A Oitava do Natal
Entre os dias 25 de
dezembro e 1º de janeiro a Igreja celebra a Oitava do Natal, ou seja, nesses
oito dias vive-se a exultação da grande Festa do Nascimento de Jesus como um
dia só.
Oitava tem dois sentidos
no uso litúrgico cristão. No primeiro, é o oitavo dia após uma festa,
inclusivamente, de forma que o dia sempre caia no mesmo dia da semana que a
festa original. A palavra é derivada do latim octava (oitavo), com
"dies" subentendido. O termo é também aplicado para todo o período de
oito dias, durante o qual as ditas festas passam a ser observadas também.
O Natal não é apenas a celebração do aniversário de Jesus, é memória da nossa
redenção. São Leão Magno um pai do século V, afirma que, com o nascimento de
Jesus, “brilhou para nós o dia da nossa redenção”. Em Jesus Deus se aproximou
do mundo, desposou a nossa humanidade, por isso, o mesmo Leão Magno refere-se
às festas do natal como ao dia das nossas núpcias, em que se realizou o admirável
intercâmbio entre o céu e a terra. Destacam-se o dia do natal com sua oitava, a
epifania e o batismo do Senhor. No dia do natal, celebramos a humilde presença
de Deus na terra, adoramos o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. É a
festa da Divina solidariedade. Na epifania, conhecida como festa dos reis
magos, celebramos a sua manifestação a todos os povos do mundo. O Batismo de
Jesus no Jordão é a sua manifestação, no início da sua missão. Ele, o Servo da
simpatia do Pai, destinado a ser luz das nações. É importante resgatar a
dimensão pascal do natal. O presépio, as encenações, os gestos e os cânticos do
Natal e da epifania devem nos ajudar a celebrar a “passagem” solidária de Deus
na pobreza da gruta, na manifestação Jesus aos povos, em Belém, e na
manifestação a seu povo, no Jordão. Os ofícios de vigília, com o simbolismo da
luz, retomam, de modo especial, o clarão da vigília pascal: lembram o
nascimento e a manifestação do Senhor Jesus qual luz a iluminar os que andavam
nas trevas. O Rito das aspersão, especialmente na festa do batismo, expressa o
nosso mergulho na divindade do Cristo, do mesmo modo como ele mergulhou em
nossa humanidade.
A prática da celebração das oitavas pode ter tido suas origens na celebração de
oito dias da Festa dos Tabernáculos e da Dedicação do Templo do Antigo
Testamento. Porém, o número "oito" também pode ser uma referência à
ressurreição, que na igreja antiga era geralmente chamada de "oitavo
dia".
Por esta razão, antigas fontes batismais e tumbas cristãs tinham a forma de
octógonos. A prática das oitavas foi introduzida pela primeira vez por
Constantino I, por conta da festa de dedicação das basílicas de Jerusalém e
Tiro, que duraram oito dias. Depois disso, festas litúrgicas anuais passaram a
ser observadas na forma de oitavas. As primeiras foram a Páscoa, o Pentecostes
e, no oriente, a Epifania. Isto ocorreu no século IV d.C. e indicava a reserva
de um período para os convertidos terem um alegre retiro.
O desenvolvimento as oitavas ocorreu vagarosamente. Do século IV até o VII
d.C., os cristãos observaram as oitavas com uma celebração no oitavo dia, com
poucas liturgias durante os dias intermediários. O Natal foi a próxima festa a
receber uma oitava. Já pelo século VIII d.C., Roma tinha desenvolvido oitavas
não somente para Páscoa, Pentecostes e Natal, mas também para a Epifania e as
festas de dedicação de igrejas individuais. Do século VII d.C. em diante, as
festas dos santos também passaram a ter oitavas (uma festa no oitavo dia e não
uma festa de oito dias), sendo as mais antigas as festas de São Pedro eSão
Paulo, São Lourenço e Santa Inês. A partir do século XII d.C., o costume passou
a ser a observância dos oito dias intermediários, além do oitavo. Durante a
Idade Média, as oitavas para diversas outras festas e dias santos eram
celebradas de acordo com a diocese ou a ordem religiosa.
fonte:
www.santuariopiedade.com.br
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