10/agosto/2014 -
XIX Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 19º Domingo
do Tempo Comum tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um
Deus comprometido em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da
história. A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua
fé e do seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da
comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas
manifestações espetaculares, mas na humildade, na simplicidade, na
interioridade. O Evangelho nos apresenta uma reflexão sobre a caminhada
histórica dos discípulos, enviados à “outra margem” propondo aos homens o banquete do Reino. Nessa
“viagem”, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte:
em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos,
estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a
hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-lo, a acolhê-lo
e a aceitá-lo como “o Senhor”. A segunda leitura sugere que esse Deus, comprometido
em vir ao encontro dos homens e em revelar-lhes o seu rosto de amor e de
bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida-nos a
estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades
de salvação que Ele nos oferece.
Reflexão:
• O Evangelho é, antes de mais nada, uma catequese sobre a caminhada histórica
da comunidade de Jesus, enviada à “outra margem”, a convidar todos os homens
para o banquete do Reino e a oferecer-lhes o alimento com que Deus mata a fome
de vida e de felicidade dos seus filhos. Estamos dispostos a embarcar na
aventura de propor a todos os homens o banquete do Reino? Temos consciência de
que nos foi confiada a missão de saciar a fome do mundo? Aqueles que são
deixados à margem dessa mesa onde se jogam os interesses e os destinos do
mundo, que têm fome e sede de vida, de amor, de esperança, encontram em nós uma
proposta credível e coerente que aponta no sentido de uma realidade de
plenitude, de realização, de vida plena?
• A caminhada histórica dos discípulos e o seu testemunho do banquete do Reino
não é um caminho fácil, feito no meio de aclamações das multidões e dos
aplausos unânimes dos homens. A comunidade (o “barco”) dos discípulos tem que
abrir caminho através de um mar de dificuldades, continuamente batido pela
hostilidade dos adversários do Reino e pela recusa do mundo em acolher os projetos
de Jesus. Todos os dias o mundo nos mostra – com um sorriso irônico – que os
valores em que acreditamos e que procuramos testemunhar estão ultrapassados.
Todos os dias o mundo insiste em nos provar – às vezes com agressividade, outras vezes com
comiseração – que só seremos competitivos e vencedores quando usarmos as armas
da arrogância, do poder, do orgulho, da prepotência, da ganância…
Como nos colocamos face a
isto? É possível desempenharmos o nosso papel no mundo, com rigor e
competência, sem perdermos as nossas referências cristãs e sem trairmos o
Reino?
• Para que seja possível viver de forma coerente e corajosa na dinâmica do
Reino, os discípulos têm que estar conscientes da presença de Jesus, o Senhor
da vida e da história, que as forças do mal nunca conseguirão vencer nem
domesticar. Ele diz aos discípulos, tantas vezes desanimados e assustados face
às dificuldades e às perseguições: “tende
confiança. Sou Eu. Não temais”.
Os discípulos sabem, assim, que não há qualquer razão para se deixarem afundar
no desespero e na desilusão. Mesmo quando a sua fé vacila, eles sabem que a mão
de Jesus está lá, estendida, para que eles não sejam submergidos pelas
forças do egoísmo, da injustiça, da morte. Nada nem ninguém poderá roubar a
vida àqueles que lutam para instaurar o Reino. Jesus, vivo e ressuscitado, não
deixa nunca que sejamos vencidos.
• A oração de Jesus (que em Mateus antecede os momentos de prova) nos convida a manter um diálogo íntimo com o Pai. É nesse
diálogo que os discípulos colherão o discernimento para perceberem os caminhos
de Deus, a força para seguir Jesus, a coragem para enfrentar a hostilidade do
mundo.
Meditação para a semana. .
.
Fechar os olhos e escutar…
Na invasão sonora que nos
envolve – e por vezes nos agride – escutamos a voz do nosso Deus? Porque não?
Entretanto, tomemos, de vez em quando, o risco
do silêncio e da solidão. “Ao largo… para rezar”. É aí, com Jesus, que
poderemos ouvir a voz do nosso Pai.
fonte:
www.dehonianos.org
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