Visitas desde JUNHO/2009

online
online

30 abril, 2016

O1- maio-2016- 6º Domingo do Tempo Pascal - Jo 14,23-29 

Na liturgia deste domingo sobressai a promessa de Jesus de acompanhar de forma permanente a caminhada da sua comunidade em marcha pela história: não estamos sozinhos; Jesus ressuscitado vai sempre ao nosso lado.  No Evangelho, Jesus diz aos discípulos como devem se  manter em comunhão com Ele e reafirma a sua presença e a sua assistência através do “paráclito” – o Espírito Santo. A primeira leitura  nos apresenta a Igreja de Jesus  confrontando-se com os desafios  dos  novos  tempos.  Animados  pelo  Espírito,  os  crentes  aprendem  a  discernir  o essencial do acessório e atualizam a proposta central do Evangelho, de forma que a mensagem libertadora de Jesus possa ser acolhida por todos os povos.
Na segunda leitura, apresenta-se mais uma vez a meta final da caminhada da Igreja: a “Jerusalém messiânica”, essa cidade nova da comunhão com Deus, da vida plena, da felicidade total.
Reflexão:
“Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada”. Uma vez mais, Jesus parece pôr uma condição para que  o Pai  possa  nos amar.  Quem  pode  pretender  amar  o Senhor,  guardar  a sua Palavra? Parece mesmo que, quanto mais os anos passam, mais se instala em nós  uma  certa  lassidão  e esmorece  o ardor  em  amar  o Senhor.  Apesar  de  todos  os esforços, parece que estamos longe da intimidade com Jesus. Mesmo sendo fiéis à oração, frequentando  os sacramentos, em particular a Eucaristia, sentimos um vazio… Parece  que  não  amamos  bastante  o Senhor!  Mas  recordemo-nos  do  essencial:  a absoluta anterioridade do amor de Deus por nós, foi Ele que nos amou primeiro… O que Jesus nos pede é que reconheçamos primeiro o amor do Pai por nós, que nos precede sempre. Na medida em que guardamos  este amor de Jesus com seu Pai, este amor primeiro, podemos guardar a sua Palavra e aprender a amar.

 ♦  Falar do “caminho” de Jesus é falar de uma vida consumida em favor dos irmãos, numa doação total e radical, até à morte. Os discípulos são convidados a percorrer, com Jesus, esse mesmo “caminho”. Paradoxalmente, dessa entrega (dessa morte para si mesmo) nasce o Homem Novo, o homem na plenitude das suas possibilidades, o homem que desenvolveu até ao extremo todas as suas potencialidades. É esse “caminho” que eu tenho percorrido? A minha vida tem sido doação, entrega, dom, amor até ao extremo? Tenho procurado despir-me do egoísmo e do orgulho que impedem o Homem Novo de aparecer? 
♦  A comunhão do crente com o Pai e com Jesus não resulta de momentos mágicos nos quais, através da recitação de certas fórmulas, a vida de Deus bombardeia e inunda incondicionalmente o crente; mas a intimidade e a comunhão com Jesus e com  o Pai estabelece-se  percorrendo  o caminho  do amor  e da entrega,  numa doação total aos irmãos. Quem quiser encontrar-se com Jesus e com o Pai, tem que sair do egoísmo e aprender a fazer da sua vida uma doação aos irmãos.  
♦  É impressionante essa pedagogia de um Deus – o nosso Deus – que nos deixa ser os  construtores  da  nossa  própria  história,  mas  não  nos  abandona.  De  forma discreta,  respeitando  a  nossa  liberdade,  Ele  encontrou  formas  de  continuar conosco, de nos animar, de nos ajudar a responder aos desafios, de nos recordar que só nos realizaremos plenamente na fidelidade ao “caminho” de Jesus. 
♦  O cristão tem que estar, no entanto, atento à voz do Espírito, sensível aos apelos do Espírito; tem que procurar detectar os novos caminhos que o Espírito propõe; tem que estar na disposição de se deixar questionar e de refazer a sua vida, sempre que o Espírito  lhe dá a entender  que ela está  afastando-se  do “caminho”  de Jesus. Estamos  sempre  atentos  aos sinais  do Espírito  e disponíveis  para enfrentar  os seus desafios?
 Jesus gostava de dizer que nunca estava só. Vemo-lo retirar-Se para a montanha, sozinho, mas para se juntar a seu Pai. E promete aos discípulos não os deixar órfãos porque lhes enviará o seu Espírito, o Espírito Santo, o Defensor. Na hora das grandes confidências,  pouco tempo antes da sua paixão, Jesus anuncia aos seus discípulos que  virá  habitar  neles  com  o seu  Pai,  na  condição  de  permanecerem  fiéis  à sua palavra. Parece dizer: “se quereis que venhamos habitar em vós, aceitai permanecer fiéis a toda a mensagem  que vos transmiti”.  Não somente  o Pai e o Filho querem habitar nos discípulos, mas o Espírito Santo também habitará neles para os ensinar e fazê-los recordar-se de tudo o que Jesus lhes disse. Sabemos que há duas formas de morte: a morte física e o esquecimento. Jesus veio anunciar aos seus discípulos que, após a sua morte, Ele ressuscitará, e o Espírito Santo ajudará os discípulos a não esquecer o que fez e disse: eles farão memória, recordando-se d’Ele, mas, sobretudo, proclamando-O vivo hoje até à sua vinda na glória.
ORAÇÃO
Nosso Pai, nós Te damos graças pelo teu Espírito Santo, que Tu comunicaste generosamente  aos  Apóstolos  e,  por  eles,  às  tuas  Igrejas,  para  orientar,  guiar, sustentar e encorajar o teu povo na fidelidade à tua vontade. Nós Te pedimos pela Igrejas que estão em sínodo e por todas as equipes pastorais: pelo teu Espírito, ilumina-as na tomada de decisões!
 Deus Pai, estás presente em todas as assembléias de oração, por mais modestas que sejam, até nas nossas famílias, para aí revelar a Jerusalém celeste e a nova terra que desejas criar conosco. Bendito sejas! Nós Te pedimos pelas paróquias e pelas comunidades que constroem, decoram ou reparam as suas igrejas. Que o teu Espírito as oriente nas suas escolhas.
 Pai de Jesus Cristo e nosso Pai, nós Te damos graças pela tua presença fiel no teu Povo, primeiro pelo teu Filho, que habitou no meio dos discípulos, em seguida pelo teu Espírito, o Defensor, que habita conosco. Nós Te pedimos: mantém-nos fiéis à tua Palavra, dá-nos a paz, a tua paz, aquela de que o mundo tem necessidade. O teu Espírito de Paz.
 Meditação para a semana. . .
Que fazemos da Palavra? Em cada domingo a Palavra nos é oferecida. Que fazemos dela? Ela é o “fio condutor” da nossa semana? Ou a esquecemos,  mal a escutamos? Nesta semana, procuremos recordar a Palavra evangélica e deixemo-nos transformar por ela. O Espírito Santo nos ensinará, nos fará compreender, nos diz  Jesus. Basta estarmos abertos à sua ação!




Nenhum comentário:

Postar um comentário