O «maior nascido de
mulher» morreu mártir por ter censurado a Herodes Agripa pela sua conduta
desonesta e imoral. Foi vítima da fé e da missão que exerceu. A sua degolação
aconteceu na fortaleza de Maqueronte, junto ao Mar Morto, lugar de férias de
Herodes. O sangue de João Batista sela o seu testemunho em favor de Jesus: com
a sua morte, completou a missão de precursor. A Igreja celebra hoje o seu
nascimento para o céu, talvez por, nesta data, foi dedicada em sua honra uma
antiga basílica, erguida em Sebaste, na Samaria
Evangelho: Marcos 6, 17-29
Marcos coloca a narrativa
do martírio de João Baptista no caminho de Jesus para Jerusalém, como uma etapa
fundamental. Com ela, concluiu-se o ciclo da vida do profeta e prenuncia-se o
martírio de Jesus.
Não devemos deixar-nos
impressionar apenas pelos pormenores narrativos, aliás muito sugestivos, desta
página de Marcos. O evangelista não pretende evidenciar nem os vícios de
Herodes nem a malícia de Herodíade e nem sequer a leviandade da filha. A sua
intenção é dar o devido realce à figura de João Baptista, que é como que o
«mentor» do Nazareno, e mostrar como este grande profeta leva a termo a sua
vida do mesmo modo e pelos mesmos motivos que Jesus.
Este é o «pequeno mistério
pascal» de João Baptista que, depois de experimentar a adversidade dos inimigos
do evangelho, conhece agora o silêncio do sepulcro, onde espera a ressurreição.
MEDITAÇÃO:
As memórias
litúrgicas de João Baptista levam-nos a meditar sobre o dom da profecia e sobre
a figura do profeta. Qual é a sua função no meio do povo de Deus? Quais são as
características que o qualificam como profeta? De que modo se coloca perante os
seus contemporâneos como sinal de uma presença superior, como porta-voz da
Palavra divina?
O profeta revela-se como
tal pelo seu modo de falar, pelo estilo da sua pregação. A palavra não é tudo,
mas é capaz de manifestar o sentido de uma presença, incômoda mas
incontornável, com a qual todos devem se
confrontar. O profeta manifesta-se também, e sobretudo, pelas suas opções de
vida. Assim mostra ter percebido que o tempo em que se vive aquele em que Deus
nos chama a “ser para os outros”. O profeta não pode escapar a esse chamamento,
sob pena de ser infiel à missão. Finalmente o profeta manifesta autenticidade
da sua missão pela coragem em dar a vida por aquele que o chamou e por aqueles
a quem é enviado. Ou se é profeta com a vida, a vida gasta por amor, ou não se é
profeta sério.
Devemos ser “profetas” e “servidores... em Cristo”. Só dando Cristo ao
mundo, somos “profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens... em
Cristo”. Havemos que sê-lo pela nossa
vida e pelas nossas opções de vida: “Uma vida serena, porque oferecida em
sacrifício a Deus; uma vida alegre, porque somos testemunhas do amor de Cristo;
uma vida empenhada, porque colaboramos no advento do Reino de Deus; uma vida
disponível, porque dada ao próximo, a exemplo de Cristo; uma vida partilhada,
porque queremos ser testemunhas de que a “a fraternidade por que os homens
anseiam é possível em Jesus Cristo e dela quereremos ser fiéis servidores”. «Não
devem os homens apostólicos assemelhar-se muito particularmente ao Precursor?
Como ele, devem preparar os caminhos de Nosso Senhor. Como ele, devem
contribuir para a salvação dos pecadores pelas suas expiações e sacrifícios».
Não devia o
Precursor assemelhar-se a Nosso Senhor e preparar-lhe os caminhos? Nosso Senhor
devia salvar-nos pela cruz, devia cumprir a sua missão pelo sofrimento: “Não
devia Cristo padecer?” (Lc 24). Devia estabelecer a religião pela cruz e pelo
sofrimento, e convinha que o seu Precursor passa-se pelo mesmo caminho e que se
mostrasse heróico nas aflições e sofrimentos. Convinha que o mártir da
sinagoga, que chegava ao fim, preparasse os caminhos ao Salvador, que devia
abrir o céu pelos seus sofrimentos e pelo seu sangue. Nosso Senhor queria fazer
partilhar a graça dos seus sofrimentos ao seu Precursor. Queria também preparar
os espíritos para o Evangelho mostrando-lhe o que os justos têm a esperar dos
homens. Queria também dar-nos um modelo para nos ensinar como bem sofrer… A
coragem deste justo condena o nosso desleixo e incita-nos, a nós pecadores, a
sofrer pacientemente pelos nossos pecados e por seu amor.
ORAÇÃO
Ó glorioso S. João Batista,
pregador corajoso e coerente da verdade, intercede por nós e por todos quantos,
na Igreja, são chamados a exercer a missão profética. Que a exerçam com
clareza, com coerência de vida, com coragem, dispostos a selar com o próprio
sangue o seu testemunho. Que todos os homens apostólicos se assemelhem a ti, a
fim de prepararem os caminhos do Senhor, entre os caminhos dos homens de hoje.
Que o fogo da caridade divina arda em nossos corações, para sermos zelosos e
perseverantes no testemunho do seu amor e no serviço da reconciliação. Amém.
Não devia o Precursor
assemelhar-se a Nosso Senhor e preparar-lhe os caminhos? Nosso Senhor devia
salvar-nos pela cruz, devia cumprir a sua missão pelo sofrimento: “Não devia
Cristo padecer?” (Lc 24). Devia estabelecer a religião pela cruz e pelo
sofrimento, e convinha que o seu Precursor passa-se pelo mesmo caminho e que se
mostrasse heróico nas aflições e sofrimentos. Convinha que o mártir da
sinagoga, que chegava ao fim, preparasse os caminhos ao Salvador, que devia
abrir o céu pelos seus sofrimentos e pelo seu sangue. Nosso Senhor queria fazer
partilhar a graça dos seus sofrimentos ao seu Precursor. Queria também preparar
os espíritos para o Evangelho mostrando-lhe o que os justos têm a esperar dos
homens. Queria também dar-nos um modelo para nos ensinar como bem sofrer… A
coragem deste justo condena o nosso desleixo e incita-nos, a nós pecadores, a
sofrer pacientemente pelos nossos pecados e por seu amor.
fonte:
www.dehonianos.org.br
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