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10 dezembro, 2017

10-dezembro-2017 -  2º Domingo do Advento 
A liturgia do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura, um profeta anônimo da época do Exílio garante aos exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e reto – em direção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que deixe os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de  auto suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.  No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.  A segunda leitura aponta para a parusía, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os cristãos pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.
Reflexão:
• Antes de mais nada, temos que  considerar a mensagem principal do  texto… João, o Batista, afirma claramente que preparar a vinda do Messias passa pela “metanóia” – isto é, por uma transformação total do homem, por uma nova atitude de base, por uma outra escala de valores, por uma radical mudança de pensamento, por uma postura vital inteiramente nova, por um movimento radical que leve o homem a reequacionar a sua vida e a colocar Deus no centro da sua existência e dos seus interesses. Neste tempo de Advento, de preparação para a celebração do Natal do Senhor, trata-se de uma proposta com sentido: preparar a vinda de Jesus exige de nós uma transformação radical da nossa vida, dos nossos valores, da nossa mentalidade… De fato, o que é que nos meus pensamentos, nos meus comportamentos, na minha mentalidade, nos valores que dirigem a minha vida, é egoísmo, orgulho e auto suficiência e impede o nascimento de Jesus no meu coração e na minha vida?
• Deus convida o homem à transformação e à mudança através desses profetas a quem Ele chama e a quem confia a missão de questionar o mundo e os homens. Estamos suficientemente atentos aos profetas que questionam o nosso estilo de vida e os nossos valores? Damos crédito às suas interpelações, ou consideramo-los figuras incomodativas, ultrapassadas e dispensáveis? E nós, constituídos profetas desde o nosso batismo, nos sentimos enviados por Deus a interpelar e a questionar o mundo e os nossos irmãos?
• O “estilo de vida” de João constitui uma interpelação pelo menos tão forte como as suas palavras. É o testemunho vivo de um homem que está consciente das prioridades e não dá importância aos aspectos secundários da vida – quais  sejam a roupa “de marca” ou a alimentação cuidada. A nossa vida também está marcada por valores, nos quais apostamos e à volta dos quais construímos toda a nossa existência… Quais são os valores fundamentais para mim, os valores que marcam as minhas decisões e opções? São valores importantes, decisivos, eternos, capazes de me dar vida e felicidade, ou são valores efêmeros, particulares, egoístas e geradores de dependência e escravidão? Como nos situamos frente a valores e a um estilo de vida que contradiz, claramente, os valores do Evangelho?
• Ao acentuar o caráter decisivo e determinante do apelo de João, Marcos nos convida a uma resposta objetiva, franca, clara e decidida. Não podem existir meias palavras ou tentativas de protelar a decisão… Estamos ou não dispostos a dizer “sim” aos apelos de Deus? Estamos ou não dispostos a aceitar a sua proposta de “metanoia”? Não basta dizer “talvez” ou “sim, mas…”. Deus espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à oferta de salvação que Ele faz. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso comodismo, à nossa preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa auto suficiência e um embarcar decidido na aventura do Reino que Jesus, há mais de dois mil anos, veio propor aos homens….
Menos pedras… Mais carne… Podemos  nos ferir se formos contra as pedras no caminho, ou se uma queda provocar um acidente. Podemos ferir o outro atirando-lhe  pedras. Ficamos feridos no mais profundo de nós mesmos se, em lugar do coração, tivermos uma pedra. No seguimento dos profetas, João Batista veio convencer os seus contemporâneos a arrancar o seu coração se ele for de pedra, para que um coração de carne  seja aí colocado. No deserto ou na margem do Jordão, ele pregava a conversão, isto é, a mudança total do coração por meio de um regresso radical para Deus. Ele era sinal da parte de Deus batizando na água, gesto de purificação. Ele testemunhava com a sua total disponibilidade para acolher o Enviado de Deus que batizará no Espírito Santo. O caminho estará pronto para que venha Aquele que falará ao coração do homem pedindo-lhe para amar Deus seu Pai e os homens seus irmãos.
Meditação para a semana…
Dar espaço para o Senhor…
A urgência é seguramente dar a Cristo todo o espaço nas nossas vidas: limpar o terreno, em suma…
Permitir que Ele nasça no íntimo da nossa vida…
O Advento pode ser um tempo de desapropriação, para melhor encontrar Cristo.
Ao longo desta segunda semana, é o apelo que nos é dirigido por João Baptista: procurar libertar o espaço para o Senhor. Só assim permitimos que Ele venha!
fonte:
www.dehonianos.org

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