12-novembro-2017 - 32º Domingo do Tempo Comum
A liturgia nos convida
à vigilância. Recorda-nos que a segunda
vinda do Senhor Jesus está no horizonte final da história humana; devemos,
portanto, caminhar pela vida sempre atentos ao Senhor que vem e com o coração
preparado para o acolher. Na segunda
leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalônica que Cristo virá de novo para
concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo;
todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao
encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre. O Evangelho nos lembra que “estar preparado” para acolher o Senhor
que vem significa viver dia a dia na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e
comprometidos com os valores do Reino. Com o exemplo das cinco jovens
“insensatas” que não levaram azeite suficiente para manter as suas lâmpadas
acesas enquanto esperavam a chegada do noivo, nos avisa que só os valores do
Evangelho nos asseguram a participação no banquete do Reino. A primeira leitura nos apresenta a
“sabedoria”, dom gratuito e incondicional de Deus para o homem. É um caso
paradigmático da forma como Deus se preocupa com a felicidade do homem e põe à
disposição dos seus filhos a fonte de onde jorra a vida definitiva. Ao homem
resta estar atento, vigilante e disponível para acolher, em cada instante, a
vida e a salvação que Deus lhe oferece.
Reflexão:
• Nós, os cristãos do séc. XXI, não somos
significativamente diferentes dos cristãos que integravam a comunidade de
Mateus… Também percorremos um caminho de altos e baixos, em que os momentos de
entusiasmo e de compromisso alternam com os momentos de instalação, de
comodismo, de adormecimento, de pouco empenho. As dificuldades da caminhada, os
apelos do mundo, a monotonia, a nossa fragilidade nos levam, frequentemente, a
esquecer os valores do Reino e a correr atrás de valores efêmeros, que parecem nos
garantir a felicidade e só nos arrastam para caminhos de escravidão e de
frustração. O Evangelho deste domingo nos lembra que a segunda vinda do Senhor
deve estar sempre no horizonte final da nossa existência e que não podemos
alienar os valores do Evangelho, pois só eles nos mantêm identificados com esse
Senhor Jesus que há de voltar para nos oferecer a vida plena e definitiva.
Enquanto caminhamos nesta terra , devemos pois, manter-nos atentos e vigilantes, fiéis
aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com esse Reino que Ele nos mandou
construir.
• “Estar preparado” não significa, contudo, ter a
“alminha” limpa e sem mancha, para que, quando nos encontrarmos com o Senhor,
Ele não tenha nenhuma falta não confessada a apontar-nos e nos leve para o céu…
Mas significa, sobretudo, vivermos dia a dia, de forma comprometida e
entusiasta, o nosso compromisso batismal. “Estar preparado” passa por
descobrirmos dia a dia os projetos de Deus para nós e para o mundo e procurar
concretizá-los, com alegria e entusiasmo; “estar preparado” passa por fazermos
da nossa vida, em cada instante, uma doação aos irmãos, no serviço, na
partilha, no amor, ao jeito de Jesus.
• Embora o texto
se refira, primordialmente, ao nosso encontro final com Jesus, todos nós temos
consciência de que esse momento não será o nosso único encontro com o Senhor…
Jesus vem ao nosso encontro todos os dias e reclama o nosso empenho e o nosso
compromisso na construção de um mundo novo – o mundo do Reino. Ele faz ecoar o
seu apelo na Palavra de Deus que nos questiona, na miséria de um pobre que nos
interpela, no pedido de socorro de um homem escravizado, na solidão de um velho
carente de amor e de afeto, no sofrimento de um doente terminal abandonado por
todos, no grito aflito de quem sofre a injustiça e a violência, no olhar
dolorido de um imigrante, no corpo esquelético de uma criança com fome, nas
lágrimas do oprimido… O Evangelho deste domingo nos avisa que não podemos nos instalar
no nosso egoísmo e na nossa auto-suficiência e recusar-nos a escutar os apelos
do Senhor.
• A história das jovens “insensatas” que se esqueceram do
essencial nos faz pensar na questão das prioridades… É fácil
irmos “na onda”, preocuparmo-nos com o imediato, o visível, o efêmero (o
dinheiro, o poder, a influência, a imagem, o êxito, a beleza, os triunfos
humanos…) e negligenciarmos os valores autênticos. Mateus, com algum
dramatismo, nos avisa que só os valores do Evangelho nos asseguram a
participação no banquete do Reino. O objetivo da catequese de Mateus não é nos dizer
que, se não nos portarmos bem, Deus nos castiga com o inferno; mas é nos alertar
para a seriedade com que devemos avaliar as nossas opções, de forma a não
perdermos oportunidades para nos realizarmos e para chegarmos à felicidade
plena e definitiva.
Meditação para a semana…
Visitar alguém, encontrar-se…
Comprometer-se a visitar uma pessoa que tenha necessidade
de “reconforto” (chegada de novo, doente, só)…
Aqueles que
quiserem poderão encontrar-se para uma simples partilha sobre as suas
dificuldades atuais…
fonte:
www.dehonianos.org
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