15 de Março - Santa Luísa de Marillac
Luísa nasceu em 12 de agosto de 1591, filha natural de
Luís de Marillac, senhor de Ferrières, aparentado com a nobreza francesa, cujas
posses permitiram dar à filha uma infância tranqüila. A menina aos três anos
foi para o Convento Real de Poissy, em Paris onde recebeu uma educação refinada,
quer no plano espiritual, quer no humanístico. Porém, seu pai morreu
quando ela tinha treze anos, sem deixar herança e, felizmente, nem dívidas.
Nessas circunstâncias Luísa foi tirada do Convento, pela tia Valença, pois os
Marillac não se dispuseram custear mais sua formação. Ela desejava dedicar sua
vida à Deus, para cuidar dos pobres e doentes, mas agora com a escassez
financeira teria de esperar para atingir esse objetivo. Durante dois anos viveu numa casa simples de
moças custeando-se com trabalhos feitos em domicílio, especialmente bordados
Ela tentou ingressar no mosteiro das capuchinhas das Filhas da Paixão que
acabavam de chegar em Paris, mas foi rejeitada pela aparência de saúde débil,
imprópria para a vida de mosteiro. Depois disso viu-se constrangida a aceitar
um casamento que os tios lhe arranjara. Foi com Antonio de Gràs, que trabalhava
como secretário da rainha. Com ele teve um filho, Miguel Antonio. Viveu feliz,
pois o marido a respeitava e amava a família. E se orgulhava da esposa que nas
horas vagas cuidava dos deveres de piedade, mortificando-se com jejuns
freqüentes, visitando os pobres, os hospitais e os asilos confortando a todos
com seu socorro. Até que ele próprio foi acometido por grave e longa
enfermidade e ela passou a se dedicar primeiro à ele sem abandonar os demais.
Mas com isso novamente os problemas financeiros voltaram. Nesse período teve dois grandes conselheiros
espirituais: Francisco de Sales e Vicente de Paulo, ambos depois declarados
Santos pela Igreja. Foi graças à direção deles, que pôde superar e enfrentar os
problemas que agitavam o seu cotidiano e a sua alma. Somente sua fé a manteve
firme e graças à sua força, suplantou as adversidades, até o marido falecer, em
1625 e Miguel Antonio foi para o seminário. Só então Luísa pôde
dedicar-se totalmente aos pobres, doentes e velhos. Isso ocorreu porque Vicente
de Paulo teve a iluminação de colocar-la à frente das Confrarias da Caridade,
as quais fundara para socorrer as paróquias da França, e que vinham definhando.
Vicente encarregou-a de visita-las, reorganiza-las, enfim dinamiza-las, e ela o
fez durante anos. Em 1634 Luísa, com ajuda e orientação de Vicente de
Paulo, fundou a Congregação das Damas da Caridade, inicialmente com três
senhoras da sociedade, mas esse núcleo se tornaria depois uma Congregação de
Irmãs. Isso o porque serviço que estas Damas prestavam aos pobres era limitado
pelos seus deveres familiares e sociais e pela falta de hábito aos trabalhos
humildes e fatigantes. Era necessário colocar junto delas, pessoas generosas,
livres e totalmente consagradas a Deus e aos pobres. Mas na Igreja não existiam
porque a vida de consagração para as mulheres estava concebida apenas como vida
de clausura. Então, Vicente e Luísa, em 1642 ousaram e, criam as Irmãs dos
Pobres, as Filhas da Caridade, a quem foram confiados os doentes, os
enjeitados, os velhos, os mendigos, os soldados feridos e os condenados às
prisões. Nascia um novo tipo de Irmã, com uma missão inédita para aqueles
tempos: uma vida consagrada em dispersão pelos caminhos do sofrimento humano,
assim estava criada a Congregação das Irmãs Filhas da Caridade, em 1642. Na
qual Luísa fez os votos perpétuos, sendo consagrada pelo próprio Vicente de
Paulo. A obra, sob a direção dela foi notável. Quando Paris foi assolada pela
guerra e peste, em 1652, as Irmãs chegaram a atender quatorze mil pessoas, de
todas as categorias sociais, sendo inclusive as primeiras Irmãs a serem
requisitadas para o atendimento dos soldados feridos, nos campos de batalhas. Luísa
morreu em 15 de março de 1660. Foi beatificada em 1920, e canonizada pelo Papa
Pio XI, em 1934. Suas relíquias repousam na Capela da Visitação da Casa Matriz
das Irmãs da Caridade, em Paris, França. Santa Luísa de Marillac foi proclamada
Padroeira das Obras Sociais e de todos os assistentes sociais, pelo Papa João
XXIII, em 1960.
fonte:
www.paulinas.org.br
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