09-julho-2017 - 14º Domingo do Tempo Comum-Mt 11,25-30
A liturgia nos ensina onde encontrar Deus. Garante-nos
que Deus não Se revela na arrogância, no orgulho, na prepotência, mas sim na
simplicidade, na humildade, na pobreza, na pequenez.
A primeira leitura nos apresenta um enviado de Deus que vem ao encontro dos
homens na pobreza, na humildade, na simplicidade; e é dessa forma que elimina
os instrumentos de guerra e de morte e instaura a paz definitiva. No Evangelho, Jesus louva o Pai porque a
proposta de salvação que Deus faz aos homens (e que foi rejeitada pelos “sábios
e inteligentes”) encontrou acolhimento no coração dos “pequeninos”. Os
“grandes”, instalados no seu orgulho e auto-suficiência, não têm tempo nem
disponibilidade para os desafios de Deus; mas os “pequenos”, na sua pobreza e
simplicidade, estão sempre disponíveis para acolher a novidade libertadora de
Deus. Na segunda leitura, Paulo convida
os crentes – comprometidos com Jesus desde o dia do Batismo – a viverem
“segundo o Espírito” e não “segundo a carne”. A vida “segundo a carne” é a vida
daqueles que se instalam no egoísmo, orgulho e auto-suficiência; a vida
“segundo o Espírito” é a vida daqueles que aceitam acolher as propostas de
Deus.
Reflexão:
• Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos,
vistos de aqui de baixo, com os olhos do
mundo… Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os
intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles (“os
melhores”) a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda
ou as idéias, a definir o que é correto ou não é correto. Mas Deus diz que as
coisas essenciais são rapidamente percebidas pelo “pequeninos”: são eles que
estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar
nos desafios do “Reino”. Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são
ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores
de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas
visões pessoais e os seus pseudo-valores… A Palavra de Deus ensina: a sabedoria
e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da
verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas (e com frequência,
com muita frequência, são os pobres, os humildes, os pequenos que “sintonizam”
com Deus e que acolhem essa verdade que Ele quer oferecer aos homens para os levar à vida em plenitude).
• Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu
“rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da
filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo
disponível na igreja mudando as toalhas
dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é
“o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele (no
cumprimento total dos planos de Deus) pode chegar à comunhão com o Pai. Há
crentes que, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por
fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus (isto
é, que têm com Ele uma relação estreita de intimidade e comunhão)… Atenção: só
“conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no
caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de
Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.
• Como nos situamos face a Deus e à proposta que Ele nos apresenta em
Jesus? Ficamos fechados no nosso comodismo e instalação, no nosso orgulho e
auto-suficiência, sem vontade de arriscar as nossas seguranças, ou estamos abertos e
atentos à novidade de Deus, a fim de perceber as suas propostas e seguir os
seus caminhos?
• Cristo quis oferecer aos pobres, aos marginalizados,
aos pequenos, a todos aqueles que a Lei escravizava e oprimia, a libertação e a
esperança. Os pobres, os fracos, os marginalizados, aqueles que não encontram
lugar à mesa do banquete onde se reúnem os ricos e poderosos, continuam encontrando – no testemunho dos discípulos de Jesus – essa
proposta de libertação e de esperança? A Igreja dá testemunho da proposta
libertadora de Jesus para os pobres? Como é que os pequenos e humildes são
acolhidos nas nossas comunidades? Como é que acolhemos aqueles que têm
comportamentos social ou religiosamente incorretos?
ORAÇÃO:
Senhor, nós exultamos de alegria e Te damos graças, porque abres os nossos
espíritos e os nossos corações ao louvor e à admiração. Pelos teus profetas,
desde o princípio manifestas a tua bondade e a tua ternura paterna. Nós Te
pedimos por todos os povos que esperam com angústia o fim das guerras:
concede-lhes artífices da paz.
Nós Te bendizemos, porque és Espírito de vida. O teu
Filho Jesus venceu todas as formas de morte. Nós Te pedimos, Tu que habitas em
nós: concede a vida aos nossos seres mortais, purifica-nos pelo teu Espírito
das desordens do homem pecador. Arranca-nos do domínio das forças de morte,
faz-nos viver sob o domínio do Espírito.
Pai, Senhor do céu e da terra, com o teu Filho Jesus
proclamamos o teu louvor: para Te dares a conhecer a nós e nos revelar o
insondável mistério do teu amor, vieste
até nós enviando o teu Filho. Nós Te pedimos: porque nos chamas a conhecer-Te,
purifica as nossas inteligências, dá-nos um coração de criança na tua presença.
Meditação para a semana. . .
Reviravolta de valores. Numa sociedade idólatra que só crê na força, no poder,
na riqueza, nos sucessos de todo o tipo… Jesus nos revela que Deus confia os
seus segredos aos mais pequenos… aqueles que não aparecem nas primeiras páginas
dos jornais… aqueles que não contam grande coisa… Uma vez mais, é a reviravolta
dos valores e o convite a retificar os nossos julgamentos e os nossos
comportamentos.
fonte:
www,dehonianos.org
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