As leituras deste Domingo propõem-nos o tema da “luz”.
Definem a experiência cristã como “viver na luz”. No Evangelho, Jesus apresenta-se como “a luz do mundo”; a sua missão é
libertar os homens das trevas do egoísmo, do orgulho e da auto-suficiência.
Aderir à proposta de Jesus é enveredar por um caminho de liberdade e de
realização que conduz à vida plena. Da ação de Jesus nasce, assim, o Homem Novo
– isto é, o Homem elevado às suas máximas potencialidades pela comunicação do
Espírito de Jesus. Na segunda leitura,
Paulo propõe aos cristãos de Éfeso que recusem viver à margem de Deus
(“trevas”) e que escolham a “luz”. Concretamente, Paulo explica que viver na
“luz” é praticar as obras de Deus (a bondade, a justiça e a verdade). A primeira leitura não se refere diretamente
ao tema da “luz” (o tema central na liturgia deste domingo). No entanto, conta
a escolha de David para rei de Israel e a sua unção: é um ótimo pretexto para
refletirmos sobre a unção que recebemos no dia do nosso Batismo e que nos
constituiu testemunhas da “luz” de Deus no mundo.
Reflexão:
• Nós, que acreditamos, não podemos nos fechar
num pessimismo estéril, decidir que o mundo
“está perdido” e que à nossa volta só há escuridão… No entanto, também não
podemos esconder a cabeça na areia e dizer que tudo está bem. Há, objetivamente,
situações, instituições, valores e esquemas que mantêm o homem encerrado no seu
egoísmo, fechado a Deus e aos outros, incapaz de se realizar plenamente. O que
é que, no nosso mundo, gera escuridão, trevas, alienação, cegueira e morte? O
que é que impede o homem de ser livre e de se realizar plenamente, conforme
previa o projeto de Deus?
• A catequese que João nos propõe hoje garante-nos: a realização plena do homem
continua a ser a prioridade de Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao
encontro dos homens e mostrou-lhes a luz libertadora: convidou-os a renunciar
ao egoísmo e auto-suficiência que geram “trevas”, sofrimento, escravidão e a
fazerem da vida um dom, por amor. Aderir a esta proposta é viver na “luz”.
Como é que eu me
situo face ao desafio que, em Jesus, Deus me faz?
• O Evangelho deste domingo descreve várias formas de responder negativamente
à “luz” libertadora que Jesus oferece. Há aqueles que se opõem decididamente à
proposta de Jesus porque estão instalados na mentira e a “luz” de Jesus só os
incomoda; há aqueles que têm medo de enfrentar as “bocas”, as críticas, que se
deixam manipular pela opinião dominante, e que, por medo, preferem continuar
escravos do que arriscar ser livres; há aqueles que, apesar de reconhecerem as
vantagens da “luz”, deixam que o comodismo e a inércia os prendam numa vida de
escravos… Eu identifico-me com algum
destes grupos?
• O cego que escolhe a “luz” e que adere incondicionalmente a Jesus e à sua
proposta libertadora é o modelo que nos é proposto. A Palavra de Deus
convida-nos, neste tempo de Quaresma, a um processo de renovação que nos leve a
deixar tudo o que nos escraviza, nos aliena, nos oprime – no fundo, tudo o que
impede que brilhe em nós a “luz” de Deus e que impede a nossa plena realização.
Para que a celebração da ressurreição – na manhã de Páscoa – signifique algo, é
preciso realizarmos esta caminhada quaresmal e renascermos, feitos Homens
Novos, que vivem na “luz” e que dão testemunho da “luz”.
O que é que eu
posso fazer para que isso aconteça?
• Receber a “luz” que Cristo oferece é, também, acender a “luz” da esperança no
mundo.
O que é que eu faço para eliminar as “trevas” que geram
sofrimento, injustiça, mentira e alienação?
A “luz” de Cristo que os padrinhos me passaram no dia em
que fui batizado brilha em mim e ilumina o mundo?
Meditação para a semana:
A vida é conversão! Aquele que está na verdade vem à luz,
diz Jesus a Nicodemos quando o vem encontrar de noite. Esta palavra também nos
é dirigida. Fazer uma caminhada de reconciliação é fazer sempre a verdade.
Receber o perdão é acolher sempre a luz. Mas antes de fazer esta caminhada, é
preciso decidir voltar para Deus. Deus nunca se afastou de nós, não esqueçamos
isso. Eis porque, antes de nos confessarmos, devemos confessar (= afirmar com
outros) que Deus é Amor. Somos nós que nos afastamos de Deus. Tomamos distância
em relação a Deus cada vez em que não amamos ou amamos mal. O pecado é tudo o
que é contrário ao amor por Deus e pelos irmãos. Deus nos espera. Demos-lhe a
alegria de nos perdoar.
Um outro olhar… “Deus não vê à maneira
dos homens, os homens vêem a aparência, mas o Senhor olha o coração”.
Uma Palavra para reajustar os nossos critérios de
julgamento:
Que olhar temos nós sobre as pessoas? Sobre os acontecimentos?
Uma Palavra para nos alegrar também com as escolhas do nosso Pai que olha a verdade dos nossos corações!
Que olhar temos nós sobre as pessoas? Sobre os acontecimentos?
Uma Palavra para nos alegrar também com as escolhas do nosso Pai que olha a verdade dos nossos corações!
fonte:
www.dehonianos.org.br
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