Visitas desde JUNHO/2009

online
online

13 dezembro, 2014

14/dezembro/2014- III Domingo do Advento
As leituras do 3º Domingo do Advento nos garantem que Deus tem um projeto de salvação e de vida plena para propor aos homens e para  faze-los passar das “trevas” à “luz”. Na primeira leitura, um profeta pós-exílico se apresenta aos habitantes de Jerusalém com uma “boa nova” de Deus. A missão deste “profeta”, ungido pelo Espírito, é anunciar um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai oferecer aos “pobres”. O Evangelho nos apresenta-nos João Batista, a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo. O objetivo de João não é centrar sobre si próprio o foco da atenção pública; ele está apenas interessado em levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus, “aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena para os homens. Na segunda leitura Paulo explica aos cristãos da comunidade de Tessalônica a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem… Paulo pede-lhes que sejam uma comunidade “santa” e irrepreensível, isto é, que vivam alegres, em atitude de louvor e de adoração, abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.
REFLEXÃO:
• A “voz”, através da qual Deus fala, nos convida a endireitar “o caminho do Senhor”. É, na linguagem do Evangelho segundo João, um convite a deixar “as trevas” e a nascer para “a luz”. Implica abandonar a mentira, os comportamentos egoístas, as atitudes injustas, os gestos de violência, os preconceitos, a instalação, o comodismo, a auto-suficiência, tudo o que empobrece a nossa vida, nos torna escravos e nos impede de chegar à verdadeira felicidade. Em termos pessoais, quais são as mudanças que eu tenho que operar na minha existência para passar das “trevas” para a “luz”? O que é que me escraviza e me impede de ser plenamente feliz? O que é que na minha vida gera desilusão, frustração, desencanto, sofrimento?
• A “voz”, através da qual Deus fala, nos convida a olhar para Jesus, pois só Ele é “a luz” e só Ele tem uma proposta de vida verdadeira para apresentar aos homens. À nossa volta são muitos os “vendedores de sonhos”, com propostas de felicidade “absolutamente garantida”. Nos atraem, nos seduzem, nos manipulam, nos escravizam e, quase sempre, nos deixam decepcionados e infelizes, mais angustiados, mais perdidos, mais frustrados. João nos garante: só Jesus é “a luz” que liberta os homens da escravidão e das trevas e lhes oferece a vida verdadeira e definitiva. A quem damos ouvidos: às propostas de Jesus, ou às propostas da moda, do politicamente correto, das pessoas “on” que aparecem dia a dia nas colunas sociais e que ditam o que está certo e está errado à luz dos critérios do mundo? Que significado é que Jesus e a sua proposta assumem no nosso dia a dia?
• Jesus marca, realmente, a nossa existência? Os valores que Ele veio propor têm peso e impacto nas nossas decisões e opções? Quando celebramos o nascimento de Jesus, celebramos um acontecimento do passado que deixou a sua marca na história, ou celebramos o encontro com alguém que é “a luz” que ilumina a nossa existência e que enche a nossa vida de paz, de alegria, de liberdade?
• O “homem chamado João”, enviado por Deus “para dar testemunho da luz”, nos convida a pensar sobre a forma de Deus atuar na história humana e sobre as responsabilidades que Deus nos atribui na recriação do mundo… Deus não utiliza métodos espetaculares e assombrosos para intervir na nossa história e para recriar o mundo; mas Ele vem ao encontro dos homens e do mundo para os envolver no seu amor através de pessoas concretas, com um nome e uma história, pessoas “normais” a quem Deus chama e a quem confia determinada missão. A todos nós, seus filhos, Deus confia uma missão no mundo – a missão de dar testemunho da “luz” e de tornar presente, para os nossos irmãos, a proposta libertadora de Jesus. Temos consciência de que Deus nos chama e nos envia ao mundo? Como é que respondemos ao chamamento de Deus: com disponibilidade e entrega, ou com preguiça, comodismo e acomodação?
• A atitude simples e discreta com que João se apresenta é muito sugestiva: ele não procura atrair sobre si as atenções, não usa a missão para a sua glória ou promoção pessoal, não busca a satisfação de interesses egoístas; ele é apenas uma “voz” anônima e discreta que recorda, na sombra, as realidades importantes. João é uma grande interpelação para todos aqueles a quem Deus chama e envia… Com ele, o profeta (isto é, todo aquele a quem Deus chama e a quem confia uma missão) deve aprender a ficar na sombra, a ser discreto e simples, de forma  que as pessoas não vejam a ele mas às realidades importantes que ele propõe.
• A atitude dos fariseus e dos líderes judaicos, cheios de preconceitos, preocupados em manter os seus esquemas de poder e instalação, instalados no seu comodismo e nos seus privilégios, impede-os de “conhecer” “a luz” que está para chegar. Trata-se de um aviso, para nós: quando nos instalamos no nosso comodismo, no nosso bem-estar, na nossa auto-suficiência, fechamos o coração à novidade e aos desafios que Deus nos faz… Dessa forma, não reconhecemos Jesus quando Ele vem ao nosso encontro e não O deixamos entrar na nossa vida. A liturgia nos convida, neste Advento, à desinstalação, a fim de que o Senhor que vem possa nascer na nossa vida.
Meditação para a semana. . . 
Testemunhar é apagar-se… A testemunha não aparece para falar de si, não atrai os olhares para a sua pessoa, mas para aquele de quem vem falar. João Batista não se coloca em destaque, ele diz logo o que ele não é, para que os seus interlocutores descubram o Outro, Aquele do qual não cessa de falar, Aquele a quem prepara a vinda, Aquele para o qual todos os olhares se devem virar porque Ele é a Luz. Jesus reconhecerá João Batista como sua testemunha que prepara a sua vinda.
No coração do quotidiano: a esperança.
O nosso olhar sobre os outros e sobre o mundo pode ser transformado nesta semana: passar da contestação à bondade; procurar ter uma expressão de sorriso em cada encontro, saudar o outro como um irmão que Deus ama e desejar-lhe todo o bem que Deus quer para ele. A alegria cristã não está ao nível de um otimismo simplista, mas coloca no coração do quotidiano a esperança, possível e certa pela Palavra feita carne.
fonte:
www.dehonianos.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário