01/junho/2014 - Solenidade da Ascensão do Senhor
A Festa da Ascensão de
Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor
e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que
Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos
continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o
mundo. O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus
discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta
de Jesus ressuscitado, reconhece-o como
o seu Senhor, adora-o e recebe dele a
missão de continuar no mundo o testemunho do “Reino”. Na primeira leitura,
repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao
mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a
mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo “caminho” que Jesus
percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar olhando para o céu, numa passividade alienante; mas
têm que ir para o meio dos homens, continuar o projeto de Jesus. A segunda
leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram
chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa
“esperança” de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em
comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside no seu “corpo” que
é a Igreja; e é nela que Se torna, hoje, presente no meio dos homens.
Reflexão:
Na reflexão, considerar os
seguintes elementos:
• Jesus foi ao encontro do
Pai, depois de uma vida consumida ao serviço do “Reino”; deixou aos seus
discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta capaz de
renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes
de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e
sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens.
Estou consciente de que a Igreja – a comunidade dos
discípulos de Jesus, a que eu também pertenço – é, hoje, a presença libertadora
e salvadora de Jesus no meio dos homens?
Como é que eu procuro testemunhar o “Reino” na minha
vida de todos os dias – em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na
comunidade religiosa?
• A missão que Jesus
confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a
diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença da proposta
libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão confiada aos
discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos
os homens – sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas,
sociais ou econômicas – anunciando-lhes
a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou
responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos
– mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?
• Tornar-se discípulo é,
em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a partir das suas
palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo
do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos,
formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo
coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os
ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?
• No dia em que fui batizado,
comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?
• É um tremendo desafio
testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” (esses valores que, muitas
vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo
considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus
são objeto de zombaria e do escárnio dos
homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom
da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas
de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do
obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão,
no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos
discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de
desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei
convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que
testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Meditação para a semana .
. .
Ide!
Somos “clientes habituais” da Palavra de Deus.
Tantas vezes ouvida, mas, não tem eco vibrante na nossa vida.
“Ide e ensinai todas as nações, batizando-os…”.
Jesus chama e envia sem cessar e sem cansar.
Como é que há tão poucas
respostas? Qual a nossa resposta?
fonte:
www.dehonianos.org