30-abril-2017 - 3º Domingo da Páscoa
A liturgia nos convida a descobrir esse Cristo vivo que
acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os
corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos
discípulos se reúne para “partir o pão”; apela, ainda, a que os discípulos
sejam as testemunhas da ressurreição diante dos homens. É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagem
aparece de forma nítida. O texto que nos é proposto põe Cristo, vivo e
ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, explicando-lhes as Escrituras, enchendo-lhes o coração de esperança e sentando-Se com eles à mesa para “partir o
pão”. É aí que os discípulos O reconhecem.
A primeira leitura mostra (através da história de Jesus) como do amor
que se faz dom a Deus e aos irmãos, brota sempre ressurreição e vida nova; e
convida a comunidade de Jesus a testemunhar essa realidade diante dos homens. A
segunda leitura convida a contemplar com olhos de ver o projeto salvador de
Deus, o amor de Deus pelos homens (expresso na cruz de Jesus e na sua
ressurreição). Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo a
uma vida nova.
Reflexão:
• Na nossa caminhada pela vida, fazemos, frequentemente,
a experiência do desencanto, do desalento, do desânimo. As crises, os
fracassos, o desmoronamento daquilo que julgávamos seguro e em que apostamos
tudo, a falência dos nossos sonhos deixam-nos frustrados, perdidos, sem
perspectivas. Então, parece que nada faz sentido e que Deus desapareceu do
nosso horizonte… No entanto, a catequese que Lucas nos propõe hoje nos garante que Jesus, vivo e ressuscitado,
caminha ao nosso lado. Ele é esse companheiro de viagem que encontra formas de
vir ao nosso encontro – mesmo se nem sempre somos capazes de reconhece-lo, e de encher o nosso coração de esperança.
• Como é que Ele nos fala? Como é que Ele faz renascer em
nós a esperança? Como é que Ele nos passa esse suplemento de entusiasmo que nos
permite continuar? Lucas responde: é através da Palavra de Deus, escutada,
meditada, partilhada, acolhida no coração, que Jesus nos indica caminhos, nos
aponta perspectivas novas, nos dá a coragem de continuar, depois de cada
fracasso, a construir uma cidade ainda mais bonita. Que lugar que a Palavra de Deus desempenha na minha
vida? Tenho consciência de que Jesus me fala e me aponta caminhos de esperança
através da sua Palavra?
• Quando é que os olhos do nosso coração se abrem para
descobrir Jesus, vivo e atuante? Lucas responde: é na partilha do Pão eucarístico.
Sempre que nos sentamos à mesa com a comunidade e partilhamos o pão que Jesus
nos oferece, nos damos conta de que o Ressuscitado continua vivo, caminhando ao
nosso lado, alimentando-nos ao longo da caminhada, ensinando-nos que a
felicidade está na doação, na partilha, no amor. Sempre que nos juntamos com os
irmãos à volta da mesa de Deus, celebrando na alegria e na festa o amor, a
partilha e o serviço, encontramos o Ressuscitado enchendo a nossa vida de sentido, de
plenitude, de vida autêntica.
• E quando O encontramos? Que fazer com Ele? Lucas
responde: Temos de levá-lo para os caminhos do mundo, temos de partilhá-lo com
os nossos irmãos, temos de dizer a todos que Ele está vivo e que oferece aos
homens (através dos nossos gestos de amor, de partilha, de serviço) a vida nova
e definitiva.
Denunciamos a violência, mas será que lhe renunciamos?
Sofremos quando vemos na televisão ou na Internet imagens de situações
violentas de várias partes do mundo. Esperamos acordos que façam cessar os
atentados, as exclusões, a morte das vítimas inocentes, os conflitos de
qualquer espécie. Mas a violência está primeiro no coração do ser humano antes
de se manifestar nas suas palavras e nos seus atos. Somos violentos, quando
recusamos o outro diferente, quando não lhe permitimos que se exprima, quando
procuramos fazê-lo calar ou ridicularizar. Somos violentos quando recusamos dar
o passo para uma reconciliação, quando recusamos perdoar. Os violentos não são
apenas os que trazem armas, mas também aqueles que endurecem o seu coração.
ORAÇÃO
Nosso Pai, Nós Te damos graças pelo teu Filho Jesus. Nele
realizaste os anúncios dos profetas, Tu O ressuscitaste de entre os mortos e O
elevaste na tua glória. Bendito sejas! Pai, como o teu Filho Jesus, olhamos
para Ti sem cessar e Te pedimos: mostra-nos o caminho da vida, derrama sobre
nós o teu Espírito.
Nós Te bendizemos por Jesus Cristo, o Cordeiro sem pecado
e sem mancha, cujo precioso sangue nos libertou. Por Cristo ressuscitado,
acreditamos e colocamos em Ti a nossa fé e a nossa esperança. Nós Te invocamos
como nosso Pai, Tu que não fazes distinção entre os homens e que dás sentido às
nossas existências: liberta-nos do erro.
Bendito sejas, Senhor Jesus, Tu que caminhas nos nossos
caminhos, ao nosso lado, para nos fazer compreender as Escrituras. Nós Te damos
graças pelo Pão partido e pela revelação da tua ressurreição. Nós Te pedimos:
torna-nos atentos à tua presença, cura os nossos corações, tão lentos a crer;
fica conosco, quando se aproxima a noite, e ilumina o nosso caminho.
Meditação para a semana. . .
Emaús… é a nossa história de cada dia: os nossos olhos fechados que não
reconhecem o Ressuscitado… os nossos corações que duvidam, fechados na
tristeza… os nossos velhos sonhos vividos com decepção… o nosso caminho,
talvez, afastando-se do Ressuscitado… Nele, durante este tempo, ajustemos o seu
passo ao nosso para caminhar junto de nós no caminho da vida. Há urgência em
abrir os nossos olhos para reconhecer a sua Presença e a sua ação no coração do
mundo e para levar a Boa Notícia: Deus ressuscitou Jesus! Eis a nossa fé!
fonte:
www.dehonianos.org