A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma,
essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa
caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna,
de realização plena, de felicidade perfeita. A primeira leitura mostra como
Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos
momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a
pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada
em cada passo da história da salvação. A segunda leitura repete, noutros
termos, o ensinamento da primeira: Deus acompanha o seu Povo em marcha pela
história; e, apesar do pecado e da infidelidade, insiste em oferecer ao seu
Povo – de forma gratuita e incondicional – a salvação. O Evangelho também não
se afasta desta temática… Garante-nos que, através de Jesus, Deus oferece ao
homem a felicidade (não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida
eterna). Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o salvador do mundo”
torna-se um Homem Novo, que vive do Espírito e que caminha ao encontro da vida
plena e definitiva.
Reflexão:
• A modernidade criou-nos grandes expectativas. Disse-nos
que tinha a resposta para todas as nossas perguntas e que podia responder a todas as nossas
necessidades. Garantiu-nos que a vida plena estava na liberdade absoluta, numa
vida vivida sem dependência de Deus; disse-nos que a vida plena estava nos
avanços tecnológicos, que iriam tornar a nossa existência cômoda, eliminar a
doença e protelar a morte; afirmou que a vida plena estava na conta bancária,
no reconhecimento social, no êxito profissional, nos aplausos das multidões,
nos “cinco minutos” de fama que a televisão oferece… No entanto, todas as
conquistas do nosso tempo não conseguem calar a nossa sede de eternidade, de
plenitude, dessa “mais qualquer coisa” que nos falta para sermos, realmente,
felizes. A afirmação essencial que o Evangelho de hoje faz é: só Jesus Cristo
oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do
homem.
Eu já descobri isto, ou a minha procura de realização e
de vida plena faz-se noutros caminhos?
O que é preciso
para conseguirmos que os homens do nosso tempo aprendam a olhar para Jesus e a
tomar consciência dessa proposta de vida plena que Ele oferece a todos?
• Essa “água viva” de que Jesus fala faz-nos pensar no batismo. Para cada um de
nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus… Nessa altura acolhemos em
nós o Espírito que transforma, que renova, que faz de nós “filhos de Deus” e
que nos leva ao encontro da vida plena e definitiva.
A minha vida de
cristão tem sido, verdadeiramente, coerente com essa vida nova que então
recebi?
O compromisso que então assumi é algo esquecido e sem
significado, ou é uma realidade que marca a minha vida, os meus gestos, os meus
valores e as minhas opções?
• Atentemos no pormenor do “cântaro” abandonado pela samaritana, depois de se
encontrar com Jesus… O “cântaro” significa e representa tudo aquilo que nos dá
acesso a essas propostas limitadas, falíveis, incompletas de felicidade. O
abandono do “cântaro” significa o romper com todos os esquemas de procura de
felicidade egoísta, para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena.
Eu estou disposto a abandonar o caminho da felicidade egoísta, parcial,
incompleta, e a abrir o meu coração ao Espírito que Jesus me oferece e que me
exige uma vida nova?
• A samaritana, depois de encontrar o “salvador do mundo” que traz a água que
mata a sede de felicidade, não se fechou em casa desfrutando a sua descoberta; mas partiu para
a cidade, propondo aos seus concidadãos
a verdade que tinha encontrado.
Eu
sou, como ela, uma testemunha viva, coerente, entusiasmada dessa vida nova que
encontrei em Jesus?
Meditação
para semana:
A
vida é dom. “Se conhecêsseis o dom de Deus!”, diz Jesus à mulher de Samaria.
Deus é alguém que oferece um presente, é o seu modo de fazer aliança conosco.
Ele nos faz viver porque é nosso
Criador. Ele nos faz reviver porque é nosso Salvador. Ele nos faz viver com Ele
e com os nossos irmãos porque é o Espírito que faz a nossa comunhão. Saibamos
apreciar estes presentes, saibamos provar o seu sabor. A vida, recebemo-la… que
presente! É preciso que a demos… em troca! Nesta semana, procuremos aprofundar
esta relação que somos convidados a viver com Deus e com os nossos irmãos. Não
sejamos daqueles “mimados” que já não sabem apreciar o que lhes é dado! Não sejamos daqueles “avarentos” que já não
sabem o que é oferecer!
Fonte? Sede?
Sede do Povo de
Israel no deserto! Sede da samaritana!
E nós? Temos sede? De quem? De quê?
A que poço vamos nós beber para matar todas as sedes que
nos habitam? E se nos enganamos na fonte?
fonte:
www.dehonianos.org
“Senhor, dá me
dessa água, para que eu não sinta mais sede”!
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