26-novembro-2017 - NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO
UNIVERSO
No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de
Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras nos falam do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é
rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a
edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no
mundo que há de vir. A primeira leitura
utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua
relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o
seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por
outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. O Evangelho nos apresenta, num quadro
dramático, o “rei” Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que
partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os fracos, os
desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a
indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem
insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino. Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos
que o fim último da caminhada do cristão é a participação nesse “Reino de Deus”
de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus
manifestar-se-á em tudo e atuará como Senhor de todas as coisas.
Reflexão:
• Quem é que a nossa sociedade considera uma “pessoa de
sucesso”? Qual o perfil do homem “importante”? Quais são os padrões usados pela
nossa cultura para medir a realização ou
a não realização de alguém? Geralmente,
o “homem de sucesso”, que todos reconhecem como importante e realizado, é
aquele que tem dinheiro suficiente para concretizar todos os sonhos e fantasias,
que tem poder suficiente para ser temido, que tem êxito suficiente para juntar
à sua volta multidões de aduladores, que tem fama suficiente para ser invejado,
que tem talento suficiente para ser admirado, que tem a pouca vergonha
suficiente para dizer ou fazer o que lhe apetece, que tem a vaidade suficiente
para se apresentar aos outros como modelo de vida… No entanto, de acordo com a
parábola que o Evangelho propõe, o critério fundamental usado por Jesus para
definir quem é uma “pessoa de sucesso” é a capacidade de amar o irmão,
sobretudo o mais pobre e desprotegido. Para mim, o que é que faz mais sentido:
o critério do mundo ou o critério de Deus? Na minha perspectiva, qual é mais
útil e necessário: o “homem de sucesso” do mundo ou o “homem de sucesso” de
Deus?
• O amor ao irmão é, portanto, uma condição essencial
para fazer parte do Reino. Nós cristãos, cidadãos do Reino, temos consciência
disso e nos sentimos responsáveis por todos os irmãos que sofrem? Os que não
têm trabalho, nem pão, nem casa, podem contar com a nossa solidariedade ativa?
Os imigrantes, perdidos numa realidade cultural e social estranha, vítimas de
injustiças e violências, condenados a um trabalho escravo e que, tantas vezes,
não respeita a sua dignidade, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os
pobres, vítimas de injustiças, que nem sequer têm a possibilidade de recorrer
aos tribunais para que lhes seja feita justiça, podem contar com a nossa
solidariedade ativa? Os que sobrevivem com pensões de miséria, sem possibilidades
de comprar os medicamentos necessários para aliviar os seus padecimentos, podem
contar com a nossa solidariedade ativa? Os que estão sozinhos, abandonados por
todos, sem amor nem amizade, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os
que estão presos a um leito de hospital ou a uma cela de prisão, marginalizados
e condenados em vida, podem contar com a nossa solidariedade ativa?
• O Reino de Deus – isto é, esse mundo novo onde reinam
os critérios de Deus e que se constrói de acordo com os valores de Deus – é uma
semente que Jesus semeou, que os
discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o
seu tempo definitivo no mundo que há de vir. Não esqueçamos, no entanto, este
fato essencial: o Reino de Deus está no meio de nós; a nossa missão é fazer com
que ele seja uma realidade bem viva e bem presente no nosso mundo. Depende de
nós fazer com que o Reino deixe de ser uma miragem, para passar a ser uma
realidade crescendo e transformando o mundo e a vida dos homens.
• Alguém acusou a religião cristã de ser o “ópio do
povo”, por incentivar as pessoas a
sonhar com o mundo que há de vir, em lugar de as levar a um compromisso efetivo
com a transformação do mundo, aqui e agora. Na verdade, nós os cristãos
caminhamos ao encontro do mundo que há de vir, mas de pés bem fincados na
terra, atentos à realidade que nos rodeia e preocupados em construir, desde já,
um mundo de justiça, de fraternidade, de liberdade e de paz. A experiência
religiosa não pode, nunca,nos servir de
pretexto para a evasão, para a fuga às responsabilidades, para a demissão das
nossas obrigações para com o mundo e para com os irmãos.
A sua coroa será feita de espinhos… O seu trono será uma
cruz… O seu poder diferente do poder do mundo… O seu mandamento será o do Amor…
O seu exército será composto por homens desarmados… A sua Lei são as
bem-aventuranças… O seu Reino será um mundo de paz… Decididamente, este rei não
é como os outros, porque o seu Reino não é deste mundo. Contudo, nós somos convidados a segui-lo, e mesmo a fazer com que
se realize este Reino. Fazemo-lo sempre que somos artífices da paz e nos amamos
como Ele nos ama. Nada mais… mas nada menos!
Meditação para a semana…
Dar ternura e reconforto aos “pequenos”… Pessoalmente e em comunidade cristã,
empenhemo-nos nesta semana em dar, em nome do Senhor, ternura e reconforto aos
“pequenos” até aqui ignorados e tão próximos (no nosso prédio, bairro, cidade…
e, quem sabe, até na nossa casa, comunidade cristã, comunidade religiosa…).
fonte:
www.dehonianos.org
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