15-maio-2016- Solenidade de Pentecostes
O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os
crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz
nascer o Homem Novo. O Evangelho nos apresenta
a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta
comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do
Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e
dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências. Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a
caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que
faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e
comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e
culturas. Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde
brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a
comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons
não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de
todos.
Reflexão:
Testemunhas da verdade… Jesus chama ao Espírito Santo “o
Defensor”. A palavra grega significa “advogado”. A sua função é fazer surgir a
verdade e tomar a defesa do acusado, de “dar testemunho em seu favor”. Estamos
assim no contexto de um processo em tribunal. O acusado é Jesus e, através dele,
é toda a humanidade: “Eis o homem!”, disse Pilatos. O acusador é aquele que São
Pedro chama “vossa parte adversa, o Diabo”, o Maligno. Só tinha um fim em
vista: levar os homens para longe da luz. O Juiz é Deus. Jesus envia o seu
Espírito, o Espírito de Verdade, que denuncia à face do mundo as mentiras do
Maligno. No Pentecostes, Ele proclama a vitória do Ressuscitado sobre as forças
de divisão e constitui os apóstolos como testemunhas autênticas desta Boa Nova.
Desde dois mil anos, de geração em geração, o Espírito do Pentecostes continua chamando homens e mulheres para lhes confiar a
mesma missão: serem testemunhas autênticas da verdade dada em Jesus, o
Ressuscitado. Aí se encontra o mistério secreto e incandescente do mistério da
Igreja.
A comunidade cristã só existe de forma consistente, se
está centrada em Jesus. Jesus é a sua identidade e a sua razão de ser. É n’Ele
que superamos os nossos medos, as nossas incertezas, as nossas limitações, para
partirmos à aventura de testemunhar a vida nova do Homem Novo. As nossas
comunidades são, antes de mais nada , comunidades que se organizam e estruturam
à volta de Jesus? Jesus é o nosso modelo de referência? É com Ele que nos
identificamos, ou é em qualquer ídolo de pés de barro que procuramos a nossa
identidade? Se Ele é o centro, a referência fundamental, têm algum sentido as
discussões acerca de coisas não essenciais, que às vezes dividem os crentes?
Identificar-se como cristão significa dar testemunho
diante do mundo dos “sinais” que definem Jesus: a vida doada, o amor
partilhado. É esse o testemunho que damos? Os homens do nosso tempo, olhando
para cada cristão ou para cada comunidade cristã, podem dizer que encontram e
reconhecem os “sinais” do amor de Jesus?
As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas
pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte
numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que
transforma o orgulho em serviço simples e humilde… É Ele que nos faz vencer os
medos, superar as covardias e fracassos, derrotar o ceticismo e a desilusão,
reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor,
sonhar com um mundo novo. É preciso ter consciência da presença contínua do
Espírito em nós e nas nossas comunidades e estar atentos aos seus apelos, às
suas indicações, aos seus questionamentos.
Num
processo, o advogado existe para emprestar a sua voz àquele que não tem voz,
procura encontrar as palavras daquele que as procura. Jesus conhece os seus
apóstolos, conhece os seus limites, os seus medos, a sua timidez, Ele sabe
também que eles encontrarão os difamadores, como Ele próprio os encontrou. É
então que Ele promete o Defensor, o “Espírito de Verdade”, afirma Ele. Este
Espírito não estará ao lado deles, mas neles, Ele amá-los-á, fortificá-los-á,
santificá-los-á, soprar-lhes-á as palavras que é preciso dizer e que farão eco
às palavras pronunciadas pelo seu Mestre. “Não sou eu que vivo, é Cristo que
vive em Mim”. Sim, o Espírito Santo, Espírito do Ressuscitado, anima hoje ainda
a sua Igreja. Porque ter medo, então? A palavra está no Defensor, é preciso não
contradizer esta palavra.
SEQUÊNCIA DO PENTECOSTES
Vinde, ó santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.
Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.
Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.
Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.
Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:
Virtude na vida,
amparo na morte,
Vinde, ó santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.
Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.
Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.
Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.
Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:
Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.
Meditação para a semana...
A festa do Pentecostes é uma boa ocasião para fazer uma
reflexão sobre a ação e os frutos do Espírito na nossa
vida: refletir nisso pessoalmente, falar com um orientador espiritual, viver
momentos privilegiados de oração? C abe a cada um escolher o meio para este
balanço espiritual…
fonte:
www.dehonianos.org
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