09 de Agosto - Santa Edith
Stein (Tereza Benedita da Cruz)
Edith Stein nasceu na
cidade de Breslau, Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma próspera
família de judeus. Aos 2 anos, ficou órfã do pai. A mãe e os irmãos mantiveram
a situação financeira estável e a educaram dentro da religião judaica. Desde menina, Edith era brilhante nos estudos
e mostrou forte determinação, caráter inabalável e muita obstinação. Na
adolescência, viveu uma crise: abandonou a escola, as práticas religiosas e a
crença consciente em Deus. Depois, terminou os estudos com graduação máxima,
recebendo o título de doutora em fenomenologia, em 1916. A Alemanha só
concedera esse título a 12 mulheres até a última metade do século XX. Em 1921, ela leu a autobiografia de santa
Teresa d'Ávila. Tocada pela luz da fé, converteu-se e foi batizada em 1922. Mas
a mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao catolicismo. A
exceção foi sua irmã Rosa, que se converteu e foi batizada no seio da Igreja,
após a morte da mãe, em 1936. Edith
Stein começou a servir a Deus com seus talentos acadêmicos. Lecionou numa
escola dominicana, foi conferencista em instituições católicas e finalizou como
catedrática numa universidade alemã. Em 1933, chegavam ao poder Hitler e o
partido nazista. Todos os professores não-arianos foram demitidos. Por recusar-se
a sair do país, os superiores da Ordem do Carmelo a aceitaram como noviça. Em
1934, tomou o hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da
Cruz. A sua família não compareceu à cerimônia.
Quatro anos depois, realizou sua profissão solene e perpétua, recebendo
o definitivo hábito marrom das carmelitas. A perseguição nazista aos judeus
alemães intensificou-se e Edith foi transferida para o Carmelo de Echt, na
Holanda. Um ano depois, sua irmã Rosa foi juntar-se a ela nesse Carmelo holandês,
pois desejava seguir a vida religiosa. Foi aceita no convento, mas permaneceu
como irmã leiga carmelita, não podendo professar os votos religiosos. O momento
era desfavorável aos judeus, mesmo para os convertidos cristãos. A Segunda Guerra Mundial começou e a expansão
nazista alastrou-se pela Europa e pelo mundo. A Holanda foi invadida e anexada
ao Reich Alemão em 1941. A família de Edith Stein dispersou-se, alguns
emigraram e outros desapareceram nos campos de concentração. Os superiores do
Carmelo de Echt tentaram transferir Edith e Rosa para um outro, na Suíça, mas
as autoridades civis de lá não facilitaram e a burocracia arrastou-se
indefinidamente. Em julho de 1942,
publicamente, os bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas
e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local
e revidou. Em agosto, dois oficiais nazistas levaram Edith e sua irmã do
Carmelo de Echt. No mesmo dia, outros 242 judeus católicos foram deportados
para os campos de concentração, como represália do regime nazista à mensagem
dos bispos holandeses. As duas irmãs foram levadas em um comboio de carga,
junto com outras centenas de judeus e dezenas de convertidos, ao norte da
Holanda, para o campo de Westerbork. Lá, Edith Stein, ou a "freira
alemã", como a identificaram os sobreviventes, diferenciou-se muito dos
outros prisioneiros que se entregaram ao desespero, lamentações ou prostração
total. Ela procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e
cuidar, do melhor modo possível, das crianças. Assim ela viveu alguns dias,
suportando com doçura, paciência e conformidade a vontade de Deus, seu intenso
sofrimento e o dos demais. No dia 7 de agosto de 1942, Edith Stein, Rosa e
centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de
extermínio de Auschwitz-Birkenau. Dois dias depois, em 9 de agosto, foram
mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.
A irmã carmelita Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em Roma, em 1998, pelo
papa João Paulo II, que indicou sua festa para o dia de sua morte. A solenidade
contou com a presença de personalidades ilustres, civis e religiosas, da
Alemanha e da Holanda, além de alguns sobreviventes dos campos de concentração
que a conheceram e de vários membros da família Stein. No ano seguinte, o mesmo
sumo pontífice declarou santa Edith Stein "co-Padroeira da Europa",
junto com santa Brígida e santa Catarina de Sena.
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