Visitas desde JUNHO/2009

online
online

17 setembro, 2016

18 Setembro 2016  - 25º Domingo do Tempo Comum -  Lc 16,1-13

A liturgia nos sugere, uma reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo exagerado do lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do “Reino”. Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia os comerciantes sem escrúpulos, preocupados em ampliar sempre mais as suas riquezas, que apenas pensam em explorar a miséria e o sofrimento dos pobres. Amós avisa: Deus não está do lado de quem, por causa da obsessão do lucro, escraviza os irmãos. A exploração e a injustiça não passam em branco  aos olhos de Deus.  O Evangelho apresenta a parábola do administrador astuto. Nela, Jesus oferece aos discípulos o exemplo de um homem que percebeu como os bens deste mundo eram passageiros  e precários e que os usou para assegurar valores mais duradouros e consistentes… Jesus avisa os seus discípulos para fazerem o mesmo. Na segunda leitura, o autor da Primeira Carta a Timóteo convida os crentes a fazerem do seu diálogo com Deus uma oração universal, onde caibam as preocupações e as angústias de todos os nossos irmãos, sem exceção. O tema não se liga, diretamente, com a questão da riqueza (que é o tema fundamental da liturgia deste domingo); mas o convite a não ficar fechado em si próprio e a preocupar-se com as dores e esperanças de todos os irmãos, ou seja, o discípulo é convidado a sair do seu egoísmo para assumir os valores duradouros do amor, da partilha, da fraternidade.
Reflexão:
Eis Jesus que Se põe a dissertar sobre a economia, mas uma economia que parece envolver falsários… Como compreender tal parábola na boca de Jesus? Podemos logo pensar que Ele não quer dar o administrador desonesto como exemplo, mesmo se o mestre deste faz o seu elogio. Jesus chama-o explicitamente “administrador desonesto, com esperteza”. Jesus conhece o coração do homem, um coração perverso. Mas Jesus não fica nesta dimensão do coração do homem. Ele sabe que em todo o homem, por mais pervertido que seja, há sempre um cantinho positivo. Ele vê a prova de habilidade do administrador para conseguir safar-se. Esta habilidade é colocada ao serviço de um mal. Mas, em si mesma, pode ser posta ao serviço do bem. Então, diz Jesus, se vós, meus discípulos, que sois chamados “filhos da luz”, sabeis ser tão habilidosos a respeito da vossa vida cristã, quantas coisas poderão mudar! Jesus aproveita para recordar o seu ensinamento constante sobre o dinheiro e a riqueza material. Não podemos viver sem dinheiro. Mas saibamos utilizá-lo com habilidade, para o bem. Que ele não se torne um mestre tirânico. Saibamos utilizá-lo, não para nos enriquecermos egoisticamente, mas para o pôr ao serviço do bem dos outros, a começar pelos mais pobres. Aqui, a nossa habilidade deve estar ao serviço do bem! Não levaremos dinheiro no nosso caixão. Mas o bem que com ele tivermos feito seguirá para além da morte, “nas moradas eternas”. A lição continua sempre válida hoje!
• O mundo em que vivemos decidiu que o dinheiro é o deus fundamental e que tudo deixa de ter importância, desde que se possam acrescentar mais uns números à conta bancária. Para ganhar mais dinheiro, há quem trabalhe doze ou quinze horas por dia, num ritmo de escravo, e prescinda da família e dos amigos; por dinheiro, há quem sacrifique a sua dignidade e apareça a expor, diante de uma câmara de televisão, a sua intimidade e a sua privacidade; por dinheiro, há quem venda a sua consciência e renuncie a princípios em que acredita; por dinheiro, há quem não tenha escrúpulos em sacrificar a vida dos seus irmãos e venda drogas e armas que matam; por dinheiro, há quem seja injusto, explore os seus operários, se recuse a pagar o salário do mês porque o trabalhador é ilegal e não se pode queixar às autoridades… Que pensamos disto? Ser escravo dos bens é algo que só acontece aos outros? Talvez não cheguemos, nunca, a estes casos extremos; mas até onde seríamos capazes de ir por causa do dinheiro?
• Jesus avisa os discípulos de que a aposta obsessiva no “deus dinheiro” não é o caminho mais seguro para construir valores duradouros, geradores de vida plena e de felicidade. É preciso – sugere Ele – que saibamos aquilo em que devemos apostar… O que é, para nós, mais importante: os valores do “Reino” ou o dinheiro? Na nossa atividade profissional, o que é que nos move: o dinheiro, ou o serviço que prestamos e a ajuda que damos aos nossos irmãos? O que é que nos torna mais livres, mais humanos e mais felizes: a escravidão dos bens ou o amor e a partilha?
• Todo este discurso não significa que o dinheiro seja uma coisa desprezível e imoral, do qual devamos fugir a todo o custo. O dinheiro (é preciso ter os pés bem firmes na terra) é algo imprescindível para vivermos neste mundo e para termos uma vida com qualidade e dignidade… No entanto, Jesus recomenda que o dinheiro não se torne uma obsessão, uma escravidão, pois Ele não nos assegura (e muitas vezes até perturba) a conquista dos valores duradouros e da vida plena.
Quanto se trata de viver, e sobretudo de sobreviver, estamos prontos a tudo, todos os meios parecem bons para pôr a cabeça de fora. O administrador da parábola vai perder os seus meios de viver, procura a maneira de se sair. Reconhece que não tem a força de trabalhar, nem de mendigar. Então, tomando consciência que não pode conseguir sozinho, procura amigos a todo o preço, mesmo com o preço da desonestidade. O mestre faz o elogio, não da sua desonestidade, mas da sua habilidade. O objetivo da parábola é fazer refletir aqueles que se dizem cidadãos do Reino: estão dispostos a tudo para procurar o essencial e vivê-lo? A sua habilidade é também como a dos filhos deste mundo que, para as coisas materiais, estão dispostos a sacrificar a dimensão espiritual da sua vida? Jesus não pede para imitar o administrador nos seus gesto
ORAÇÃO
“Pai dos pobres, justiça dos oprimidos, nós Te bendizemos pelo teu Espírito Santo, que deste aos profetas, encarregando-os de proclamar sempre e em toda a parte as exigências da justiça.
Nós Te pedimos: que o teu Espírito purifique os nossos pensamentos e os nossos corações. Somos testemunhas de tantas injustiças! Que Ele nos inspire as iniciativas que se impõem”.
“Deus nosso Pai, Tu que és o único Deus e queres que todos os homens sejam salvos e cheguem a conhecer a verdade, nós Te damos graças por Jesus, que nos revelaste como o único mediador  entre Ti e a humanidade. Unidos a todos os cristãos que elevam para Ti as suas mãos e Te dirigem as suas orações, intercedemos por todos os homens e te pedimos  pela paz”.
 “Deus Pai, único mestre digno de ser servido, nós Te damos graças pela confiança que depositas em nós;  nos confias o teu Reino, que é infinitamente mais precioso que todos os bens da terra.  Nós Te pedimos: pelo teu Espírito, faz de nós filhos da luz, inspira-nos o bom uso dos bens da terra e a aptidão que convém ao teu Reino”.
Meditação para a semana…
Deus ou o dinheiro? Amós e Lucas nos convidam a um sério exame de consciência sobre a nossa maneira de praticar a justiça social e de utilizar o dinheiro. Quantos pobres, hoje no mundo, são explorados com poucos reais por alguns que enriquecem sobre a sua miséria? Não acusemos ninguém! Nesta semana, retomemos estes textos para fazer uma reflexão: a que mestre estamos amarrados: a Deus ou ao dinheiro?

fonte:
www.dehonianos.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário