15 Setembro - Nossa Senhora das Dores
Primeira leitura: Hebreus 5, 7-9
Evangelho: Lucas 2, 33-35
A devoção a Nossa Senhora das Dores remonta aos inícios
do segundo milénio, quando se desenvolveu a com-paixão para com Maria junto à
cruz de Jesus, onde a Virgem vive e sente os sofrimentos do seu Filho. O
primeiro formulário litúrgico desta festa surgiu em Colônia, na Alemanha, no
ano de 1423. Sisto IV inseriu no Missal Romano a memória da Senhora da Piedade.
A atenção à “Mãe dolorosa” desenvolve-se gradualmente sob a forma das Sete
Dores, representadas nas sete espadas que Lhe trespassam o peito. Os Servos de
Maria, que celebravam a memória desde 1668, favoreceram a sua extensão à igreja
latina, em 1727. Pio X colocou a memória no dia 15 de Setembro.
Reflexão:
A carta aos hebreus faz-nos entrever os sentimentos de
Jesus na sua paixão: “Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e
súplicas àquele que o podia salvar da morte” (v. 7). A paixão de Jesus foi
impressa no coração da Mãe. O clamor e as lágrimas do Filho fizeram-na sofrer
de forma atroz. Como Jesus, e talvez até mais do que Ele, desejava que a morte
se afastasse, e o Filho fosse salvo. Mas, ao mesmo tempo, Maria uniu-se à
piedade de Jesus, submeteu-se, como Ele, à vontade do Pai. Por tudo isto, a compaixão de Maria é verdadeira: carregou realmente sobre si o
sofrimento do Filho e aceitou, com Ele, a vontade do Pai, numa atitude de
obediência que vence o sofrimento. A nossa compaixão, muitas vezes, é superficial. Não temos a fé de Maria. Nem
sempre vemos no sofrimento dos outros a vontade de Deus, o que está certo. Mas
também não sofremos com os que sofrem. As leituras de hoje nos fazem pensar no sofrimento, que continua a ser uma
realidade na história individual e coletiva da humanidade, mas que, de certo
modo, também existe no mundo divino. Foi, de fato, assumido por Deus na encarnação
do Filho, e partilhado pela sua Mãe, uma mulher ao mesmo tempo comum e
especial. A sua experiência de sofrimento humano, pode subtrair esse mesmo
sofrimento à maldição e torná-lo mediação de vida salva e serviço de amor. Enquanto permanecestes com o vosso divino Filho, ó Rainha
dos Anjos, o vosso Coração sagrado esteve à espera das dores que vos tinham
sido anunciadas pelo velho Simeão: dores sem igual, porque a grandeza do vosso
amor era a sua medida. A hora da Paixão chega: Jesus despede-se de vós para ir
sofrer, e faz-vos compreender que, para cumprir a vontade de seu Pai, deveis
acompanhá-lo ao pé da cruz, e que o vosso coração tão terno lá será trespassado
pela espada da dor. S. João vem advertir-vos que o Cordeiro divino vai ser
conduzido à imolação. Saís imediatamente da vossa morada, banhando com as
vossas lágrimas as ruas de Jerusalém; encontrais o vosso Filho no meio de uma
tropa furiosa de carrascos e de tigres, que rugem e blasfemam, pedindo a
grandes gritos que o crucifiquem… Ele caminha carregado com o madeiro da cruz;
vós o seguis, toda banhada com as vossas lágrimas e com o coração mergulhado
numa dor imensa. Ele chega finalmente ao Gólgota. Com golpes de martelo enterram nos seus pés e
nas suas mãos cravos que perfuram o vosso coração materno. Logo o elevam da
terra no meio de blasfêmias. Ó meu Deus! Todo o vosso sangue gela nas vossas
veias. Durante três horas, permaneceis ao pé da cruz de Jesus, cravada pelo
amor e pela dor a esta árvore sagrada, até finalmente Ele expira no meio dos
mais horríveis tormentos… Depositam-no sem vida nos vossos braços. A terra
nunca viu semelhante dor.
Oração
Ó Maria, Mãe de Deus, Rainha e Mãe dos homens, eu vos
ofereço as homenagens da minha veneração e do meu amor filial. Quero viver como
vosso filho dedicado, consolando-vos e obedecendo-vos em tudo. Pela vossa
poderosa intercessão, fazei que todos os meus pensamentos e ações sejam
conformes à vossa vontade e à do vosso divino Filho.
Ó Maria, Mãe de Deus, Rainha e Mãe dos homens, eu vos
ofereço as homenagens da minha veneração e do meu amor filial. Quero viver como
vosso filho dedicado, consolando-vos e obedecendo-vos em tudo. Pela vossa
poderosa intercessão, fazei que todos os meus pensamentos e ações sejam
conformes à vossa vontade e à do vosso divino Filho.
Vivemos num mundo onde a compaixão faz imensa falta. A
memória que hoje celebramos ensina-nos a compaixão verdadeira e consistente.
Maria sofre por Jesus, mas também sofre com Ele. Por sua vez, a paixão de
Cristo é participação no sofrimento humano, é com-paixão solidário conosco.
Ação:
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores»
fonte:
www.dehonianos.org.br
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