30-julho-2017 - 17º Domingo do Tempo Comum - Mt 13,44-52-
A liturgia nos convida a refletir nas nossas prioridades, nos
valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente,
que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus. A primeira leitura nos apresenta o exemplo de Salomão, rei de
Israel. Ele é o protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o
que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efêmeros. No Evangelho, recorrendo à linguagem das
parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua
prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para
segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. A segunda leitura nos
convida a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que
deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.
Reflexão:
• A primeira e mais importante questão abordada neste
texto é a das nossas prioridades. Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser
cristão é ter como prioridade, como objetivo mais importante, como valor
fundamental, o Reino. O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias
desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura
dos bens seja o objetivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O
cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder
aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu
objetivo fundamental, porque o Reino é serviço. O cristão é todos os dias
convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições
essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não
pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na
humildade e na simplicidade. O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta
o orgulho, a auto-suficiência, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus,
que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade… O que é que comanda a
minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que
significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?
• A decisão pelo Reino, uma vez tomada, não admite meias palavras,
tibiezas, hesitações, jogos duplos. Escolher o Reino não é agradar a Deus e ao
diabo, pactuar com realidades que mutuamente se excluem; mas é optar
radicalmente por Deus e pelos valores do Evangelho. A minha opção pelo Reino é
uma opção radical, sincera, que não pactua com desvios, com hipocrisias e
incoerências?
• Porque é que os cristãos apresentam, tantas vezes, um
ar amargurado, sofredor, desolado? Quando a tristeza nos ofusca a vista e nos
impede de sorrir, quando apresentamos semblantes carrancudos e preocupados,
quando deixamos transparecer em gestos e em palavras a agitação e o
desassossego, quando olhamos para o mundo com os óculos do pessimismo e do
desespero, quando só nos deixamos impressionar pelo mal que acontece à nossa
volta, já teremos descoberto esse valor fundamental – o Reino – que é paz,
esperança, serenidade, alegria, harmonia?
• Mais uma vez o Evangelho nos convida a admirar (e a
absorver) os métodos de Deus, que não tem pressa nenhuma em condenar e
destruir, mas dá tempo ao homem – todo o tempo do mundo – para amadurecer as
suas opções e fazer as suas opções. Sabemos respeitar, com esta tolerância e
liberdade, o ritmo de crescimento e de amadurecimento dos irmãos que nos
rodeiam?
ORAÇÃO
Deus, nosso Pai, nós Te bendizemos pelo teu servidor, o rei Salomão, nos dias
da sua fidelidade para contigo. Estiveste atento à sua oração e escutaste-o. Com o rei Salomão, nós Te pedimos pelos
dirigentes das nações e das Igrejas: dá-lhes um coração atento, para que
conduzam os povos e as comunidades segundo o teu Espírito e saibam discernir o
bem do mal.
Nós Te damos graças pelo desígnio do teu amor e pelo teu
filho Jesus, que estabeleceste no meio de nós como primogênito de uma multidão
de irmãos. Nós Te pedimos: Tu que
imprimes em nós a imagem do teu Filho, faz que o teu Espírito nos transforme à
sua semelhança.
Nós Te bendizemos pelo Reino dos céus que estabeleceste
no coração do nosso mundo como um tesouro escondido e como um laço que nos
conduz a Ti. Nós Te pedimos: dá aos teus
fiéis a coragem de procurar em toda a parte o tesouro da tua presença
escondida, para aí encontrar a riqueza do teu amor.
Meditação para a semana . . .
“Pede o que quiseres…” Se a mesma questão nos fosse posta hoje, qual seria a
nossa resposta? Por qual tesouro estamos
dispostos a sacrificar tudo? “Um coração que escute e saiba discernir o
essencial do acessório!” A oração de
Salomão poderia inspirar a nossa oração ao longo da semana…
fonte:
www.dehonianos.org
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