03 de Dezembro - São Francisco Xavier
A Igreja sempre se apoiou nos missionários para sua
expansão no decorrer dos séculos. Primeiro foram os apóstolos que se espalharam
pelo mundo após a ressurreição de Jesus. Durante o período do descobrimento,
entre os séculos XV e XVI, o cristianismo encontrou nos missionários da
Companhia de Jesus, os jesuítas, a forma de iniciar a evangelização nas
Américas e no Oriente: Índia, Japão e China.
Francisco Xavier, considerado o maior dos missionários jesuítas, foi o
fundador dessas missões no Oriente. Nasceu no reino de Navarra, Espanha, em 7
de abril de 1506. Era filho de uma família nobre, que havia projetado para ele
um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito anos, na
Universidade de Paris. Mas não foi no campo terreno que ele se sobressaiu e sim
no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na mesma
universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de idéias objetivas e
tudo mudou. Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas. Loyola sonhava formar uma companhia de
apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. Viu em Francisco
alguém capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou conquistá-lo para a causa.
Tarefa que se revelou nada fácil, por causa do orgulho e da ambição que Xavier
tinha, projetadas em si por sua família. Loyola, enfim, convenceu-o com uma
frase que lhe tocou a alma: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro
se perder sua alma?" (Mc 8, 36). Francisco tomou-a como lema e nunca mais
a abandonou, nem ao seu autor, Jesus Cristo.
Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser mestre de seu professor,
ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos exercícios espirituais.
Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na solidão, preparando-se para
receber a ordenação sacerdotal. Celebrou sua primeira missa com trinta e um
anos e se tornou co-fundador da Companhia de Jesus. Passou, então, a cuidar dos
doentes leprosos, doença de então, segregados pela sociedade. Com outros
companheiros, fixou-se, em 1537, em Veneza, onde recolhia das ruas e tratava
aqueles a quem ninguém tinha coragem de recolher. Foi então que D. João III, rei de Portugal,
pediu a Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que
acompanhassem as expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias. O
grupo estava pronto e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco
Xavier decidiu tomar o seu lugar. O navio, com novecentos passageiros, entre
eles Francisco Xavier, partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de uma
viagem perigosíssima e cheia de transtornos, que demorou praticamente um ano.
Durante todo esse tempo, Francisco trabalhou em todos os serviços mais humildes
do navio. Era auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente, chegaram
ao porto de Goa. Desde então, Francisco
Xavier realizou uma das missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em
aldeia, evangelizava os nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as
aldeias em grupos, fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para
tocar a obra, enquanto investia em novas frentes apostólicas noutra região.
Acabou saindo das Índias para pregar no Japão, além de ter feito algumas
incursões clandestinas na China. Numa
delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre persistente o debilitou,
levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas quarenta e seis anos de
idade. A Igreja o beatificou em 1619, canonizando-o em 1622. Celebrado no dia
de sua morte, como exemplo do missionário moderno, são Francisco Xavier foi,
com toda justiça, proclamado pela Igreja patrono das missões, e pelo trabalho
tão significativo recebeu o apelido de "são Paulo do Oriente".
fonte:
www.paulinas.org.br
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