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de Maio - São Filipe Néri
Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu
ficaria contente até se eles me quebrassem paus na cabeça." Há maior boa
vontade em colocar no caminho correto as crianças abandonadas do que nessa
disposição? A frase bem-humorada é de Filipe Néri, que assim respondia quando
reclamavam do barulho que seus pequenos abandonados faziam, enquanto aprendiam
com ele ensinamentos religiosos e sociais. Nascido em Florença, Itália, em 21
de julho de 1515, Filipe Rômolo Néri pertencia a uma família rica: o pai,
Francisco, era tabelião e a mãe, Lucrécia, morreu cedo. Junto com a irmã
Elisabete, foi educado pela madrasta. Filipe, na infância, surpreendia pela
alegria, bondade, lealdade e inteligência, virtudes que ele soube cultivar até
o fim da vida. Cresceu na sua terra natal, estudando e trabalhando com o pai,
sem demonstrar uma vocação maior, mesmo freqüentando regularmente a igreja.
Aos dezoito anos foi para São Germano, trabalhar com um tio comerciante, mas
não se adaptou. Em 1535, aceitou o convite para ser o tutor dos filhos de uma
nobre e rica família, estabelecida em Roma. Nessa cidade foi estudar com os
agostinianos, filosofia e teologia, diplomando-se em ambas com louvor. No tempo
livre praticava a caridade junto aos pobres e necessitados, atividade que exercia
com muito entusiasmo e alegria, principalmente com os pequenos órfãos de
filiação ou de moral. Filipe começou a chamar a atenção do seu confessor, que
lhe pediu ajuda para fundar a Confraternidade da Santíssima Trindade, para
assistir os pobres e peregrinos doentes. Três anos depois, aos trinta e seis
anos de idade, ele se consagrou sacerdote, sendo designado para a igreja de São
Jerônimo da Caridade. Tão grande era a sua consciência dos problemas da
comunidade que formou um grupo de religiosos e leigos para discutir os
problemas, rezar, cantar e estudar o Evangelho. A iniciativa deu tão certo que
depois o grupo, de tão numeroso, passou à Congregação de Padres do Oratório,
uma ordem secular sem vínculos de votos. Filipe se preocupou somente com a
integração das minorias e a educação dos meninos de rua. Tudo o que fez no seu
apostolado foi nessa direção, até mesmo utilizar sua vasta e sólida cultura
para promover o estudo eclesiástico. Com seu exemplo e orientação, encaminhou e
orientou vários sacerdotes que se destacaram na história da Igreja e depois
foram inscritos no livro dos santos. Mas somente quando completou setenta e
cinco anos passou a dedicar-se totalmente ao ministério do confessionário e à
direção espiritual. Viveu assim até morrer, no dia 26 de maio de 1595. São
Filipe Néri é chamado, até hoje, de "santo da alegria e da caridade".
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