A Festa de Visitação começou a ser celebrada no século
XIII, pelos Franciscanos. Bonifácio IX (1389-1384) introduziu-a no calendário
universal da Igreja. Tradicionalmente celebrada a 2 de Julho, a festa foi
antecipada pelo novo calendário para o dia 31 de Maio, ficando assim entre a
Solenidade da Anunciação (25 de Março) e o
Nascimento de João Batista (24 de Junho). Depois da Anunciação, Maria foi
visitar a prima Isabel, partilhando com ela a alegria que experimentava perante
as “maravilhas” n´Ela operadas pelo Senhor. Impele-a também a essa visita a sua
caridade feita disponibilidade e discrição. Para Lucas, Maria é a verdadeira
Arca da Aliança, a morada de Deus entre os homens. Isabel reconhece esse fato e
reverencia-o. Toda a visitação de Maria é um acontecimento de Jesus.
A Visitação da Virgem
Maria a sua prima Santa Isabel, cuja festa comemoramos dia 31 de Maio, é um
acontecimento no mínimo enigmático, que não compreendemos facilmente. Maria
estava grávida e partiu para uma longa viagem, pois na época não havia as
estradas e os meios de transporte de hoje. De Nazaré, na Galileia, até Ain
Karin, na Judéia, onde morava Isabel são 150 quilômetros de distância. Para ir
até a casa de sua prima eram necessários vários dias de viagem. Certamente não
foi uma viagem fácil, principalmente por causa da gravidez de Maria. Por isso,
não é fácil compreender o que levou Nossa Senhora a empreender essa caminhada.
Maria, contra todas as
expectativas, depois de receber do anjo Gabriel o anúncio: “Conceberás e darás
à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (Lc 1, 31), ela parte para a casa
de Isabel. Lembre-se que Isabel estava grávida de seis meses (cf. Lc 1, 36).
Quando Nossa Senhora saudou Isabel, “a criança pulou de alegria em seu ventre,
e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc, 1, 41). Era João Batista, primo
de Jesus, que estava no ventre de Isabel e certamente teve sua vida marcada
pelo seu encontro com o Verbo Encarnado.
Isabel, depois de saudar
Maria, diz: “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? (Lc 1, 43).
Ela diz isso por que Nossa Senhora, sua prima, estava grávida do Verbo
Encarnado e, por isso, estranha a sua visita. Isabel também não compreendeu o
motivo daquela visita inesperada de Maria, principalmente por que ela seria mãe
do seu Senhor.
Para iluminar a nossa
reflexão, voltemos ao que Maria disse depois do anúncio do Anjo: “Eis aqui a
serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Algumas
traduções trazem, no lugar de “serva”, o termo “escrava”. Para entender o que
isso significa, é preciso compreender o que significava ser escravo naquela
época. Para o povo judeu, ser escravo é ter um “senhor” à quem devia
obediência. Porém, não como na escravidão que houve aqui no Brasil.
Os servos, ou escravos,
naquele tempo, serviam a seus senhores mas tinham seus direitos garantidos pela
Lei judaica. Maria se fez serva em obediência, não a um senhor ou patrão, mas
ao Senhor dos Céus e da Terra. Por isso, não se apegou a sua condição de Mãe do
Verbo, Jesus Cristo, mas colocou-se a serviço de sua prima. Ficou com ela
durante os três meses (cf. Lc, 1, 56) que faltavam para Isabel dar à luz a João
Batista (cf. Lc 1, 60-63).
Maria, aquela que é a
“cheia de graça” (cf. Lc 1, 28), escolhida para ser a Mãe de Jesus, Nosso
Senhor, empreende uma longa viagem para ficar com Isabel, cuidar dela nos
últimos dias de sua gravidez. Nesse gesto de Maria somos formados para também
nos colocar como servos, como escravos do Senhor dos Céus e da Terra. Ser servo
de Deus é uma grande dignidade, por isso, para que não nos orgulhemos, Nossa
Senhora nos convida a assumir a postura de nos colocar a serviço dos nossos
irmãos. Que esta reflexão nos ajude a aprender, na escola da Virgem Maria, a
humildade e o serviço ao Senhor e aos irmãos.
Fonte:
Blog.cancaonova.com.br
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