Se
eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos
outros
Hoje lembramos aquela primeira Quinta-feira Santa da
história, na qual Jesus Cristo se reúne com os seus discípulos para celebrar a
Páscoa. Então inaugurou a nova Páscoa da nova Aliança, na que se oferece em
sacrifício pela salvação de todos.
Na Santa Ceia, ao mesmo tempo que a Eucaristia, Cristo institui o sacerdócio
ministerial. Mediante este, poderá se perpetuar o sacramento da Eucaristia. O
prefácio da Missa Crismal revela-nos o sentido: «Ele escolhe alguns para
fazê-los participes de seu ministério santo; para que renovem o sacrifício da
redenção, alimentem a teu povo com a tua Palavra e o reconfortem com os teus
sacramentos».
E aquela mesma Quinta-feira, Jesus nos dá o mandamento do amor: «Amai-vos uns
aos outros. Como eu vos amei» (Jo 13,34). Antes, o amor fundamentava-se na
recompensa esperada em troca, ou no cumprimento de uma norma imposta. Agora, o
amor cristão fundamenta-se em Cristo. Ele nos ama até dar a vida: essa tem que
ser a medida do amor do discípulo, e esse tem que ser o sinal, a característica
do reconhecimento cristão.
Mas, o homem não tem a capacidade para amar assim. Não é simplesmente o fruto
de um esforço, senão dom de Deus. Afortunadamente, Ele é amor e —ao mesmo
tempo— fonte de amor que se nos dá no Pão Eucarístico.
Finalmente, hoje contemplamos o lava-pés.
Na atitude de servo, Jesus lava os pés dos Apóstolos, e lhes recomenda que o façam uns aos outros (cf. Jo 13,14).
Na atitude de servo, Jesus lava os pés dos Apóstolos, e lhes recomenda que o façam uns aos outros (cf. Jo 13,14).
Há algo mais que uma lição de humildade neste gesto do Mestre. É como uma
antecipação, como um símbolo da Paixão, da humilhação total que sofrerá para
salvar todos os homens.
O teólogo Romano Guardini diz que «a atitude do pequeno que se inclina ante o
grande, ainda não é humildade. É, simplesmente, verdade. O grande que se
humilha ante o pequeno, é o verdadeiro humilde». Por isto Jesus Cristo é
autenticamente humilde. Ante este Cristo humilde, nossos moldes se quebram.
Jesus Cristo inverte os valores humanos e convida-nos a seguí-lo para construir
um mundo novo e diferente desde o serviço.
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