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05 novembro, 2016

06-novembro-2016-  Solenidade de Todos os Santos

A solenidade de Todos os Santos, costume que vem já do séc. IX para toda a Igreja.
Alegremo-nos todos no Senhor e celebremos festivamente este dia em honra de Todos os Santos…”
É realmente uma festa de família para o Povo de Deus.
É a festa da esperança. O pensamento do céu, nossa verdadeira pátria, (cfr. Heb 13, 14) dá mais seriedade aos nossos pensamentos e traz mais calma para as nossas penas fazendo-nos viver na intimidade dos que vivem no além a quem rezamos e que por nós oram.
Evangelho: São Mateus 5, 1-12ª
Reflexão:
As  bem-aventuranças, expressas na terceira pessoa do plural, têm em Mateus um caráter solene e universal, para todas as pessoas e para todos os tempos. Elas condensam a grande novidade do Evangelho, em contraste flagrante com o próprio pensamento religioso judaico então vigente, para já não falarmos do espírito mundano, hedonista do paganismo de então e do de agora. Elas não são expressão de uma «ética dos fracos», mas, pelo contrário, de um ideal de vida para almas fortes e generosas. As bem-aventuranças correspondem a uma ética que, quando vivida a sério, é capaz de renovar as pessoas e a sociedade, como o demonstra a vida de todos os santos.
 «Bem-aventurados». Esta tradução (em vez de «felizes») firma a ideia de que o Senhor promete a felicidade na bem-aventurança eterna e, ao mesmo tempo, já nesta vida, ao dizê-la do presente: «deles é»(não diz «deles será»). As bem-aventuranças são o mais surpreendente código de felicidade, e não se trata de uma felicidade qualquer: é uma felicidade incomparável, interior e profunda, embora ainda não possuída de modo perfeito e completo na vida terrena.
«Os pobres em espírito». «No Antigo Testamento, o pobre está já delineado não só como uma situação econômico-social, mas como um valor religioso muito elaborado: é pobre quem se apresenta diante de Deus com uma atitude humilde, sem méritos pessoais, considerando a sua realidade de homem pecador, necessitado do perdão divino, da misericórdia de Deus para ser salvo. Daí que, além de viver com uma sobriedade e uma austeridade de vida reais, efetivas, ele aceita e quer tais condições de pobreza não como algo imposto pela necessidade, mas voluntariamente, com afeto (…). A “explicação” de Mateus, em espírito, sublinha a exigência dessa mesma pobreza: não é pobre em espírito quem só o é obrigado pela sua situação econômico-social, mas sim quem, além disso, é pobre querendo essa pobreza de modo voluntário (…). Esta atitude religiosa de pobreza está muito relacionada com a chamada infância espiritual. O cristão considera-se diante de Deus como um filho pequeno que não tem nada como propriedade; tudo é de Deus, o seu Pai, e a Ele lho deve. De qualquer modo, a pobreza em espírito, isto é, a pobreza cristã, exige o desprendimento dos bens materiais e uma austeridade no uso deles».
 «Os humildes». A tradução preferiu um termo mais suave do que «os mansos», que são os que sofrem serenamente e sem ira, ódio ou abatimento, as perseguições injustas e as contrariedades. De fato só os humildes são capazes da virtude da mansidão, pois não dão muita importância a si próprios. A «terra» é a nova terra prometida, isto é, o Céu.
 «Os que choram», isto é, os aflitos, e muito particularmente os que têm o coração cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que, com vontade de reparação, choram e deploram os seus pecados.
 «Fome e sede de justiça». A ideia de justiça na Sagrada Escritura é uma ideia de natureza religiosa: justo é aquele que cumpre a vontade de Deus, e justiça corresponde a santidade, vocação a que todos são chamados.
 «Os puros de coração» são, em geral, os que têm uma intenção reta, os que são capazes de um amor puro, limpo e nobre, os que têm um olhar reto e são; está, portanto, englobada a castidade, mas não é só ela a ser referida aqui.
«Os que promovem a paz» (uma tradução mais expressiva do que os pacíficos) são os que promovem a paz entre os homens e dos homens com Deus, fundamento sério de toda a paz no mundo.
Santos Anônimos
São milhares e milhares de pessoas em múltiplas atividades de voluntariado, nos hospitais, nas prisões, nos bairros degradados, junto dos sem-teto, dos que vivem sós, em suas casas ou nos asilos.
Heróis anônimos são também as mães que se levantam muito cedo para levar os filhos à creche e deixar as refeições preparadas em casa, porque só vão regressar, à tardinha, depois de uma extenuante jornada de trabalho. São os pais que se desdobram numa luta pelo emprego, que já não está fácil, inventando, aqui e ali, alternativas para equilibrar os seus magros orçamentos. São os jovens, que resistindo ao facilidades e à civilização do prazer efêmero e do «deixa correr, que tudo isto é para gastar e gozar» se esforçam por fazerem o que a consciência lhes dita, por ser fiéis aos valores familiares e cristãos que os seus antepassados lhes legaram.
São os pescadores que todas as noites buscam no mar o pão de cada dia, indiferentes aos perigos que os cercam. São os agricultores que suportam as inclemências do tempo e tiram da terra, com suor e lágrimas, os alimentos de que todos precisamos.
São os condutores  de veículos coletivos  que sem liberdade para as suas divagações, se vergam com a responsabilidade de milhares de vidas nas suas costas. São os policiais chamados a acudir a quem precisa, não sabendo que perigos escondem para si, a escuridão e a maldade dos outros.
São os médicos e enfermeiros que velam no silêncio de um hospital qualquer , à disposição de um pedido de ajuda. São também, milhares de homens e mulheres, com nome e rosto, de carne e osso como nós, com um futuro material risonho à sua frente, mas que, renunciam à família, ao dinheiro e ao protagonismo social para serem servos de todos, impulsionados pela sua fé sincera em Deus e em Jesus Cristo encarnado no outro, naquele que está ao nosso lado e que se descobre sempre como um irmão que importa ajudar hoje, com atos concretos de heroísmo, e não com piedosos sentimentos de compaixão.
Lembramos  ainda, com acentuado toque de gratidão, no rol dos heróis anônimos, os dedicados e sacrificados professores, voltados à tarefa espinhosa (diríamos até de alto risco) de educar crianças e jovens, com as suas travessuras  e rebeldias, na rotina diária das nossas escolas; os muitos clérigos e religiosos a trabalhar em Instituições da igreja, que testemunham,  com modelares obras de solidariedade social, o verdadeiro humanismo cristão, acolhendo e tratando, com muito amor, com dedicação extrema, aqueles que a família e a sociedade lhes confiam, nos Asilos, nos Centros de Recuperação, nos Jardins de Infância ou nos Hospitais.
Afinal, este nosso mundo, não é assim tão mau como, às vezes o pintam. O mal, porque é uma anormalidade, vem mais vezes, nos noticiários que nos entram em casa a toda a hora.
Mas o bem, desinteressado e heroico, praticado por gente de todas as idades, em cada dia que passa, é igualmente uma consoladora realidade,  provando que Deus não abandona as suas criaturas.
ORAÇÃO : 

Deus eterno e onipotente, que nos concedeis a graça de honrar numa única solenidade os méritos de Todos os Santos, dignai-Vos derramar sobre nós, em atenção a tão numerosos intercessores, a desejada abundância da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor…

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