16-abril-2017 - Domingo de Páscoa - Jo 20,1-9
A liturgia celebra
a ressurreição e nos garante que a vida
em plenitude resulta de uma existência feita doação e serviço em favor dos
irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto. A primeira leitura apresenta o exemplo de
Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à
morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica,
devem anunciar este “caminho” a todos os homens. O Evangelho nos coloca diante de duas atitudes
face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la
porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser
geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso,
entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta
que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira). A segunda leitura convida os cristãos,
revestidos de Cristo pelo batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova
até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos
ultrapassado a última barreira da nossa finitude).
Reflexão:
• A lógica humana vai na linha da figura representada por Pedro: o
amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem pretensões, a entrega da
vida, só conduzem ao fracasso e não são um caminho sólido e consistente para
chegar ao êxito, ao triunfo, à glória; da cruz, do amor radical, da doação de
si, não pode resultar realização, felicidade, vida plena. É verdade que é esta
a perspectiva da cultura dominante; é verdade que é esta a perspectiva de
muitos cristãos (representados na figura de Simão Pedro). Como me situo face a
isto?
• A ressurreição de Jesus prova, precisamente, que a vida
plena, a vida total, a transfiguração total da nossa realidade finita e das
nossas capacidades limitadas passa pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas consequências. Tenho
consciência disso? É nessa direção que conduzo a caminhada da minha vida?
• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e
pelos sacramentos, a semente da ressurreição (o próprio Jesus) é depositada na
realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos,
portanto, ressuscitando, até atingirmos
a plenitude, a maturação plena, a vida total (quando ultrapassarmos a barreira
da morte física). Aqui começa, pois, a nova humanidade.
• A figura de Pedro pode também representar, aqui, essa
velha prudência dos responsáveis institucionais da Igreja, que os impede de ir
à frente da caminhada do Povo de Deus, de arriscar, de aceitar os desafios, de
aderir ao novo, ao desconcertante, ao incompreensível. O Evangelho de hoje sugere
que é, precisamente aí que, tantas vezes, se revela o mistério de Deus e se
encontram ecos de ressurreição e de vida nova.
SEQUÊNCIA DA PÁSCOA
À Vítima pascal ofereçam os cristãos sacrifícios de
louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente, reconciliou com o Pai os pecadores.
Cristo, o Inocente, reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida travaram
um admirável combate:
Depois de morto, vive e reina o Autor da vida.
Depois de morto, vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria: Que
viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos, vi o sudário e a mortalha.
Vi as testemunhas dos Anjos, vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus
discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso, tende piedade de nós.
ORAÇÃOÓ Rei vitorioso, tende piedade de nós.
Aleluia, Pai, nós Te damos graças pelo grande mistério da
Páscoa. Nós Te louvamos e Te bendizemos pelo teu Filho Jesus, que os homens
tinham levado à morte, mas que Tu ressuscitaste ao terceiro dia. Nós Te pedimos
por todas as Igrejas fundadas sobre a fé dos Apóstolos, para que elas
testemunhem no mundo inteiro que Jesus está vivo.
Ressuscitados com Cristo, nós Te louvamos, Deus nosso
Pai, pelo Cordeiro pascal, teu Filho Jesus, que transforma a nossa velha terra
numa primavera de vida e de luz e que nos renova a nós mesmos pela sua Páscoa. Nós Te pedimos por todos os batizados e por
todos os jovens que renovam nestes tempos a sua profissão de fé.
Deus nosso Pai, a força do teu Espírito abriu o túmulo, o
teu Filho ressuscitou na luz deste dia eterno de Páscoa. Nós Te pedimos: abre os olhos do nosso
coração, como fizeste ao discípulo que viu e acreditou, abre os nossos
espíritos à inteligência das Escrituras.
Meditação para a semana. . .
Páscoa! Mergulhada no coração da nossa fé! Mergulhada nas fontes do nosso Batismo!
Hoje, a Ressurreição de Cristo é para nós algo mais que
um vago sentimento?
A Ressurreição de Cristo é o “dínamo” das nossas vidas de
batizados?
A Ressurreição de
Cristo é a energia que nos envia a testemunhar: “Cristo está vivo!
fonte:
www.dehonianos.org
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