2 fevereiro - Apresentação
do Senhor - Lucas 2, 22-40
Esta festa já era
celebrada em Jerusalém, no século IV. Chamava-se festa do encontro, hypapántè ,
em grego. Em 534, a festa estendeu-se a Constantinopla e, no tempo do Papa
Sérgio, chegou a Roma e ao Ocidente. Em Roma, a festa incluía uma procissão até
à Basílica de S. Maria Maior. No século X, começaram a benzer-se as velas.
José e Maria levam o
Menino Jesus ao templo, oferecendo-o ao Pai. Como toda a oferta implica
renúncia, a Apresentação do Senhor é já o começo do mistério do sofrimento
redentor de Jesus, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário. Maria e
José unem-se à oferta do seu divino Filho estando a seu lado e colaborando,
cada um a seu modo, na obra da Redenção.
Os pais de Jesus, de
acordo com a lei mosaica, 40 dias depois do nascimento do primeiro filho, foram
ao Templo de Jerusalém para oferecer o primogênito ao Senhor e para a mãe ser
purificada. Mas este rito não foi exatamente igual aos outros. Nos ritos comuns,
eram os pais que apresentavam os filhos a Deus em sinal de oferta e de
pertença; neste rito é Deus que apresenta o seu Filho aos homens. Faz pela boca do velho Simeão e da profetisa Ana.
Simeão apresenta-O ao mundo como salvação para todos os povos, como luz que
iluminará as gentes, mas também como sinal de contradição; como Aquele que
revelará os pensamentos dos corações.
O encontro de Jesus com
Simeão e Ana no Templo de Jerusalém é símbolo de uma realidade maior e
universal: a Humanidade encontra o seu Senhor na Igreja. Malaquias
preanunciava este encontro: «Eis que Eu vou enviar o meu mensageiro, a fim de
que ele prepare o caminho à minha frente. E imediatamente entrará no seu santuário o Senhor, que vós
procurais». No Templo, Simeão reconheceu Jesus como o Messias esperado e
proclamou-o salvador e luz do mundo. Compreendeu que, doravante, o destino de
cada homem se decidia pela atitude assumida perante Ele; Jesus será ruína ou
salvação. Como dirá João Batista: Ele tem na mão a joeira para separar o trigo
bom da palha (cf. Mt 3, 12).
É o que acontece, a outra
escala, também hoje: no novo templo de Deus que é a Igreja, os homens
«encontram» Cristo, aprendem a conhecê-lo, recebem-no na Eucaristia, como
Simeão o recebeu nos braços; a sua palavra torna-se, aí, para eles, luz e o seu
corpo força e alimento. É a experiência que fazemos, sempre que vamos à missa.
A comunhão é um verdadeiro encontro entre Deus e nós. Hoje, essa experiência é
acentuada pelo simbolismo da festa: a procissão com que entramos na igreja com
o sacerdote, levando a vela acesa e cantando, era, sinal deste ir ao encontro
de Jesus que nos chama no interior da sua igreja, na esperança de irmos ao seu
encontro um dia no Hypapante eterno, quando formos nós a ser
apresentados por Ele ao Pai.
A Candelária é festa de
luz. A luz da fé não nos foi dada apenas para iluminar o nosso caminho,
desinteressando-nos dos outros… A luz da fé também não é para ser acesa apenas
na igreja, ou em certos momentos, mas em todos os momentos e situações da nossa
vida… A nossa fé há de ser luz que ilumina, fogo que aquece… É luz e fogo quem
é compreensivo e bom com todos… quem sabe apoiar os pequenos esforços… os
pequenos progressos… quem tem palavras de amizade, de estímulo, de apoio… quem
sabe dizer uma boa palavra, dar uma ajuda… O amor cristão tem a sua origem em
Deus que nos amou e nos enviou o seu Filho com quem nos encontramos em vários
momentos da nossa vida, particularmente quando celebramos a Eucaristia. Esse é
o nosso encontro, enquanto esperamos o encontro definitivo no Céu.
Oração
Ó Jesus, eis-me aqui
para fazer a vossa vontade. Quero estar atento e ouvir as vossas ordens, os
vossos desejos, que me chegam através da vossa Palavra, das orientações dos
vossos representantes na terra, dos acontecimentos da minha vida e da vida dos
meus irmãos. Uno-me à oblação generosa do vosso divino Coração. Que quereis que
vos faça? Dizei-me, pelas vossas
inspirações, pela vossa providência. Falai, Senhor, que o vosso servo escuta.
Iluminai-me com a vossa luz divina e refleti-la-ei nos meus irmãos. Amém.
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