um pastor dedicado e, sobretudo,
extremamente devoto, que sentia satisfação em definir-se como "um simples
pároco do campo". Ficou muito amargurado quando previu a Primeira Guerra
Mundial e sentiu a impotência de nada poder fazer para que ela não acontecesse.
Possuindo o dom da cura, ainda em vida intercedeu em vários milagres. Consta
dos relatos que as pessoas doentes que tinham contato com ele se curavam.
Discorrendo sobre tal fato, ele mesmo explicava como sendo "o poder das
chaves de são Pedro". Quando alguém o chamava de "padre santo",
ele corrigia sorrindo: "Não se diz santo, mas Sarto", numa alusão ao
seu sobrenome de família. No dia 20 de
agosto de 1914, aos 79 anos, Pio X morreu. O seu testamento assim se
inicia:"Nasci pobre, vivi pobre e desejo morrer pobre". O povo, de imediato, passou a venerá-lo como
um santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente canonizado.
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