17 de Julho - Inácio de Azevedo e
companheiros
Inácio de
Azevedo nasceu em Portugal, na cidade do Porto, em 1527. Seus pais, Manuel e
Violante, eram descendentes de famílias lusitanas, ricas e poderosas. Desde
pequeno foi educado sob preceitos cristãos e recebeu também vasta cultura
acadêmica. Aos dezoito anos, tornou-se administrador dos bens da família, pois
tinha inteligência acima da média. Mas
sua vocação era a religião. Após um retiro na cidade de Coimbra, entrou para a
Companhia de Jesus em 1548. Cinco anos depois, recebeu a ordenação sacerdotal.
Seus estudos eram tão avançados e seus conhecimentos tão extensos que, mesmo
sem terminar o curso de teologia, foi nomeado reitor do Colégio Santo Antonio,
em Lisboa. Em 1565, foi escolhido pelos
jesuítas para representá-los, em Roma, na eleição do novo geral, que era
ninguém menos que o próprio Francisco Borja, hoje santo. Admirado com a
capacidade de Inácio, deu-lhe a incumbência de vistoriar as missões jesuítas
nas Índias e no Brasil. Tal viagem de inspeção durou três anos. No Brasil, a evangelização começara havia
apenas dezesseis anos, mas o trabalho dos jesuítas dava frutos em profusão. A
Companhia de Jesus já estava presente em sete tribos no interior e, no litoral,
possuía escolas e seminários. Ao voltar,
Inácio relatou ao geral que o trabalho ia muito bem, mas poderia render ainda
mais se houvesse um número maior de missionários. Recebendo autorização do
superior, recrutou jesuítas na Espanha e Portugal. Após cinco meses de
preparativos, ele e mais trinta e nove companheiros partiram para o Brasil, em
5 de junho de 1570, num navio mercante. Na
mesma data, partiu também uma embarcação de guerra comandada por dom Luis
Vasconcelos, governador do Brasil, onde seguiam mais trinta jesuítas. Oito dias
depois, os dois navios pararam na ilha da Madeira, para esperar ventos mais
fortes e melhor direcionados. O navio de guerra ali permaneceu, mas o capitão
do mercante, que era Inácio, resolveu zarpar em direção às ilhas Canárias. Apesar dos boatos da existência de piratas
calvinistas no caminho, que estariam no encalço dos jesuítas, ele não quis
ouvir os conselhos de não seguir viagem. Inácio e seus parceiros preferiram
permanecer a bordo e não desistir, pois não temiam a morte. Ela, de fato, os
encontrou em alto mar. O navio foi atacado pelo corsário calvinista francês
Jacques Sourie, que partira de La Rochelle, justamente no encalço dos
missionários. O navio foi dominado, os tripulantes e demais passageiros
poupados, mas todos os jesuítas foram degolados imediatamente. Era o dia 15 de
julho de 1570.
O culto a Inácio de Azevedo e companheiros foi aprovado pelo papa Pio IX em
1854. A festa ocorre no dia do trânsito dos quarenta de jesuítas martirizados
pelas mãos de piratas calvinistas. São venerados como os "Mártires do
Brasil".
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