10 de Outubro - São Francisco Borja (ou Bórgia)
Típico exemplo da nobreza espanhola, gentil e refinado,
generoso e empreendedor, Francisco de Borja, bisneto do papa Alexandre VI e de
Fernando II de Aragão, resume em seus 62 anos de vida o contraditório mundo
quinhentista — luzes e sombras de onde emergem figuras de grandes santos, numa
época de violentas contestações também no campo religioso. Primogênito de João
de Borja, duque de Gandia (Valência), Francisco formou-se na corte de Carlos V,
que o adornou do título de marquês aos 20 anos. No ano anterior havia-se
casado: um casamento feliz, alegrado por oito filhos em dez anos. Da prematura morte da mulher e imperatriz,
Francisco deduziu o sentido da caducidade de tudo e decidiu dedicar-se ao
serviço de um Senhor “que nunca pudesse morrer”. Exerceu por quatro anos o
cargo de governador da Catalunha, embora secretamente votado à vida religiosa.
A alta posição que ocupava permitiu-lhe nesse tempo estabelecer os filhos. O encontro com o jesuíta Pedro Fabro foi
determinante. Em 1546 fechou definitivamente a porta às honras mundanas e,
demitindo-se dos altos cargos, depois de haver feito os exercícios espirituais,
emitiu voto de castidade, empenhando-se com outro voto a ingressar na Companhia
de Jesus. E o fez, de modo efetivo, em 1548 e, oficialmente, dois anos depois. Nesse meio-tempo renunciara ao ducado de
Gandia. Em Roma foi acolhido pelo próprio santo Inácio de Loyola, e a 26 de
maio de 1551 celebrou a primeira missa. As
honrarias — que o haviam perseguido desde a juventude na corte da Espanha —
continuaram a persegui-lo também na vida religiosa, a tal ponto que Francisco
se apressou em emitir todos os votos da Companhia de Jesus, dos quais um veta a
aceitação de dignidades eclesiásticas. Apenas
soube que o imperador Carlos V propusera seu nome ao papa para a púrpura
cardinalícia. Mas não pôde subtrair-se, em 1555, à eleição ao mais alto cargo
no seio da companhia, cujo capítulo o elegeu geral. Francisco exerceu esse
cargo até a morte, que o colheu em Ferrara.
Foi canonizado em 1671.
fonte:
www.paulinas.org.br
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