15 de Outubro - Santa Teresa de Ávila
Teresa de Cepeda y Ahumada, nascida em Ávila, na Castela
Velha, de nobre família, começou cedo a dar prova de temperamento vivaz,
fugindo de casa aos sete anos para buscar o martírio entre os mouros da África,
por amor de Cristo. Mas aos 16 anos começou a se embelezar por amor de um
simples mortal. E o pai, por um compreensível ciúme, para protegê-la, confiou-a
a um convento de freiras. Aos 20 anos,
contrariando os programas paternos, decidiu ser freira. Houve poucos anos de
vida regular, pois ela também cedeu a certa moda. As vozes interiores não lhe
deram tréguas e ela sentiu um desejo sempre mais insistente de retornar ao
primitivo rigor dos carmelitas, sendo objeto de extraordinárias experiências
místicas, traduzidas depois, por obediência, em vários tratados de oração
mental, citados entre os clássicos da literatura espanhola. Aos 40 anos ocorre a primeira grande virada
na vida desta imprevisível santa de idéias generosas. Depois das aflições
interiores, dos escrúpulos e daquilo que na mística é chamado de “noite dos
sentidos” — quer dizer, trevas interiores, a prova mais dura de uma alma
superar —, dá-se o encontro iluminador com dois santos, Francisco de Borja e
Pedro de Alcântara. Estes a repõem no bom caminho, na via da total confiança em
Deus. Em 1562, ela funda em Ávila o
convento reformado sob o patrocínio de são José. Cinco anos depois, um outro
decisivo encontro: João da Cruz, o príncipe da teologia mística. Os dois foram
feitos para se entenderem. Inicia assim aquele singular conúbio, em meio a
ardentíssimos arrebatamentos místicos e ocupações práticas do dia-a-dia, que
dela fazem a santa do bom senso, uma contemplativa imersa na realidade. Ela possui a chave para entrar no Castelo
interior da alma, “cuja porta de ingresso é a oração”, mas ao mesmo tempo sabe
tratar egregiamente de matérias econômicas. “Teresa”, diz ela argutamente, “sem
a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma força; com a graça
de Deus e muito dinheiro, uma potência”. Viaja pela Espanha de alto a baixo
(era chamada a “freira viajante”) para erigir novos conventos reformados e
revela-se uma hábil organizadora. Escreve
a história da própria vida, um livro de confissões extraordinariamente
sinceras: “Como me mandaram escrever o meu modo de fazer oração e as graças que
o Senhor me fez, eu queria que me tivessem concedido o poder de contar
minuciosamente e com clareza os meus grandes pecados”. Morre pronunciando as
palavras: “Sou filha da Igreja”.
Em 1970, Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja.
fonte:
www.paulinas.org.br
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