11-junho -2017 - SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE
A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se
esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar
o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para
os fazer comungar nesse mistério de amor.
Na primeira leitura, o Deus da comunhão e da aliança, apostado em
estabelecer laços familiares com o homem, auto-apresenta-Se: Ele é clemente e
compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia. Na segunda leitura, Paulo expressa – através
da fórmula litúrgica “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a
comunhão do Espírito Santo estejam convosco” – a realidade de um Deus que é
comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de
amor. No Evangelho, João nos convida a
contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao
mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua
vida uma doação total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida
definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até a doação da vida do
Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.
Reflexão:
• João é o evangelista abismado na contemplação do amor
de um Deus que não hesitou em enviar ao mundo o seu Filho, o seu único Filho,
para apresentar aos homens uma proposta de felicidade plena, de vida
definitiva; e Jesus, o Filho, cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida uma
doação, até à morte na cruz, para mostrar aos homens o “caminho” da vida
eterna… No dia em que celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade, somos
convidados a contemplar, com João, esta incrível história de amor e a nos
espantar com o peso que nós – seres limitados e finitos, pequenos grãos de pó
na imensidão das galáxias – adquirimos nos esquemas, nos projetos e no coração
de Deus.
• O amor de Deus traduz-se na oferta ao homem de vida
plena e definitiva. É uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, válida para
sempre; mas Deus respeita absolutamente a nossa liberdade e aceita que
recusemos a sua oferta de vida. No entanto, rejeitar a oferta de Deus e
preferir o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, é um caminho de
infelicidade, que gera sofrimento, morte, “inferno”. Quais são as manifestações
desta recusa da vida plena que eu observo, na vida das pessoas, nos
acontecimentos do mundo, e até na vida da Igreja?
• Nós, crentes, devíamos ser as testemunhas desse Deus
que é amor; e as nossas comunidades cristãs ou religiosas deviam ser a
expressão viva do amor trinitário. É isso que acontece? Que contributo posso eu
dar para que a minha comunidade – cristã ou religiosa – seja sinal vivo do amor
de Deus no meio dos homens?
• A celebração da Solenidade da Trindade não pode ser a
tentativa de compreender e decifrar essa estranha charada de “um em três”. Mas
deve ser, sobretudo, a contemplação de um Deus que é amor e que é, portanto,
comunidade. Dizer que há três pessoas em Deus, como há três pessoas numa
família – pai, mãe e filho – é afirmar três deuses e é negar a fé;
inversamente, dizer que o Pai, o Filho e o Espírito são três formas diferentes
de apresentar o mesmo Deus, como três fotografias do mesmo rosto, é negar a
distinção das três pessoas e é, também, negar a fé. A natureza divina de um
Deus amor, de um Deus família, de um Deus comunidade, expressa-se na nossa
linguagem imperfeita das três pessoas. O Deus família torna-se trindade de
pessoas distintas, porém unidas. Chegados aqui, temos de parar, porque a nossa
linguagem finita e humana não consegue “dizer” o indizível, não consegue
definir o mistério de Deus.
ORAÇÃO
Nós Te bendizemos, Deus Pai, porque Te deste a conhecer desde todas as
gerações. Manifestaste-Te a Abraão, a Moisés, a Josué, a David. Bendito sejas
porque encontramos graça diante de Ti. Deus
terno e misericordioso, nós Te suplicamos: purifica-nos do mal que subsiste no
teu povo e o torna cúmplice das injustiças do nosso mundo.
Deus de amor e de paz, nós Te louvamos pela comunhão do
Espírito Santo na qual nos uniste a Ti, pelo teu Filho Jesus. Nós Te pedimos ainda: que a comunhão do
Espírito Santo traga frutos às nossas comunidades e a cada um de nós. Que ela
nos una no respeito por cada pessoa, na paz e na alegria.
Benditas sejas, nosso Pai, porque tanto nos amaste e nos
deste o teu Filho único. Bendito sejas pela vida eterna que nele nos concedes.
Bendito sejas, Pai, Tu que tanto desejas salvar o mundo. Nós Te suplicamos: faz crescer em nós a fé em
Jesus teu Filho, que Ele nos liberte de todas as formas de morte e nos oriente
para a vida em Ti.
Meditação para a
semana
Um Lar incandescente! Um “Braseiro de Amor”, que tem como
característica comunicar-se e nos tornar participantes do seu Amor, da sua
Vida. «Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho Unigênito”, diz-nos S.
João. Quanto a Paulo, ele nos propõe alguns pontos de atenção para que os
nossos diferentes lugares de vida – família, trabalho, bairro – se tornem
verdadeiros “lares de amor”: sem pretensão, mas à imagem da Trindade!
fonte:
www.dehonianos.org
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